Sem nenhuma sombra de dúvida, uma das
maiores expressões musicais do forro brasileiro, foi o trio bacabalense Os
Canários do Norte, que tinha como vocalista o cantor e compositor Expedito
Alves, o Canarinho.
Possuidor de um suingue arrojado,
composições belíssimas, arranjos fantásticos, o Os Canários do Norte na década
de 80 encantou o Brasil cantando boleros, forrós, xotes, calipsos, carimbós,
catimbós, sirimbós, siriás e até dancing, tudo dentro de uma linguagem própria,
universal, pop e impar, o que deixava indefinido, o estilo do trio bacabalense.
Formado por Expedito Alves, Waldemir
e Chico Gurujuba, o trio marcou a musicalidade bacabalense e deu muitas
alegrias aos brasileiros que curtiam o gênero, principalmente os nordestinos.
Expedito, apesar de seu nome aparecer
como parceiro em muitas canções, compunha muito pouco, mas essa co-autoria
fazia parte de acordos para facilitar o registro das canções e a partilha dos
direitos autorais.
"Saudade de Bacabal", de
autoria de Zé Gomes, que também compôs para o "Trio Nordestino" e
"Os Três do Nordeste" foi o primeiro sucesso do grupo bacabalense
chegando a ser tocado nas melhores rádios do pais e ficar entre as mais tocadas
durante semanas
Aproveitando a onda da discoteca, o
segundo vinil do "Canários do Norte", trouxe o sucesso arrasador
"Tigresa", um dancing de autoria do bacabalense conhecido por
"Grilo" que invadiu as pistas de todo o Brasil e figurava junto com o
sucesso de Eloides, Raimundo Soldado, Elizangela, Lady Zu, Fancis Dalva, Hamony
Cat's, dentre outros. Os Canarios do Norte fez muitos shows por esse brasilzão
de meu Deus, cantou sucessos de Zé Gomes, Grilo, Chico Lacerda, Raimundo
Sérgio, Wilson Rádio Tecnico, Oberdan Oliveira, Chico das Molas e outros
compositores de sua geração.
Quando o trio, já em decadência, fez
o terceiro vinil, já não havia tanta empolgação e a opção foi cada um tomar seu
rumo. Expedito tentou sem sucesso uma carreira solo e acabou por enveredar no maçante
mundo do teclado e voz.
Um dos nossos maiores representantes,
o cantor Expedito Alves, se despediu
quase que anônimo, sem foguete, sem retrato e sem bilhete, sem luar e sem
violão. Foram poucos os comentários, as noticias, nenhuma homenagem, os órgãos
de comunicação sequer tocaram no assunto, mas a sua voz ficará eternamente em
nossas lembranças, em nossos corações.
Expedito e também Waldemir, agora trilham outros caminhos, os caminhos
que lhe levarão ao céu que nas noites mais enfadonhas, terá o belo canto deste
Canário ao som da sanfona e quando Deus
dormir, eles bem baixinho cantarão e tocarão pra todos nós "Ai que saudade que eu sinto
ai que saudade que me dá, lá de Bacabal, do meu torrão, do meu lugar" e
assim acordará a cidade de um sono musical profundo e a gaiola esquecida na
parede do tempo, se tornará de ouro e uma placa escrita por todos os sons.
revelará a seguinte frase. - Aqui viveu um Canário, que mesmo sendo do Norte e
de Bacabal, encheu o Brasil com seu belo canto.
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