Por Sérgio Mathias
Quando escrevo que o
Governo do Maranhão é muito bom midiaticamente falando, mas completamente
inoperante quando se parte para a realidade, é porque como todo e qualquer
cidadão me deparo com fatos vergonhosos como o que ocorreu na tarde de ontem
quinta-feira (22). Uma viatura da Polícia Militar que era usada em uma ação
deixou a guarnição na mão ao dar prego em pleno centro de
Bacabal.
Vexame que deixa
público e notório a falta de condições de trabalho e a desvalorização desses
profissionais, sem contar com o desrespeito dos nossos governantes com a
população, obrigada a viver presa em casa, vendo os bandidos livres, leves e
soltos.
Para tentar resolver o problema da
Blazer, cor branca, ano 2009/2010, foi chamado um mecânico, mas como
o veículo tem quase seis anos de uso foi o jeito leva-lo rebocado por
outra viatura para uma oficina. Sendo que, por falta
de manutenção adequada dois carros que deveriam está circulando nas ruas
no combate a criminalidade, ficaram horas paradas, e sabe-se lá quando a
viatura que teve problemas mecânicos irá volta
a funcionar.
Para piorar, a briga
entre o comando do 15º BPM e parte da tropa tem um capítulo a cada semana, tudo
em razão do Tenente-coronel Miguel Neto não ter sob seu domínio aqueles que,
hierarquicamente, deveriam ser seus comandados.
A situação tem a ver
com a onda de violência na cidade e, principalmente, com a relação estremecida
de alguns policiais com a imprensa, fazendo assim com que se neguem a conceder
entrevista para dar detalhes das operações realizadas. O comandante que, a
princípio, até certo ponto alimentava essa prática, chegando inclusive a taxar
a imprensa bacabalense de sensacionalista, acabou baixando a guarda. Durante
uma reunião regada a cerveja na residência do próprio comandante, entre ele e
alguns apresentadores de TV, a paz foi selada.
Quando se esperava que
tudo fosse voltar ao normal, veio outra surpresa, os policiais fecharam questão
em relação a manter a decisão de não conceder entrevistas, fato que acabou indo
de encontro ao que foi acertado na reunião.
Para manter a palavra
que tinha dado aos apresentadores, o comandante resolveu baixar duas portarias
obrigando seus comandados a concederem entrevistas e proibindo
parcialmente o uso do gás de pimenta nas ações, já que essa era uma das
reclamações de pessoas envolvidas em ocorrências.
Tais medidas,
reproduzidas no Blog do Sérgio Matias, foram também rechaçadas pela maioria da
tropa, e, na mesma semana, repercutida na tribuna da Assembleia
Legislativa do Maranhão pelos deputados Roberto Costa (PMDB) e Sousa Neto
(PTN).
Essas reações fizeram
o comandante denunciar os policiais por insubordinação, ao Comando Geral da
Polícia Militar do Maranhão, em São Luís. Foi na capital também que o Soldado
Francisco Gomes de Sousa, presidente da Associação dos Policiais Militares
da Região do Médio Mearim (ASPOMMEM), também se dirigiu com outros colegas de
farda para participar de uma audiência com o secretário de Segurança Pública,
Jéferson Portela.
À reunião os mesmos
foram acompanhados do deputado estadual Cabo Campos (PP) e relataram ao
secretário a situação em Bacabal, que, de acordo com eles, Jéfferson Portela se
disse surpreso, principalmente, com a insegurança vivida por nossa população,
pois o que ele tinha em mãos era um relatório que mostrava justamente o
contrário, ou seja, uma cidade onde o índice de violência diminuía a cada mês.
Depois de toda a
celeuma, como já era de se esperar, a corda quebrou do lado mais fraco. O
secretário de Segurança Pública fez pouco caso da situação e aqui no Quartel do
15º Batalhão o Soldado Diego Silva Paixão, que esteve fazendo parte da comitiva
do presidente da associação, foi surpreendido com o recebimento de um oficio
assinado pelo Tenente-coronel Miguel Neto dando conta que ele, a partir da
próxima segunda-feira (26), não faria mais parte do efetivo local, devendo
então prestar serviço na cidade de Marajá do Sena.
Conhecido por seus
pares pela coragem e espírito de liderança, de família tradicional bacabalense,
o Sd. Diego Paixão ingressou na corporação no ano de 2010 e serve a nossa
sociedade desde janeiro de 2011.
Em poucos anos de
serviço, ganhou respeito e admiração por ajudar a Polícia Militar a tirar de
circulação homicidas, assaltantes, traficantes, além de inúmeras prisões de
estelionatários.
Pelo bom trabalho
prestado a sociedade bacabalense, e bom relacionamento com os cidadãos e pares,
o policial coleciona várias amizades que se mostram insatisfeitas com seu
remanejamento para outro município, o que consideram uma perseguição ao trabalho
feito em defesa da classe junto a Associação dos Policiais Militares da
Região do Médio Mearim (ASPOMMEM).
Portanto, pelo visto a
sociedade continuará por um bom tempo pagando o preço dessa desordem e falta de
investimento na segurança pública, isso sem contas as outras demandas.
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