O poeta, escritor, compositor e radialista
pedreirense, Samuel Barreto, 51 anos, morreu na noite desta segunda-feira (13)
em São Luis, onde estava com sérios problemas de saúde causados por um câncer
no pâncreas.
O corpo de Samuel Barreto já se encontra em Pedreiras, onde está sendo velado na
residência da família em uma cerimônia reservada somente aos familiares, em
seguida indo até à Câmara Municipal de Pedreiras para visita pública atendendo
as determinações da OMS, para evitar aglomeração.
As 15h o cortejo deixará a Câmara, indo para o
Santuário de São Benedito onde será celebrada a Missa de Corpo Presente pelo Padre
José Geraldo e sepultamento no jazigo da família no Cemitério do Alto São José.
O clima de comoção e tristeza na cidade é muito
grande, pois Samuel Barreto, além de ser filho de uma família tradicional, era
um dos ícones da cultura de Pedreiras.
O poeta e
escritor Samuel Barreto lançou alguns livros, entre eles: S.O.S. Libertação, A
Rua da Golada e Sua Identidade, Caderno de Passagens, Versos Cinzentos e o
Paraibano: do submundo para a vida
"Eu e Samuel Barreto trabalhamos juntos na
extinta Rádio Cultura de Pedreiras e sempre tivemos bons laços de amizade e
respeito. Samuel sempre foi um cara brincalhão e alegre". Diz o amigo e blogueiro Coutinho
Neto.
Parceiro de tantas canções
que embalam a sua cidade, Samuel Barreto deixa uma lacuna cultural de proporções
gigantescas. “ Meus sinceros
sentimentos. A saudade estará sempre presente
e através dela a memória do amigo
Samuel Barreto que se foi, continuará viva” escreveu o poeta,
compositor, repentista, escritor e parceiro Paul Getty.
“Tive
a honra de tê-lo como amigo, irmão, parceiro e até concorrente, tanto em
festivais de música como em prêmios literários. Ele era de dentro da minha
casa, conversávamos quase todos os dias por celular, musiquei vários poemas
escritos por ele e há poucos dias almoçamos juntos no Restaurante de Dona
Luiza, viuva de João do Vale. Samuel vai, mas deixa um rastro de poesia com
grande significância para sua cidade e para o Brasil. Seus textos ficarão para
contar as histórias” diz Zé Lopes, amigo e parceiro.
SEM QUALQUER AVISO ELE PARTIU...
Ainda que o poeta não mais
suspire em lampejos de inspiração, ainda que o seu corpo inerte deite à terra
fria, ainda assim, a poesia eterniza o ser-poeta na métrica de sua legítima
imortalidade.
Eu recebi com imensurável
pesar a notícia de morte física do poeta pedreirense SAMUEL BARRETO, escritor
de grande iluminação e voz poéticas e proféticas. A literatura perde um grande
nome e eu perco um amigo de papos inspiradores.
Não tenho palavras para
externar a minha tristeza com a sua partida. Para homenageá-lo reuni os títulos
de algumas de suas poesias e assim o descrevo, o decanto e me despeço com a
gratidão de quem usufruiu de sua infinita capacidade de expor a alma em prosa e
verso.
"Peguei carona no
Caderno de Passagens
E no Caderno escrevi meus
versos
A Passagem fez Trilha no
Caderno
Os Olhos da Rua marejados de
saudade
Marcavam o Regresso e
fitavam A Rua
Como criança inquieta joguei
Bola na Rua
Seguindo Os Passos da
Partida
Acinzento As Horas
E volta a casa de Chão
Batido,
Agonizando, mal vejo o Varal
estendido
E se já estou sozinho uso a
técnica do Solilóquio
Para declamar Sonetos, expor
o Verso na dor
Os sentimentos Iguais na
minha Imaginação
Aportam-me na Lagoa dos meus
sonhos
Tenho Lampejos de memória do
Leito do Mesmo Rio
E como só os loucos podem
viver
Sinto-me O poeta e o Rio em
plenas Cheias
Que irrompem as Grades e
levam a ti
Eternas Juras de Amor
Já neste instante Fagulhas
atiram-se pela Janela
Ensaiando o Choro da Vida...
Data e Vida
Enquanto os Frutos do
escritor brotam em Chegada
...
De
Abril de Flores e Dores
guardado em Sete Chaves
Poesia, Verso e Poema
Ou numa verdadeira Partilha
O Autor deixa Teu Nome em
Cena
Revelando-se Metade e Parte
Essência na Espera dos
Olhos e Paisagem no Retorno
Da Mulher, sua Namorada
E ali, no Porto e Cais, de
Repente
Celebra o Pacto do Encontro
na Esquina do Tempo
Sem Falsidade, Sem Honra,
Sem Medida, Sem Pressa
Sol, Sal, Sonho
Em sua Primeira Canção de
Saudade".
Descansas em paz, poeta.
Homenagem de Liduina Tavares
- cadeira n° 11, Academia Bacabalense de Letras.
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