DEIXA-ME
Deixa-me falar contigo
Perguntar
sobre teus filhos,
Saber
tuas coisas,
Revirar
teu passado.
Deixa-me
correr perigo
Nadar
no teu rio
Desbravar
tuas matas
Escrever
tua história.
Deixa-me
sentar na praça,
Beber
cachaça na rampa,
Pular
na palha de arroz
Nos
terreiros das usinas.
Deixa-me
ligar o motor de luz,
Tocar
o sino da igreja
Andar
de patinete, de carroça
E
brincar de viver.
Deixa-me
ruminar as lembranças,
Ser
de novo a criança
Que
apanhava da mãe
E
batia na vida.
Deixa-me
engolir o ontem,
Inventar
um hoje
E
pular de cabeça
Nas
águas do teu amanhã impensado.
Zé Lopes
Do Livro - Bacabal Alves de Abreu Souza Silva de Mendonça e da Infância Perdida.
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