Por Ricardo Murad
Dilma e
Lula precisam parar e pensar realisticamente a respeito da situação do governo.
A questão não é se vai ou não ter impeachment, como afirmam os oposicionistas,
ou golpe, como querem dizer os governistas. A realidade é a realidade e o fato
que não se pode desconhecer é a perda total, com Lula ou sem Lula, do atual
governo continuar. Falta-lhe o essencial: crédito.
Se
aqueles que pretendem tirar a presidente não conseguirem os 342 votos
necessários, obtiverem, vamos dizer, 300, como a presidente vai governar com
minoria no Congresso, com uma base minoritária formada por pequenos partidos e
parlamentares, que ficaram com o governo em troca de cargos e favores? A crise
econômica e política vai se agravar e o país entrará numa espécie de anarquia
de consequências trágicas. Um país onde a grande maioria exige o fim do governo
e um “governo” sem a menor capacidade de governar.

Dilma
ou Temer no governo, nos moldes atuais, ambos com a credibilidade ferida de
morte, governando o país na maior crise de sua história, com as instituições
fragilizadas e corrompidas, com um Congresso fisiologista e sem qualquer
credibilidade, nenhuma diferença fará: a crise só vai se agravar. Por isso,
para apontar um novo tempo para o país, somente uma providência drástica e
imediata, sob a inciativa de qualquer dos dois, como a eleição de uma
constituinte exclusiva já eleita em outubro, com prazo certo até as eleições de
2018, poderá unir a nação e dar ao governo o caráter de salvação nacional pelo
tempo que ainda lhe resta.
Ricardo
Murad é ex-presidente da Assembleia Legislativa e ex-secretário de Saúde do
Maranhão
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