PACIÊNCIA PRISIONEIRO
Ainda na antiguidade, os apóstolos Paulo e Silas foram presos na cidade de Filipos, antiga colônia romana, porque estavam pregando o Evangelho, pregando a verdade. Paulo foi preso porque libertou uma garota que fazia adivinhações, que era usada pelo diabo, como um cavalo. Então, orando cheio do Espírito Santo, libertou-a. O carcereiro romano acorrentou Paulo e Silas às paredes de uma cela muito escura e malcheirosa daquela prisão. Toda prisão fede, toda cela tem insônia, latrina, dejetos, pia encardida, sobra de comida ruim, roupas velhas, rotas e lençóis suados para sempre. O suor líquido fluido dos corpos dos homens no cárcere fede da primavera até o inverno. O prisioneiro Paulo era diferenciado, apesar das feridas nas costas e das correntes atadas aos pés. Paulo sempre estava cheio de gratidão a Deus. Por quê? Ora, ele estava vivo, quem está vivo sempre tem esperança. No meio da noite eles cantavam para agradar a Deus. Mas como um homem preso canta para Deus que não o liberta, apesar dos poderes que Ele tem? Ora, o tempo de Deus não é o tempo do homem. Eles cantavam para Deus e os outros prisioneiros ouviam, espantados. Eles nunca tinham ouvido senão gritos, maldições e ameaças furiosas naquelas celas horríveis. O meu cliente Joaquim de Inácia também cantava lá em pedrinhas, nunca reclamou de nada, nunca amaldiçoou policiais ou governantes. Ele um dia me disse: Jesus Cristo nunca reclamou da vida, eu também não vou reclamar. Voltando à prisão de Paulo, de repente, naquele dia, um violento terremoto sacudiu a prisão até seus alicerces. As portas se soltaram das dobradiças e as correntes se soltaram das paredes. O carcereiro, aterrorizado, veio correndo do seu alojamento. Quando viu a prisão escancarada, teve certeza de que todos os prisioneiros tinham escapado, então ele puxou da espada para se matar. Paulo gritou apressadamente: Ei moço, não se fira, nós ainda estamos aqui, não fugimos! O oficial pediu uma lâmpada, entrou na cela suja e lá se ajoelhou diante de Paulo e Silas. Ah, agora eu me lembrei, um dia o cliente Joaquim de Inácia me disse, lá em pedrinhas: Por que agredir o carcereiro se ele me traz comida todos os dias? Pois bem, o carcereiro ajoelhado diante de Paulo e Silas, disse: por favor, digam-me o que devo fazer para ser salvo? Disse Paulo: apenas deposite a sua confiança em Jesus Cristo que você e toda a sua família serão salvos. Ah, uma conversa puxa outra: um dia teve uma missa em pedrinhas, Joaquim de Inácia estava lá num dos cantos da capela da prisão. O padre olhou para ele e perguntou: você quer se libertar, Joaquim? Ele respondeu: estou livre, Padre, eu nunca passei um só dia nessa prisão. O padre, falou para ele o seguinte: Isso é um sinal de que Jesus já salvou você. O carcereiro acreditou no que Paulo lhe tinha dito sobre Jesus. Então ele levou os dois homens para o seu próprio alojamento e, gentilmente, lavou as suas costas feridas. Sua mulher deu-lhes de comer. Depois Paulo batizou a sua família inteira. Na manhã seguinte, os oficiais romanos enviaram um policial para a prisão com a seguinte mensagem: deixem esses homens partirem. Paulo respondeu: somos cidadãos romanos; no entanto fomos chicoteados e aprisionados sem julgamento. Diga-lhes para virem eles mesmos nos libertar. Quando os oficiais ouviram que os prisioneiros eram cidadãos de Roma, ficaram assustados, pois infringiram a lei ao tratá-los daquela maneira. Assim Paulo e Silas foram libertados. Ainda perplexo com a manifestação do prisioneiro de pedrinhas, Joaquim de Inácia, o padre perguntou: você quer puxar o canto final da nossa missa de hoje? O interno foi para a frente e leu a letra da música paciência, do cantor Lenine, cuja música eu cantei com ele na sua cela, em pedrinhas, ao som de um violão Giannini, no dia 05 de fevereiro de 2005. A música salva e acalma.