Impunidade e
irresponsabilidade: duas palavas que se interligam, irmãs siamesas de nossos
tempos atuais.
Difícil falar em
impunidade neste nosso Brasil varonil. Tal e qual a corrupção, é um fator
destruidor e estarrecedor que presenciamos todos os dias e em todas as horas.
Irresponsabilidade é a sanha dos políticos se
eximindo de seu papel fundamental de bem servir ao bem público e de se
dedicarem a resolver os grandes problemas da população.
Como um avestruz, escondem a cabeça e se refugiam e
se esquivam de exercer sua função conforme reza a carta magna.
Já se disse aos quatro ventos que o
"cerne" da questão, a origem de tudo isso está no cidadão brasileiro,
que não sabe escolher "direito" seus governantes e representantes
juntos ao Congresso, ou seja, não sabe discernir nem escolher quem vai olhar
por nós durante os quatro anos no poder.
Pra começar, muitas vezes, além de vender ou trocar
o voto por favores pessoais, não sabe escolher o prefeito e o governador,
responsáveis pela segurança e bem estar do povo. Tal cidadão ainda dificulta e
não dando condições mínimas aos órgãos competentes para executarem melhor seu
trabalho e são os principais responsáveis por deixar para amanhã o que pode
fazer hoje.
Estas reportagens do Jornal da Globo deixa bem
claro que, se a imprensa não noticiar e nem mostrar os estertores dos desmandos
nas altas esferas do poder, tudo fica por isto mesmo (as autoridades só saem da
sua inércia se o "ocorrido" implicar em perda de prestígio e risco de
não se reelegerem mais).
Quer dizer, nossos governantes só fazem algo, só
dão resposta, sob muita pressão, pois se puderem colocar debaixo do tapete, não
tenha dúvida, vão fazer na maior tranquilidade.
Parece que a omissão é o "mote" de todos
os ocupantes de cargos públicos de confiança.
Estamos numa época em que os eleitos, de uma forma
geral, parecem "recrutados" do que pior existe no
"mercado", dando a impressão de que os honestos e de caráter não
querem se aventurar nesta política suja e imoral que vigoram nos tempos atuais.
Estamos numa época onde a irresponsabilidade
incorporou e faz parte de nosso cotidiano.
Cumprir o que prometeu e trabalhar com presteza e
dedicação, conforme deveria ser, é coisa que não existe mais.
Nossos homens públicos nos dá a impressão de que
não seguiram o exemplo de seus pais, onde a palavra e a honradez estavam acima
de tudo.
Esta omissão, de quem de direito, dá margem para
que somente pessoas interessadas em se enriquecer, interessadas no poder a
qualquer custo, interessadas em legislar em causa própria, principalmente se
precavendo para que uma lei dura não o pegue futuramente, dá nisso, leis que
não funcionam, responsáveis pela impunidade e na injustiça reinantes,
leis-letra morta.
Esta falta de lei dura e implacável, esta falta de
condições para que os responsáveis pela sua aplicação tome as devidas
providências, culmina em que todo inquérito, toda investigação, pare pelo meio
do caminho, quando, em muitos casos, nem é iniciada, dando-nos a sensação clara
e evidente que o crime compensa, e muito.
A indiferença das pessoas de índole, de conduta
irrepreensível, de moral ilibada, de não quererem entrar de jeito nenhum no
jogo sujo da política faz com que esta "esquiva" dê chances de a
pessoas totalmente fora dos "conformes" ocuparem seu espaço e fazerem
do Brasil, hoje, neste momento, um país assustador, obrigando seus habitantes
se cercarem de todos os cuidados, gradeando suas casas e janelas, situação que
deixa todo cidadão refém da bandidagem que está tomando conta das ruas e
alçando tentáculos no poder constituído. Comum, hoje, um superfaturamento em
licitações, desvios de dinheiro público "a rodo" (nunca devolvido),
fraudes de toda maneira praticadas pelos cidadãos em todas as esferas, seja na
esperteza da não devolução do troco errado seja nos saques em veículos
acidentados.
No fundo nossos políticos somente fazem representar
o cidadão que o elegeu que é esse aí, o espertinho do jeitinho brasileiro, o
irresponsável em gênero, número e grau.
Quem de nós não teme, tem medo, de passar vergonha
(vexame) na Copa do Mundo, vendo os ditos espertos extorquirem sem dó nem
piedade os turistas que se aventurarem a assistir "in loco" as
partidas de futebol?
Quem de nós não acredita, fielmente, que estas
saídas temporárias promovidas pelo poder judiciário, só faz agravar a
inquietação e a insegurança para as cidades que acolhem os criminosos
beneficiados?
Quem de nós acredita nos políticos, na justiça e na
polícia?
Quem de nós, hoje, confia nos produtos que consome,
no peso das mercadorias, na aplicação devida e eficaz das montanhas de impostos
que pagamos?
Pois é, a impunidade é tanta que fica até difícil
ficar discorrendo sobre ela sem ficar indignado.
Enquanto isso, nossos políticos...(estão nas
"bases")...
Falta de fiscalização, falta de cidadania dos
políticos, falta de pessoal gabaritado nas autarquias e falta de quem queira
fazer e tem poder para isso, dá nisso que estamos vivenciando.
Só resta uma esperança: rezar!!!
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