Os
jogadores do Macaé se preparavam para enfrentar o Flamengo em seu estádio, o
Moacyrzão, quando foram surpreendidos. Cerca de 20 torcedores de uma organizada
do rubro-negro invadiram e saquearam o vestiário do clube. Em entrevista
exclusiva ao Blog do Zé Lopes,
o goleiro Ricardo Berna falou sobre a agressão que sofreu e fez duras críticas
ao presidente Eduardo Bandeira de Mello.
"O
presidente se preocupou mais com os ingressos e a Federação, queria saber dele
se fosse um jogador do time dele. Achei lamentável. A politica que está sendo
praticada pensa só nos benefícios próprios. Sinceramente, fiquei
incomodadíssimo com o que tava acontecendo e com as declarações do presidente
Bandeira de Mello. Cheguei a ver gente nas redes sociais perguntando se eu não
teria feito um corte no meu queixo. Ele duvidou da minha declaração, então fica
a minha palavra contra a dele. Não vou entrar nessa questão, mas é como se eu
achasse estranho o que aconteceu dentro da Federação entre ele e o Rubens
(Lopes, presidente da FERJ). Essas são pessoas que tem que dar exemplo, tem que
vir de cima. As declarações do presidente foram lamentáveis", disse Berna
no Bate-Bola.
O
goleiro defendeu punição severa aos torcedores e ao Flamengo. Para ele, as
entidades precisam dar o exemplo, pois algo pior do que o ocorrido em Macaé
pode acontecer em outra situação do tipo:
"Só
quem estava dentro do vestiário sabe como foi o terror. Só não foi pior porque
os jogadores tiveram sangue frio e não reagiram de forma violenta, até porque
estávamos em numero menor. Eles acabaram evacuando e não aconteceu nenhum
problema maior. Tem que ser apurado, acho que algo muito pior podia ter
acontecido. E vai acontecer se não houver punição severa. O que eu vi foram
torcedores que forçaram invadir o estádio gratuitamente, para não pagar
ingresso. De torcida organizada. Vão discutir se for o clube, a polícia, acho
que estarão tirando o foco da situação. Acho lamentável o clube pagar por isso,
já que são vandalos que não representam o clube. Mas tem que haver punição para
que isso não se repita", declarou o arqueiro, em forte declaração.
Por
fim, Berna fez duras críticas à política no futebol e até no país. Ainda para o
goleiro, o problema é muito mais amplo do que a invasão.
"Qual
a politica que vem sendo praticada? Quais são os interesses? Preservar o
espeáculo ou o lucro? É difícil conviver com a merda dos outros. O nosso cheiro
é fácil de aturar. Tinha uma mulher grávida no vestiário junto com os
torcedores que invadiram. Ela chegou a dizer que estava passando mal. E essa
criança que vai nascer? A questão não é só esporte, é educação. Estamos vivendo
um problema muito grande, uma situação que não pode se repetir. E o presidente
está preocupado com preços de ingresso? Só posso lamentar", apontou.
Apesar
disso, o jogador não registrou boletim de ocorrência sobre o episódio.
"Deveria
ter feito logo após a partida, mas não fiz, indicado pelos advogados. A
delegacia estava cheia e eu queria ver minha família, estava ha duas semanas
sem vê-los e acabei voltando para o Rio de Janeiro", finalizou Ricardo
Berna.
PRESIDENTE DO FLA ELOGIA ORGANIZADAS, APONTA FALHA NA SEGURANÇA E VOLTA A CRITICAR FEDERAÇÃO
PRESIDENTE DO FLA ELOGIA ORGANIZADAS, APONTA FALHA NA SEGURANÇA E VOLTA A CRITICAR FEDERAÇÃO
A partida entre Flamengo e Macaé, pela
primeira rodada do Campeonato Carioca, ainda rende muitas brigas entre o
Flamengo e a Federação Carioca de Futebol. Antes do início do jogo, torcedores
invadiram o vestiário do clube e agrediram Ricardo Berna, goleiro do Macaé. O
presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, repudiou a situação, mas
estranhou a segurança providenciada para a partida em questão.
"É
estranho. Continuo achando bastante estranho como que se abre o portão, vimos
uma filmagem do portão escancarado, do estádio em Macaé, de um jogo em que a lotação
já estava esgotada e você vê as pessoas entrando pelo portão normalmente,
inclusive um casal de mãos dadas, adolescentes, mulheres, as pessoas entrando
ali como se estivesse franqueado ao público. Em um ambiente em que você tem um
jogo concorrido e você abre os portões você está querendo confusão", disse
em entrevista ao Blog do Zé Lopes.
"Eu
não vi nenhum (segurança). Eu vi o portão escancarado e as pessoas
entrando", afirmou o dirigente.
O
presidente também falou sobre as ações dos clubes contra a organização do
Campeonato Carioca, questionando principalmente o preço dos ingressos
estipulados, que sairiam caros aos torcedores.
"Essa
questão de preço dos ingressos foi levantada menos de uma semana antes do
inicio do Campeonato Carioca. Foi convocado esse conselho arbitral. E para
nossa surpresa foram estabelecidos esses preços que tornam totalmente inviável
a participação do Flamengo no próprio campeonato se isso não for mudado",
exclamou.
"Desde
a reeleição para presidente o Flamengo divulgou, na época, em conjunto com
Fluminense e Vasco, uma nota em que relacionava tudo que entedia que estava
errado na organização do futebol carioca e nenhuma providencia foi tomada. E
agora também, depois que saiu essa decisão absurda do conselho arbitral, nós
também nos insurgiremos e desaguou nessa situação desagradável", disse
Eduardo, indicando que as reclamações com a federação carioca já são antigas.
"Na
realidade não existe acordo sobre a partida de quarta-feira. Como havia um
impasse, foi estabelecido um preço que agrada o Flamengo que vai nos evitar um
prejuízo, que é o que aconteceria se prevalecesse o preço estipulado
inicialmente", comentou. Para o jogo, não haverá meia entrada e os
primeiros mil ingressos serão destinados aos indivíduos que aderiram ao programa
de sócio torcedor do clube.
Questionado
sobre o relacionamento com as torcidas organizadas, apontadas como principais
culpadas pelas confusões fora do campo no sábado, o dirigente afirmou ter bom
relacionamento com os torcedores, embora seja contra a violência utilizada por
uma parcela deles.
"Sou
um profundo admirador das torcidas organizadas do Flamengo, do movimento no
geral, que é uma coisa saudável. Elas nos prestam um inestimável serviço
promovendo uma bela festa nos estádios", disse o técnico antes de emendar.
"O que não concordamos é com violência. Não existe vinculação politica nem
econômica com as organizadas", concluiu.
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