ESTORIA DE BACABAL - O BECO DA BOSTA - POR WALMIRO

O nome ja dizia tudo...era uma bosta! estreito, (pouco mais largo que um automóvel), era sinuoso (em curvas) e ligava a rua grande, com a praça bavepel. A localização era exatamente na esquina da escola Alfredo Benna/INSS, em frente ao Vanguard Club. Ali foi palco de muitos acontecimentos marcante da juventude...As "guangues", turmas ou "curriolas" se enfrentavam na base da porrada! Bati e apanhei muito, naquele pedaço de terreno. Ás vezes chegava em casa moído e dava alguma desculpas para os hematomas. SE descobrissem q apanhei na rua, pegava outra sova de taca...também eu era um capeta em forma de guri,apesar da cara de anjinho...As escaramuças aconteciam com frequencia na parte da tarde, antes do banho de rio, na rampa ou nas peladas do campo do rato...Foi ali que vi Lambau (o maior homem em altura, da época, brigar com o Melancia,  com pouco mais de 1,50 cm), a cena foi bizarra  que jamais esqueci...Era no beco, também, que os encontros amorosos se realizavam na  calada da noite. Ali foi gerado muitos dos bacabalenses! A gente via só os vultos e os fungados, depois 'a bomba estourava'- a moleca prenha - e a população aumentando...Não era raro ser pego, quase todos os dias, algum moleque cravado no rabo de uma jegue...Eurico - chefe e  'bate-pau' da policia - juntamente com o TOINHO gostava de "invadir" o beco à noite com o jipe da policia; faróis alto, só pra ver os casais sairem correndo( muitos com as vestes nas mãos). Ele ficava rindo e depois ia comentar nos bares...Mas, de repente, na adm da prefeita Raimunda Loyola, o beco desapareceu!...engoliram o beco e ficou por isto mesmo! Nossa 'arena de lutas' ao dia e motel à noite, nos foi roubados e ninguém disse nada! foi uma gritaria e maldições contra a prefeita..Mas, como a maioria, os pais dependiam da prefeitura..ficaram amordaçados! mas, mais tarde, durante os desfiles carnavalescos, uma escola de samba fez um samba enredo que foi uma sensação, porque perguntava: CADÊ O NOSSO BECO, QUEM FOI QUE COMEU? gritavam  os puxadores, Manuel Baião e Manoel Santão (Maza). Era o protesto da juventude explicita, no que foi o maior roubo de terras públicas até então...Hoje o Beco da Bosta existe apenas em S.Luis, onde morei no nº 44, sendo vizinho do grande poeta José Maria do Nascimento (apenas duas casas, a minha e a dele) e onde tomamos formidáveis pileques..Quanto ao de Bacabal, ele repousa, em algum local de nossas memórias...