Por Paulo de Tarso Junior - O Imparcial
As eleições deste ano no Maranhão ganharam um
“novo” ingrediente: a presença do ex-presidente da República, José Sarney
(MDB). O experiente político decidiu participar mais ativamente do pleito de
outubro e abandonou a ideia de concorrer novamente ao Senado no Amapá mesmo que
estivesse bem cotado nas pesquisas de lá. O fato é que Sarney transferiu seu
título eleitoral para o Maranhão, onde poderá votar e até concorrer a algum
cargo nas próximas eleições.
Mas, aos 88 anos, por que Sarney resolveu alterar seu domicílio eleitoral? O principal objetivo é claro: “coordenar” a campanha de seus aliados políticos e mudar os rumos das eleições, principalmente no que diz respeito ao governo do estado. A disputa pelo Palácio dos Leões promete colocar o atual governador Flávio Dino (PCdoB) e a ex-governadora Roseana Sarney (MDB) frente a frente.
Neste cenário, uma vitória de Roseana não é impossível, mas é difícil. Nos bastidores do Grupo Sarney, a filha do ex-presidente da República é a pessoa certa a duelar com Dino, mas resistem as incertezas com relação à pré-candidatura de Roseana. Apesar de já ter se colocado à disposição de seu grupo e ter declarado estar pronta para “o embate”, fontes ligadas à ex-governadora não a veem tão motivada com a atual situação.
Mesmo assim, Roseana mantém o discurso para vencer o pleito de outubro. “Então, mais uma luta, mais uma embate. Tô preparada? Tô, porque eu sei que nessa luta você pode perder ou você pode ganhar. Mas eu tô pronta para perder ou para ganhar, mas eu vou entrar para ganhar”, afirmou Roseana Sarney em evento em Chapadinha no fim do ano passado.
Da época dessa afirmação até agora, o cenário ainda se mostra complicado para a ex-governadora. Talvez por isso, a presença do ex-presidente Sarney venha a fortalecer a campanha de Roseana e seja considerada, inclusive, uma maneira de assegurar o futuro do grupo político no Maranhão.
A reportagem tentou contato com lideranças maranhenses do MDB, mas obteve poucas respostas. O presidente do partido no Maranhão, senador João Alberto, foi o único que atendeu nossas ligações, mas preferiu não opinar sobre o assunto. “Não vou dar nenhuma declaração para a imprensa agora, me desculpe. Eu não estou dando declaração para a imprensa. Estou fora de declaração por enquanto. Deixa as coisas acontecerem mais um pouquinho, tá bom?”, disse o senador.
O deputado federal Hildo Rocha disse a O Imparcial que não acredita que Sarney seja candidato em 2018, mas valoriza a mudança do domicílio eleitoral do ex-presidente para “arrumar a casa” nestas eleições. “Altera sim [o cenário político] porque nós vamos voltar a ter um eleitor ilustre, que é o presidente Sarney. Isso é muito bom para gente. E ele, sendo eleitor de um estado, pode votar e ser votado. Significa dizer que ele vai se dedicar integralmente apenas à eleição do Maranhão e não se dividir como nas vezes passadas, que ele se dividiu entre o Maranhão e o Amapá”, afirmou Hildo Rocha.
O grande significado é que ele vai se dedicar à eleição do Maranhão em 2018. E mesmo sem ser candidato, apenas com a experiência dele, a experiência política, a inteligência que tem para ser estrategista político, isso agrega muito para qualquer grupo político”, Hildo Rocha, deputado federal.
Força política
O ex-presidente Sarney demonstra ter ainda bastante força política nacionalmente. O prestígio adquirido ao longo dos anos será colocado à prova nestas eleições porque, além de se dedicar à campanha de Roseana,José Sarney terá pela frente outros dois desafios: eleger o filho Sarney Filho para o Senado e reeleger o neto Adriano Sarney para a Assembleia Legislativa.
Ao abrir mão de sua candidatura ao Senado no Amapá para “coordenar” as campanhas de Roseana, Sarney Filho e Adriano, o ex-presidente mostra seu desejo em ver novamente seu clã comandar o estado e seguir forte nacionalmente. Em outras palavras, ele pretende impedir que a fragilidade se instaure em seu grupo político.
O nome do ex-presidente José Sarney como eleitor da 3ª Zona Eleitoral (que compreende os bairros da Alemanha, Angelim, Bequimão, Calhau, Cohafuma, Filipinho, Ipase, Jaracati, Jordoa, Maranhao Novo, Outeiro da Cruz, Radional, Renascença, Rio Anil, Sacavém, Santa Cruz, São Francisco, Santo Antônio, Vinhais e Vila Lobão) ainda será listado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) nos próximos dias.
Ameaça?
O líder da bancada federal do Maranhão, deputado Rubens Júnior (PCdoB), foi enfático ao afirmar que uma participação mais efetiva do ex-presidente José Sarney nas eleições de 2018 não irá alterar o “jogo político”. Para o parlamentar, “Sarney não é imbatível”.
“Não muda o jogo político local. Sarney não é imbatível. Já o vencemos em 2006 e 2014. Mas vale ressaltar que ainda estamos no momento de manter o foco na execução do programa de governo. Temos resultados expressivos e isso continuará acontecendo, independente das especulações eleitorais. É disso que o povo do Maranhão precisa”, afirmou Rubens Júnior.
No domingo passado, 18, antes mesmo da confirmação da mudança do domicílio eleitoral de José Sarney para o Maranhão, o secretário de Estado de Comunicação e Articulação Política, Márcio Jerry, em entrevista exclusiva ao jornal O Imparcial, já havia afirmado que seu grupo político estava “preparado para vencer”, independentemente se o adversário de Flávio Dino fosse realmente a ex-governadora Roseana Sarney ou outro “nome de peso”.
“Estamos preparados para vencer. O governador Flávio Dino faz uma gestão que possui um imenso repertório de grandes realizações num momento em que o país atravessa sua mais grave crise econômica. Flávio Dino vem confirmando como governador a imensa capacidade já demonstrada em todos os espaços que atuou. Em meio a tanta crise, um governo marcado pela honestidade, transparência, prioridade aos que mais precisam e muito trabalho; um governo que os maranhenses aprovam e, por isso mesmo, tenho plena convicção, reelegerão para o Maranhão continuar no rumo certo sob liderança deste grande líder Flávio Dino”, disse Jerry a O Imparcial.
Mas, aos 88 anos, por que Sarney resolveu alterar seu domicílio eleitoral? O principal objetivo é claro: “coordenar” a campanha de seus aliados políticos e mudar os rumos das eleições, principalmente no que diz respeito ao governo do estado. A disputa pelo Palácio dos Leões promete colocar o atual governador Flávio Dino (PCdoB) e a ex-governadora Roseana Sarney (MDB) frente a frente.
Neste cenário, uma vitória de Roseana não é impossível, mas é difícil. Nos bastidores do Grupo Sarney, a filha do ex-presidente da República é a pessoa certa a duelar com Dino, mas resistem as incertezas com relação à pré-candidatura de Roseana. Apesar de já ter se colocado à disposição de seu grupo e ter declarado estar pronta para “o embate”, fontes ligadas à ex-governadora não a veem tão motivada com a atual situação.
Mesmo assim, Roseana mantém o discurso para vencer o pleito de outubro. “Então, mais uma luta, mais uma embate. Tô preparada? Tô, porque eu sei que nessa luta você pode perder ou você pode ganhar. Mas eu tô pronta para perder ou para ganhar, mas eu vou entrar para ganhar”, afirmou Roseana Sarney em evento em Chapadinha no fim do ano passado.
Da época dessa afirmação até agora, o cenário ainda se mostra complicado para a ex-governadora. Talvez por isso, a presença do ex-presidente Sarney venha a fortalecer a campanha de Roseana e seja considerada, inclusive, uma maneira de assegurar o futuro do grupo político no Maranhão.
A reportagem tentou contato com lideranças maranhenses do MDB, mas obteve poucas respostas. O presidente do partido no Maranhão, senador João Alberto, foi o único que atendeu nossas ligações, mas preferiu não opinar sobre o assunto. “Não vou dar nenhuma declaração para a imprensa agora, me desculpe. Eu não estou dando declaração para a imprensa. Estou fora de declaração por enquanto. Deixa as coisas acontecerem mais um pouquinho, tá bom?”, disse o senador.
O deputado federal Hildo Rocha disse a O Imparcial que não acredita que Sarney seja candidato em 2018, mas valoriza a mudança do domicílio eleitoral do ex-presidente para “arrumar a casa” nestas eleições. “Altera sim [o cenário político] porque nós vamos voltar a ter um eleitor ilustre, que é o presidente Sarney. Isso é muito bom para gente. E ele, sendo eleitor de um estado, pode votar e ser votado. Significa dizer que ele vai se dedicar integralmente apenas à eleição do Maranhão e não se dividir como nas vezes passadas, que ele se dividiu entre o Maranhão e o Amapá”, afirmou Hildo Rocha.
O grande significado é que ele vai se dedicar à eleição do Maranhão em 2018. E mesmo sem ser candidato, apenas com a experiência dele, a experiência política, a inteligência que tem para ser estrategista político, isso agrega muito para qualquer grupo político”, Hildo Rocha, deputado federal.
Força política
O ex-presidente Sarney demonstra ter ainda bastante força política nacionalmente. O prestígio adquirido ao longo dos anos será colocado à prova nestas eleições porque, além de se dedicar à campanha de Roseana,José Sarney terá pela frente outros dois desafios: eleger o filho Sarney Filho para o Senado e reeleger o neto Adriano Sarney para a Assembleia Legislativa.
Ao abrir mão de sua candidatura ao Senado no Amapá para “coordenar” as campanhas de Roseana, Sarney Filho e Adriano, o ex-presidente mostra seu desejo em ver novamente seu clã comandar o estado e seguir forte nacionalmente. Em outras palavras, ele pretende impedir que a fragilidade se instaure em seu grupo político.
O nome do ex-presidente José Sarney como eleitor da 3ª Zona Eleitoral (que compreende os bairros da Alemanha, Angelim, Bequimão, Calhau, Cohafuma, Filipinho, Ipase, Jaracati, Jordoa, Maranhao Novo, Outeiro da Cruz, Radional, Renascença, Rio Anil, Sacavém, Santa Cruz, São Francisco, Santo Antônio, Vinhais e Vila Lobão) ainda será listado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) nos próximos dias.
Ameaça?
O líder da bancada federal do Maranhão, deputado Rubens Júnior (PCdoB), foi enfático ao afirmar que uma participação mais efetiva do ex-presidente José Sarney nas eleições de 2018 não irá alterar o “jogo político”. Para o parlamentar, “Sarney não é imbatível”.
“Não muda o jogo político local. Sarney não é imbatível. Já o vencemos em 2006 e 2014. Mas vale ressaltar que ainda estamos no momento de manter o foco na execução do programa de governo. Temos resultados expressivos e isso continuará acontecendo, independente das especulações eleitorais. É disso que o povo do Maranhão precisa”, afirmou Rubens Júnior.
No domingo passado, 18, antes mesmo da confirmação da mudança do domicílio eleitoral de José Sarney para o Maranhão, o secretário de Estado de Comunicação e Articulação Política, Márcio Jerry, em entrevista exclusiva ao jornal O Imparcial, já havia afirmado que seu grupo político estava “preparado para vencer”, independentemente se o adversário de Flávio Dino fosse realmente a ex-governadora Roseana Sarney ou outro “nome de peso”.
“Estamos preparados para vencer. O governador Flávio Dino faz uma gestão que possui um imenso repertório de grandes realizações num momento em que o país atravessa sua mais grave crise econômica. Flávio Dino vem confirmando como governador a imensa capacidade já demonstrada em todos os espaços que atuou. Em meio a tanta crise, um governo marcado pela honestidade, transparência, prioridade aos que mais precisam e muito trabalho; um governo que os maranhenses aprovam e, por isso mesmo, tenho plena convicção, reelegerão para o Maranhão continuar no rumo certo sob liderança deste grande líder Flávio Dino”, disse Jerry a O Imparcial.
Por Paulo de Tarso Junior
Do Blog do Abel Carvalho
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