Os portugueses, nos tempos antigos da
Colônia, quando realizavam uma obra costumavam colocar uma pedra com a
inscrição “Governo Feliz”.
Quem for curioso e quiser ver pode dar
uma olhada no princípio da grande murada que cerca a antiga Fortaleza, que verá
uma pedra assim marcada. Para mostrar a atração da palavra “feliz”, uma das
primeiras fábricas de pilar arroz do Maranhão, localizada na Rua da Madre de
Deus, de João Gualberto da Costa, chamava-se “Feliz Esperança”.
Com o gosto do passado, ao fazer a
primeira reforma do Palácio dos Leões — logo que consegui a devolução de sua
metade que era ocupada pela Delegacia Fiscal, que nos foi devolvida pelo
Presidente Castelo Branco — coloquei também uns azulejos que mandei fazer em
Lisboa, dizendo: “Este Palácio foi restaurado no Governo Feliz do escritor (não
pus Governador) José Sarney, 1966-1970.” Não sei se ainda está lá, pois
mandaram retirar todas as referências a meu nome.
“Mas digo estas coisas para repetir
aquilo que disse no meu discurso de posse quando Governador em 65. “Um governo
feliz é aquele que faz a felicidade do Povo.”
Fui eleito com a afirmação de que ia
mudar o Maranhão, chegando a estabelecer metas— construir o Porto do Itaqui,
fazer asfaltamento da São Luís -Teresina, criar a Universidade e escolas
superiores, abrir estradas, construir a Usina de Boa Esperança, não perseguir
ninguém, fazer um governo para todos os maranhenses sem distinção de partidos,
pacificar o Estado. E não enganei o povo, fiz. Prometi mudar e mudei, prometi
fazer grandes obras e fiz.
E sonhei com o futuro. Agora leio
que a Universidade Federal criou um Curso de Altos Estudos Espaciais, nos
moldes do ITA. Quando presidente autorizei os estudos para que o fizessem.
Infelizmente não foi viabilizado. No meu livro “Maranhão, Sonhos e
Realidade” se encontra o seguinte trecho, na página 179, edição de 2010,
quando falo sobre as perspectivas do Maranhão do futuro:
“No domínio da alta tecnologia, temos
a Base de Alcântara, que foi construída com recursos assegurados quando estive
na Presidência da República. Será uma das melhores do mundo para lançamento de
satélites, rivalizando com Kourou, Guiana Francesa, Cabo Canaveral, nos EUA;
Baikonur, na Rússia; Xichang, na China.”
E acrescentei:
“O Maranhão terá chance de implantar
um centro de ensino tecnológico, como o de São José dos Campos (ITA), núcleos
de treinamento pessoal e laboratório de restes de satélites, além de
indústricas complementares e especializadas. Enfim, em torno do Porto do Itaqui
e da Base de Alcântara surgirá um polo de alta tecnologia, que impulsionará o
desenvolvimento industrial em escala condizente com nossa importância no Brasil
da modernidade.”
Parabéns à UFMA. Isso é mudar o
Maranhão. O resto é a frustação que tem o nosso Estado, esperando promessas que
anunciam um novo tempo!
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