O que tem se visto e ouvido desde a divulgação da
lista de pessoas arroladas pelo ministro Edson Fachin, do STF, são coisas
dignas de constar de um daqueles best sellers de intriga política de Gore
Vidal. (Poxa, acho que subi muito o nível desses caras! Gore Vidal!)
Em que pese esse mundo de denúncias que estamos
assistindo, ainda assim, todos os acusados alegam inocência! Ainda não apareceu
nenhum corajoso para reconhecer que tenha realmente recebido recursos
financeiros não contabilizados, “para fins eleitorais”!
Os denunciados adotaram uma cantilena bem parecida,
cuja letra conta a história de terem recebido doações oficiais declaradas à
justiça eleitoral, submetidas a prestações de contas e aprovadas por ela.
Mas o certo mesmo é que nosso sistema político está
falido e isso todos nós já sabemos faz muito tempo! Como parte dele, nosso
sistema eleitoral é uma aberração que nunca foi consertada porque os detentores
do poder nunca tiveram interesse nisso.
O eleitor brasileiro, ou é viciado em um
partidarismo aparelhador que o transforma em engrenagem das maquinas de
esquerda, ou é viciado nas benesses monetárias de direitistas que compram
votos. No final, grande parte do eleitorado brasileiro, de um lado ou de outro,
vende voto.
A falta de coragem e de vontade política dos
últimos governos, de enfrentar os graves problemas do país, nos trouxe até onde
estamos. Na beira do abismo!
O PT nunca quis fazer as reformas que todos sempre
souberam ser indispensáveis: Da previdência, a trabalhista, a tributária e
fiscal, a política e eleitoral. Nunca pensaram em reformar o nosso sistema
educacional, de saúde ou de segurança. Eles só queriam o poder e para
permanecerem donos dele lançaram mão das mais abjetas ações de corrupção.
Em quase todo lugar do mundo existem eleições. Em
todos eles os sistemas apresentam problemas. Na maior democracia do planeta
ocorreram problemas nas três últimas eleições. Lá acabaram de eleger um
presidente que teve menos votos nominais que sua concorrente, porém isso consta
da regra, não importando que ele (Trump) seja um grande imbecil! A democracia
tem dessas coisas. A soberana escolha popular pode levar a vida desse soberano
povo ao caos. Foi o que aconteceu com o Brasil pelo menos nas últimas três
eleições.
Acredito que a primeira eleição de Lula foi
legítima e até necessária. Votei nele! Naquele mandato penso que ele pôde fazer
boas coisas, até porque o que ele mais fez foi colocar cores e nuances petistas
nas ações peessedebistas que FHC já realizava.
Na reeleição, Lula não conseguiu mais manter o
mesmo tom. As coisas se partidarizaram radicalmente. O PT e seus asseclas
passaram a ser mais importantes que o Brasil. Apesar disso Lula era o cara!
Votei sem muita fé!
Ao escolher Dilma para substituí-lo, Lula apostou
no quanto pior melhor, pois essa seria a maneira perfeita de voltar quatro anos
depois do já anunciado desastre, nos braços do povo, como salvador da pátria.
Ele só não contava que o “desastre” se apegasse tanto ao poder que o
descartasse.
O primeiro mandato de Dilma foi a confirmação do
erro de sua escolha e a comprovação das políticas equivocadas, da
partidarização e do aparelhamento do estado. Votei nela, torcendo para eu estar
errado. A reeleição de Dilma foi a gota d’água. O Brasil se tornou um país
totalmente aparelhado e loteado. Votei contra ela.
A corrupção irrigando os apoios ao governo que não
tinham como acontecer de forma legítima e a sensação de impunidade e de
invulnerabilidade dos poderosos levou à aparição de um personagem do qual
espero que eu não seja obrigado, a no futuro, a falar mal dele. O Moro! Que só
será lembrado como um personagem do bem se conseguir manter-se minimamente
imparcial e jamais cair em tentação, não se deixando seduzir pela política
eleitoral e partidária.
O Brasil tem que ser passado a limpo e essas
mudanças precisam ser profundas e definitivas. O problema é que parece não ter
sobrado ninguém para implementar tais mudanças!
Ocorre que depois da lista do Fachin, parece que
não sobrou ninguém vivo no cenário político nacional. Quem não levou um tiro na
cabeça ou no coração, apanhou uma surra de pau roxo ou no mínimo foi jogado
dentro da fossa séptica mais fétida que possa existir.
O certo é que o mais limpo dessa lista está
definitivamente e para todo sempre, sujo, e não adianta dizer que não pediu,
não recebeu e que não deu em contrapartida nenhum benefício ao seu doador de
campanha, seja ele oficial ou via caixa 2.
A corrupção no Brasil é estrutural e epidêmica, se
espalha e contagia quase a totalidade das pessoas envolvidas no sistema
político. Não terá o nome incluso em listas como esta apenas quem não tenha
nada importante para oferecer de vantagem.
Há uma coisa que deve ser observada atentamente! Em
momentos de fragilidade como esse pelo qual passamos é que aparecem os maiores
aventureiros. Lembram-se de Collor!?