O governador do Maranhão, Flávio Dino
(PCdoB), defendeu ontem, pela primeira vez publicamente, a volta da
Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). O assunto vem
sendo debatido pelo Governo Federal e por governadores desde setembro.
O comunista chegou a ser apontado
nacionalmente como artífice da ideia de reinstituição do imposto com alíquota
de 0,38% – a proposta da presidente Dilma Rousseff (PT) é de alíquota de 0,20%
-, embora se esforçasse para negar, acusando a imprensa de “inventar” a
proposta.
Contudo, ao discursar a uma plateia
de prefeitos, durante a I Marcha Municipalista do Maranhão, realizada pela
Federação dos Municípios do Estado do Maranhão (Famem), em São Luís, Dino
externou sua crença de que a volta do chamado “imposto do cheque” pode ser a
redenção do financiamento para a saúde.
“A CPMF não foi criada na semana
passada, a CPMF existiu durante dez anos no Brasil, com alíquota de 0,38%, não
era alíquota de 0,20%. E aí, por um momento, o Congresso resolveu acabar com a
CPMF. Tá fazendo falta. Ou bota a CPMF ou bota outra coisa no lugar”, disse.
O comunista ainda disparou uma
espécie de crítica direcionada aos prefeitos que são contra a volta da CPMF.
Segundo ele, e de causar “espanto” que haja gestores contra a reinstituição da
contribuição.
“Me espanta um gestor público que é
contra a volta da CPMF”, completou.
Polêmica – O
posicionamento de Flávio Dino a favor da volta da CPMF – e sua tentativa de
negar em público que defendia a proposta – provocou uma polêmica com o
governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB).
Em setembro, após reunião com a
presidente Dilma Roussef, governadores apontaram o chefe do Executivo do
Maranhão como o mentor da ideia de volta do “imposto do cheque” com alíquota de
0,38%. Dino reagiu, negando que tenha discutido o tema com a presidente, e
garantindo que propôs apenas medidas de “combate à sonegação fiscal”.
Dias depois, no entanto, Pezão,
confirmou à Agência Brasil que partiu do comunista a proposta de reinstituição
da CPMF, e com alíquota mais alta.
“Segundo Pezão, foi do governador do
Maranhão, Flávio Dino, a ideia de elevar a alíquota para 0,38% para que a
diferença entre o percentual e a proposta de 0,2% do governo possa ser
transferida para os estados”, disse a Agência Brasil em texto sobre o encontro
dos governadores com a petista.
Flávio Dino, então, votou a se
manifestar, atacando veículos de imprensa do Maranhão que repercutiram a
entrevista do governador do Rio de Janeiro. “Andam sempre muito longe da
verdade”, disse.
Nenhum comentário:
Postar um comentário