O
presidente do Solidariedade (SD), deputado Paulinho da Força (SP), afirmou que
o partido irá encomendar com juristas estudos para basear um pedido de
impeachment da presidente Dilma Rousseff por ela ter autorizado a compra da
refinaria de Pasadena, no Texas (EUA). O negócio, revelado pelo Estado, provocou
prejuízo de US$ 792 milhões para a Petrobrás e, segundo delatores do esquema de
corrupção na Operação Lava Jato, foi aprovado mediante pagamento de propina a
executivos da petroleira.
"O Solidariedade
está consultando advogados sobre o impeachment da presidente Dilma. Falamos
hoje com alguns e amanhã teremos outras conversas", afirmou Paulinho.
"Ela era presidente do conselho de administração da Petrobrás quando
Pasadena foi comprada", complementou. Um dos juristas que serão procurados
pelo partido é Ives Gandra que já elaborou um parecer sobre um pedido de
impeachment por improbidade administrativa.
A presidente Dilma
era ministra da Casa Civil no governo Luiz Inácio Lula da Silva quando presidiu
o conselho de administração da Petrobrás. No ano passado, em nota ao Estado, Dilma
afirmou que só votou a favor da compra da refinaria de Pasadena porque o então
diretor da área internacional da Petrobrás Nestor Cerveró enviou aos
conselheiros um resumo "técnico e falho" que omitia cláusulas
contratuais que se mostraram prejudiciais à Petrobrás. Na nota, a presidente
disse que se tivesse conhecimento dessas cláusulas não teria aprovado a compra
da refinaria. Como presidente do conselho, contudo, Dilma poderia ter acesso a
todos os detalhes da compra da empresa se tivesse solicitado.
A declaração da
presidente ao Estado
provocou a abertura de duas CPIs no Congresso no ano passado para investigar a
Petrobrás que terminaram sem qualquer conclusão. Cerveró esta preso acusado de
operar um esquema de corrupção na diretoria da área interncional da petroleira.
O ex-diretor de serviços da Petrobrás Paulo Roberto Costa, um dos delatores da
Lava Jato, já admitiu ter recebido US$ 1,5 milhão de propina para não de opor à
compra de uma refinaria considerada obsoleta. Em artigo, o jurista Ives Granda
já afirmou: "Como a própria presidente da República declarou que, se
tivesse melhores informações, não teria aprovado o negócio de quase US$ 2
bilhões da refinaria de Pasadena (nos Estados Unidos), à evidência, restou
demonstrada ou omissão, ou imperícia ou imprudência ou negligência, ao avaliar
o negócio."
O Tribunal de Contas
da União (TCU) analisa se a presidente Dilma e os demais conselheiros à época
serão punidos por terem dado o aval para a compra da refinaria, sem o qual o
negócio não teria sido fechado.

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