O deputado estadual
Sousa Neto criticou nas redes sociais a aprovação do Projeto de Lei do Governo
do Maranhão que aumentou a alíquota do ICMS. Considerados “supérfulos” pelo
governo, o parlamentar disse que alguns ítens são fundamentais para pequenos
produtores maranhenses.
“Alegando que o
Estado está passando por uma crise, o governador reajustou de 17% para 18% a
alíquota de ICMS em produtos e serviços. Flavio Dino caracterizou como itens
supérfluos e de luxo, agrotóxicos e rações, o que ele esqueceu é que esses
itens são imprescindíveis para que os pequenos produtores combatam pragas e
alimentem seus animais”, disse.
Sousa Neto lembrou
que mesmo com a crise, o governador Flávio Dino aumentou os gastos com a folha
de pessoal.
“Com mais esse
imposto, Flavio Dino coloca para o povo pagar a conta milionária adquirida com
os gastos do seu governo. Só com folha, por causa da contratação de
pessoal e salários exorbitantes pagos aos seus, principalmente parentes de
secretários, como a esposa de Márcio Jerry que recebe salário acima de 13 mil
reais, o aumento foi de 150 milhões a mais do que a gestão anterior. Ao invés
de enxugar as secretarias, diminuir salários e cumprir a mudança prometida, ele
impõe ao povo mais um imposto, mostrando definitivamente que a única mudança
que ele trouxe para o Maranhão foi a do desgoverno”, reiterou.
MAIS CRÍTICAS AO AUMENTO
Outros deputados de oposição
na Assembleia Legislativa condenaram ontem a aprovação de projeto de lei de
autoria do governo Flávio Dino que aumenta em 1% a alíquota do Imposto de
Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS) para operação de importação,
exportação e transportes, acrescenta itens sobre os quais incidirá adicional de
dois pontos percentuais na alíquota e, ainda, pelo menos dobra os valores da
chamada “tabela das taxas de fiscalização de serviços diversos”.
Na prática, após
sancionada, a lei provocará reajuste de preços de produtos como refrigerante,
ração animal, agrotóxicos e pesticidas, cosméticos, dentre outros, a partir do
dia 1º de janeiro de 2016. Para os comunistas esses são, todos, produtos,
supérfluos ou de luxo.
Em nota encaminhada ao Blog, a deputada estadual Andrea Murad (PMDB) – que não participou da
votação, ocorrida na semana passada, porque estava em tratamento de saúde fora
do Maranhão – disse que o governo tenta justificar o aumento de impostos sustentando
uma tese de crise financeira que não guarda relação com a realidade do
Maranhão.
“Não podemos comparar
a crise que o povo enfrenta com a ‘crise’ que Flávio Dino mente ao dizer passar
o Governo. Nós temos acompanhado as contas do Estado e o orçamento vai bem.
Desde já devemos ficar de olho como a arrecadação de fato está sendo gasta pelo
governo”, declarou.
Para a parlamentar, a
escolha do Executivo de onerar o cidadão comum com mais tributos reflete a
incompetência da gestão, que não consegue enxugar a máquina como deveria. Em
agosto, por exemplo, O Estado revelou que os gastos do governo Flávio Dino com
pessoal haviam aumentado R$ 150 milhões em relação ao ano passado.
“O problema é que o
governador não consegue enxugar [a máquina pública] como deveria e, para
faturar mais ainda, joga para cima da população mais um aumento e ainda se acha
no direito de dizer o que é ou não supérfluo”, completou.
O deputado estadual
Edilázio Júnior (PV) condenou o que considerou “manobra” da base governista
para “ludibriar” os parlamentares presentes à sessão em que o projeto de lei
foi aprovado.
Segundo ele, no dia
da votação, ele chegou a questionar líderes governistas sobre o teor do
projeto.
“Não tinha diário.
Não haviam publicado nada. Eu estranhei e perguntei ao pessoal do governo do
que se tratava, quando fui informado de que o projeto era para garantir que o
ICMS de compras feitas pela Internet ficasse no Maranhão”, relatou.
Mesmo sem comprovação
documental, o parlamentar verde disse que acreditou na palavra dos colegas e
votou a favor.
“Sou oposição, mas
não sou contra o meu estado. Quando me disseram que era um projeto que
garantiria mais recursos para o Maranhão, eu votei a favor. Mas só agora e só
agora descobrimos do que se tratava”, completou.
Transitórias – Também por meio de
nota, o Governo do Estado informou que parte dos recursos arrecadados serão
repartidos com os municípios.
“Elas visam assegurar
a continuidade dos serviços estaduais oferecidos à população e também ajudarão
os municípios, que terão direito a 25% do ICMS, nos termos da lei”, diz o
Executivo.
Ainda no comunicado,
o governo garantiu que o aumento do imposto é “transitório” e que pode ser
revisto se a crise econômica por que passa o país for amenizada.
“O Governo do
Maranhão reafirma que estas são medidas transitórias e que estão sujeitas a
revisão, tão logo a crise econômica nacional seja amenizada”, finaliza o
documento.
As notas
taquigráficas da sessão da Assembleia em que foi aprovado o aumento do ICMS
proposto pelo governo Flávio Dino (PCdoB) apontam que o projeto foi apreciado
em regime de urgência. As comissões técnicas emitiram parecer sobre a matéria
em plenário e o presidente da Casa, deputado Humberto Coutinho, conduziu a
votação em rito sumário.
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