quarta-feira, 31 de março de 2021

SECRETARIA DE CULTURA HOMENAGEIA ARTISTAS DURANTE O MES DE ABRIL


A partir de amanhã, primeiro de abril, mês dos 101 anos da cidade, um trabalho da Secretaria Municipal da Cultura de Bacabal será   postado por todo o mês no Blog do Zé Lopes.  Trata se da história dos artistas bacabalenses.

Com pesquisa e texto de Zé Lopes, organização de Marcela Ferreira e Silva e coordenação do Secretário Jerry Ibiapina, as matérias, embora biográficas,  fogem da mesmice convencional, contendo em seu teor, observações com muito bom humor e romantismo.

Serão trinta artistas da música e da poesia que desfilarão durante todo o mês de abril.

Aos demais blogueiros, bom para repostagem e para arquivo. 

Tudo começa amanhã as 1l0h

Amanhã, primeiro de abril e não é mentira não.

MORRE O BACABALENSE BATISTA MATOS VEREADOR DE SAO LUÍS


Faleceu, na manhã desta quarta-feira (31), o vereador João Batista Matos. Ele estava internado no hospital São Domingos há praticamente um mês e há, uma semana, estava na UTI depois que o quadro se agravou, sendo intubado.

Batista havia sido curado recentemente de um câncer.

A família divulgou nota.

NOTA DE FALECIMENTO E PESAR*

“Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. 8 Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda.”

2 Timóteo 4:7-8

É com imensa tristeza e consternação que a assessoria e a família comunicam o falecimento do nosso irmão em Cristo e eterno Vereador João Batista Matos Viana Pereira, ocorrido no início da manhã desta quarta-feira, 31 de março de 2021, em decorrência de complicações pela Covid-19.

Nesse momento de extrema dor, pedimos as orações e a consolação do ESPÍRITO SANTO de DEUS sobre sua amada esposa Liana Ramalho, filhos Samuel e Daniel Matos, sua mãe D. Clenir, parentes, irmãos em Cristo e amigos.

“Preciosa é à vista do Senhor a morte dos seus santos”.

Salmos 116:15

Trajetória

João Batista Matos é casado com a arquiteta Liana Ramalho com quem tem dois filhos, Samuel e Daniel. Uma das primeiras batalhas vencidas foi a dificuldade na infância. Filho de uma mãe que lavou roupa e também cuidou da casa dos outros, aos 40 dias de seu nascimento foi morar com outros familiares em Bacabal. Retornou sete anos mais tarde, quando a mãe, Dona Clenir, que é exemplo de conquista para o filho, já era auxiliar de enfermagem concursada do hospital Dutra e do Hospital Infantil.

João Batista frequentou as escolas públicas (Luís Viana, Sesi e Liceu) e com muita determinação superou cada obstáculos impostos pela vida. Obstáculos que, como diz, serviram como provas para capacitá-lo a enfrentar grandes desafios. Com isso, o sonho de se tornar um grande comunicador virou uma realidade, sendo aprovado anos mais tarde para o curso de Comunicação Social na UFMA (Radialismo). Também foi professor de inglês e membro de uma Ong francesa.

Após anos de vivência com entidades comunitárias e o dia-a-dia nas redações do O Estado do Maranhão, O Imparcial e nas rádios Mirante e FM Esperança, permitiram que João Batista entendesse sua vocação para a política. Muito mais que isso, entendesse a vocação para atender as necessidades do seu povo, da sua gente.

LUTAS SOCIAIS

Daí pra frente, Batista engajou-se nas lutas e tornou-se um grande guerreiro das causas sociais. O pontapé inicial foi com a criação de bibliotecas comunitárias, reestruturação de escolas e o esforço para que a água chegasse às casas de centenas de moradores da Alemanha.

Incomodado por sempre ouvir que sua região era muito violenta, Batista foi à luta e conseguiu a reforma da praça da Alemanha. Um grande feito, com um valor incalculável. Pois, não foi construído apenas um local de bate-bola, foi estabelecido um espaço onde crianças, jovens e adultos interagem opor meio do esporte da cultura e do estudo.

Batista conquistou novos benefícios para a região, como a chegada da 2° Companhia da Polícia Militar e a implantação de um Telecentro de informática em parceria com o Conselho Cultural que ele preside, Ministério da Justiça, Secretaria de Segurança, Polícia Militar e Senac/Sesi. Com esta vitória, Batista possibilitou a muitos jovens e adolescentes um futuro com melhores possibilidades. Muitos já se formaram nos cursos de capacitação, como informática e auxiliar administrativo.

Pra se ter uma ideia do ganho da comunidade, a rua mais famosa da Alemanha, a Rua 4, antes era conhecida como a rua dos integrantes de membros das gangs Bota Preta e da GA (Garotos da Alemanha). Hoje esta rua é conhecida como a que tem dois grandes times de futsal, o Juventude e o Pé na Jaca.

Na Câmara de Vereadores, João Batista se destacou com discursos enfáticos em defesa dos direitos da população. Uma das batalhas encaradas pelo vereador foi a luta contra o aumento abusivo da Caema. Batista, juntamente com a promotora Lítia Cavalcante, impediu o aumento de quase 90% em 2011.

DEPUTADO JOÃO MARCELO DESTACA CONTINUIDADE DO AUXÍLIO EMERGENCIAL TAMBÉM PARA O SETOR CULTURAL



O deputado federal João Marcelo destacou essa semana a importância de continuidade do auxílio financeiro também para o setor cultural. 

A Lei 14.017/ 2020, Lei Aldir Blanc, que foi aprovada em agosto do ano passado, pelo Congresso Nacional, ainda está em vigor. "É importante ressaltar que estamos vivendo o agravamento da pandemia. A classe artística é uma das mais atingidas por essa crise sanitária. Precisamos garantir o auxílio emergencial de R$ 600 reais aos profissionais do setor cultural por mais tempo", destacou João Marcelo. 

Em Bacabal, o parlamentar está, frequentemente, em contato com músicos e outros profissionais do meio artístico para viabilizar o acesso de todos, a estes recursos, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e de entidades envolvidas com o setor cultural na cidade. "Até conseguirmos vacina suficiente para imunização em massa, precisamos apoiar os setores mais vulneráveis da sociedade e evitar o enfraquecimento ou até o desaparecimento de instituições ligadas à cultura", ressalta o parlamentar. 

De acordo com o dispositivo legal, foram repassados R$ 3 bilhões de reais a estados e municípios, para atender pequenas e microempresas, trabalhadores informais, organizações culturais,  espaços artísticos e cooperativas culturais que perderam renda em razão da pandemia causada pelo coronavírus.


JA SÃO MAIS DE SEIS MIL ÓBITOS


Como era esperado, infelizmente, o Maranhão alcançou, na noite de ontem, terça-feira (30), os seis mil óbitos pela Covid-19, desde o início da pandemia.

De acordo com o boletim da Secretaria de Saúde, foram registradas mais 40 mortes em 24 horas, duas a menos que o recorde de óbitos, registrado na segunda-feira (29), quando o Maranhão teve 42 óbitos pela doença.

Além disso, outro número que segue crescente e, consequentemente, preocupante é o numero de ativos, ou seja, o número de pessoas contaminadas. Nesta terça-feira esse número ultrapassou a casa dos 15 mil infectados.

O curioso é que o governador Flávio Dino, que fez questão de lamentar os 300 mil óbitos no Brasil, ainda não se posicionou sobre o fato do Maranhão ter ultrapassado os seis mil óbito.

Só que essa postura de Flávio Dino tem sido corriqueira, foi a mesma que o comunista adotou quando o Brasil bateu o recorde de mortes e quando o Maranhão também teve 42 óbitos em 24 horas, maior número registrado desde o início da pandemia (reveja).



terça-feira, 30 de março de 2021

COLUNA DO JOSÉ SARNEY

 O AMOR É UM MUNDO DE PAZ

Por José Sarney

Entre perplexo, revoltado, preso de um medo que cada vez se prolonga mais, o Brasil assiste entre preces e lágrimas ao anúncio dos recordes mundiais que alcançamos em mortes provocadas pela Covid.

O que podemos fazer? Acho que ninguém deixa de estar disposto a ajudar. O problema tornou-se uma tragédia global pelas circunstâncias que cercaram a pandemia. Primeiro o caráter de surpresa com que a quase totalidade do mundo foi tomada — apenas alguns milhares de cientistas e estudiosos sabiam que ela viria a qualquer momento. Aliás o inesperado caracteriza as catástrofes. Nos seus bilhões de anos a nossa Terra, como o universo, é marcada por acasos, nas contorções que lhe dão desde a forma geográfica — com a criação de oceanos, montanhas, vulcões, destruição de cidades — até à criação da vida e ao aparecimento e à extinção das espécies. A própria prevalência da espécie homo sapiens foi fruto do desaparecimento dos seus parentes mais próximos, como os neandertais, que chegaram a misturar-se ao próprio sapiens.

Não deixemos de considerar que somos uma espécie extremamente recente, de cerca de trezentos mil anos, que teve em sua adaptação e predominância a vantagem decisiva da linguagem, esta talvez há apenas 70 mil anos.

Criamos várias civilizações, convivemos com vários tipos de sociedade e chegamos à modernidade e à pós-modernidade. Conseguimos desvendar o mundo dos genes e das proteínas, o mundo das partículas de alta energia, como o bóson de Higgs — a que chamaram de “partícula de Deus”, por concluir o “Modelo Padrão” que explica a estrutura do universo.

E assim o bicho homem desfruta de um mundo extraordinário — o dos sentimentos —, que nos dá a sublimação da alegria, do prazer, do sentimento do amor e também da tristeza, da dor. Aquilo que Bergson chamava de “sentimento da alma”.

Pois bem, isso que nos traz a alegria de viver dá ao homem também a desgraça da maldade, do ódio, da inveja, da destruição. As nações se organizam e, em vez de construir um mundo de paz, de convivência pacífica, de uma Humanidade sem armas, sem ódio, sem competição, marcha em busca de armas cada vez mais potentes, capazes de destruir países e até a vida na Terra.

Mas se esquece que a natureza é mais forte que todos esses atos. E ela reage de maneira aleatória, como o passado mostrou tantas vezes, trazendo as pestes, a destruição de espécies, e nos ameaça com aquilo que Helmut Schmidt dizia — repito ainda uma vez — ser a maior ameaça ao futuro da Humanidade: as doenças desconhecidas. A nossa geração já conhece duas: a Aids e a Covid.

A presença do acaso em absolutamente todos os fatos da natureza levava Einstein a dizer que sua ideia de Deus era formada por sua “profunda convicção na presença de um poder superior, que aparece no universo incompreensível”.

A desgraça da Covid que nos ameaça, que não sabemos como começou e como vai terminar, nos leva a pensar no início da filosofia, o de onde viemos e para onde vamos, de Platão.

Eu, que sou cristão, penso no amor, na solidariedade e na construção, depois dessa tragédia, de um mundo melhor, mais humano e de paz.

 

MARANHAO REGISTRA RECORD DE MORTES POR COVID EM 24 HORAS

 


No dia em que completou um ano do primeiro óbito da Covid-19 no Maranhão, o estado bateu o recorde de mortes em 24 horas, registrado no boletim da Secretaria de Saúde.

Na noite de ontem,  segunda-feira (29), o boletim da SES contabilizou, infelizmente, 42 óbitos em 24 horas e esse número foi recorde, o maior já registrado desde o início da pandemia.

O curioso é que o recorde de mortes em 24 horas acontece justamente no dia em que as medidas restritivas foram flexibilizadas pelo governador do Maranhão, Flávio Dino, com a reabertura de bares, restaurantes, escolas e faculdades.

Além disso, o Maranhão alcançou a marca de 5.991 mortes pela Covid-19 e se aproxima da terrível marca de 6 mil óbitos, o que, infelizmente, deve ser alcançado na terça-feira (30).

Pior é que, como mais cedo o Blog destacou, o governador Flávio Dino e o secretário de Saúde do Maranhão, Carlos Lula, parecem não falar a mesma “língua” (reveja) sobre o enfrentamento da doença e, pelos números de hoje, é o secretário que está com a razão

segunda-feira, 29 de março de 2021

BACABAL COM BARES E RESTAURABTES ABERTOS


 A Prefeitura de Bacabal publica neste domingo, 28, decreto contendo novas regras para o combate à disseminação do coronavírus. Bares e restaurantes que estavam fechados poderão reabrir. Aulas presenciais estão permitidas em escolas privadas.


As novas medidas entram em vigor na segunda-feira, 29 e a validade se estende até o dia 4 de abril. O novo decreto publicado neste domingo alterou o artigo 5º do Decreto nº 708, de 4 de março de 2011, passa a valer a seguinte redação:


O artigo 5º do Decreto nº 708 de 04 de março de 2021 passa a vigorar com a seguinte redação:


Art. 5º As atividades comerciais como restaurantes, bares, lojas de conveniência, lanchonetes e congêneres poderão funcionar com 50% (cinquenta por cento) da sua capacidade física e deverão encerrar suas atividades diárias às 21 horas, no período de 29 de março a 04 de abril de 2021.


Parágrafo único. No período de vigência deste decreto, os serviços de Delivery e Drive-thru deverão encerrar às 23 horas.


O novo decreto municipal alterou também o artigo 7º, prorrogando a suspensão das atividades presenciais das Secretarias e autarquia vinculadas ao Poder Executivo Municipal, à exceção das Secretarias que exerçam atividades essenciais.


O restante do conteúdo dos Decretos nº 708 de 04 de março de 2021, nº 710 de 11 de março de 2021, nº 713 de 14 de março de 2021 e nº 715 de 21 de março de 2021, permanecem em vigor.


BARES , RESTAURANTES E ESCOLAS VOLTAM A FUNCIONAR NORMALMENTE

 

Depois de quase um mês sem funcionar com o atendimento presencial, escolas, faculdades, bares e restaurantes, irão voltar a funcionar “normalmente” a partir desta segunda-feira (29).

O governador do Maranhão, Flávio Dino, anunciou em coletiva na última sexta-feira (26) uma flexibilização das medidas restritivas e, enfim, voltou a liberar escolas, faculdades, bares e restaurantes para o atendimento presencial.

No entanto, bares e restaurantes só podem funcionar com o atendimento em 50% da sua capacidade, enquanto que escolas e faculdades podem voltar ao atendimento híbrido, presencial e remoto, como estava acontecendo antes das medidas restritivas com a chegada da segunda onda da Covid-19.

Apesar de ter flexibilizado as medidas para esses segmentos, que já vinham praticamente sendo sacrificados sozinhos, o governador manteve o serviço publico estadual suspenso por mais uma semana, manteve o horário do comércio entre 9h as 21h e ainda estão suspensos shows e eventos.

Vale lembrar que apesar dessa decisão de Dino, os números seguem em alta no Maranhão, já que novamente o boletim da Secretaria de Saúde do Maranhão voltou a confirmar 39 óbitos em 24 horas e quase 15 mil pessoas com o vírus ativo.

ENERGIA PARA BAIXA RENDA NAK PODE SER CORTADA

 

Agora é oficial. A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) decidiu suspender o corte de energia dos consumidores de baixa renda, por inadimplência, em todo o Brasil. A medida vale até 30 de junho, para os consumidores da tarifa social de energia elétrica, contemplando aproximadamente 12 milhões de famílias.

A medida foi destacada pelo próprio presidente da República, Jair Bolsonaro, nas redes sociais, durante o fim de semana.

A tarifa social é uma política pública que concede descontos na conta de luz para as famílias de baixa renda. Com ela, o consumidor recebe um abatimento mensal na conta de luz que varia de acordo com a tabela de consumo. Têm direito ao desconto as famílias inscritas no Cadastro Único com renda mensal menor ou igual a meio salário-mínimo por pessoa, ou famílias com portador de doença que precise de aparelho elétrico para o tratamento – nesse caso, com renda mensal de até três salários-mínimos. Também têm direito as famílias com integrante que receba o Benefício de Prestação Continuada.

A decisão da ANEEL não isenta esses consumidores do pagamento pelo serviço de energia elétrica, mas tem como objetivo garantir a continuidade do fornecimento àqueles que, neste momento de pandemia, não tem condições de pagar a sua conta.

Também está vedado o corte de energia de unidades consumidoras com equipamentos vitais à preservação da vida e dependentes de energia elétrica, além de unidades de saúde, a exemplo de hospitais e centros de produção, armazenamento e distribuição de vacinas.

Outra medida importante para as famílias de baixa renda é a manutenção dos descontos tarifários, considerando a suspensão das ações de averiguação e de revisão cadastral do Cadastro Único pelo Ministério da Cidadania.

Outro ponto que beneficia todos os consumidores e as distribuidoras é a suspensão do prazo para o corte de energia de faturas antigas. Com isso, os consumidores passam a dispor de mais tempo para quitar suas contas e as distribuidoras podem direcionar equipes para atividades mais prioritárias.

As medidas aprovadas nesta sexta terão validade até 30 de junho de 2021, podendo ser reavaliadas ou prorrogadas a depender da evolução da pandemia no país. Para viabilizar essas providências, durante esse prazo de vigência da resolução, as distribuidoras podem suspender o pagamento das compensações por eventual má qualidade do serviço. Até 31 de dezembro de 2021, as distribuidoras deverão creditar as compensações não pagas aos consumidores. O índice de correção será deliberado pela diretoria da ANEEL ainda este ano, quando for votada a consolidação das regras de atendimento ao consumidor de energia elétrica.

O funcionamento dos postos de atendimento presencial e de outros canais está mantido, bem como todas as demais regras de prestação do serviço público. As distribuidoras poderão deixar de cumprir alguma de suas obrigações somente em caso de decretação local de medidas de restrição pelo poder público competente que afetem a prestação do serviço público.

domingo, 28 de março de 2021

COLUNA DO DR. ERIVELTON LAGO

A PAIXÃO DO MEU AMIGO E O MEDO DA MINHA PAIXÃO 

O namoro é uma instituição de relacionamento interpessoal não moderna, que tem como função a concretização do sentimental entre duas pessoas em troca de conhecimentos e uma vivência com um grau de comprometimento menos sério que o matrimônio. A grande maioria das pessoas utiliza o namoro como pré-condição para o estabelecimento de um noivado ou casamento. Eu sempre entendi que é muito mais fácil uma mulher arranjar um namorado do que o homem arranjar uma namorada. A mulher escolhe, o homem é escolhido. Outra coisa, namoro é bicho fácil de terminar. Em 1983, ainda um novato na polícia civil, a primeira delegacia que trabalhei foi no bairro da Vila Palmeira. Nessa época, os meus melhores amigos eram os comissários de polícia Hailton Barbosa Costa, Marcos Valério e Henrique. Hailton namorava com uma moça muito bonita conhecida pelo nome de Regina. O Henrique namorava a irmã de Regina, uma tão bonita quanto a outra. A namorada de Henrique era Tércia. Nós três éramos como carne e unha, onde um estava, os outros estavam também. Hailton era poeta e tinha uma paixão avassaladora pela bela namorada. Em alguns plantões, ele varava a noite chorando devido aos desentendimentos com a bela moça. Porém, entre uma lágrima e outra, ele escrevia belos poemas bem metrificados e rimados para a namorada. Eu, apesar de na época lamentar pelo seu sofrimento, por outro lado, achava a coisa mais linda a paixão dele por ela. Para mim, era uma novela da vida real. Ele escrevia à noite, mas no amanhecer do dia, rasgava várias poesias que escrevia e me pedia para eu ler em voz alta aquelas que ele entendia ser as melhores. Certo dia, Hailton me disse: meu caro amigo Erivelton, a distinção entre a paixão e a loucura é muito perigosa e incerta, pois não existe uma linha divisória entre as duas. Nessa época, eu era metido a cantor, tinha um violão e tocava medianamente. Então, eu musicava os poemas de Hailton e depois cantava para o deleite do amigo apaixonado. Certo dia, resolvemos criar uma banda chamada “Banda HEH”. Ensaiamos duas das nossas músicas para o lançamento da banda no aniversário de uma das lindas irmãs. Todavia, a música forte da banda era o sucesso de Gilberto Gil, “Andar Com Fé”, de 1982, do álbum Um Banda Um, o mesmo que trouxe clássicos como “Drão” e “Esotérico”. Chegou o dia do aniversário, a banda estava lá. Eu era o crooner e o violonista da banda; Henrique era o baterista e Hailton revesava nas mãos um triângulo e um pandeiro. Eu sentia que faltava alguma coisa na nossa banda, mas a animação do trio não permitia muitas reflexões sobre os detalhes de uma banda musical. Tocamos a primeira música da nossa autoria, mas não conseguimos animar nem a aniversariante nem os convidados. Cantei mais uma música e nada de aplausos. Pensei: tem alguma coisa errada. Então veio o grande momento: a música “Andar Com Fé”. Terminei de cantar Gilberto Gil e uma moça que estava sentada numa mesa ao lado da banda bateu palmas. Somente ela bateu palmas. Era Rosa Austríaco, muito amiga da aniversariante e da sua irmã. Logo em seguida, Hailton chegou no meu ouvido e disse: Eita porra, ninguém tá gostando da nossa banda. As meninas querem ligar a radiola. Ouvi o cochicho já meio decepcionado com o nosso desempenho. Então, sugeri: Liguem a radiola. Imediatamente ligaram o som e começou a rolar as músicas: “Muito estranho”, de Dalto; “Leão ferido”, de Biafra; “Morena Tropicana”, de Alceu Valença; “Banho de Espuma”, de Rita Lee e “Festa do Interior”, de Gal Costa. Nesse momento, nós mesmos sentimos que a festa melhorou. Pois bem, essa foi a primeira e última apresentação da “Banda HEH”. Fiquei por ali meio desanimado e terminei me aproximando de Rosa, a única moça que nos aplaudiu. Daí começamos um namoro aprovado com louvor pelos meus colegas. Era uma menina muito bonita, cabelos pretos, longos e educadíssima. Todos aprovaram o namoro. Acontece, porém, que Rosa tinha uma outra paixão desde quando ela tinha 13 anos de idade. O nome do cara era Manezinho. Dizia ela: olha, eu quero namorar com você, mas gosto muito de ouvir o Cantor Roberto Carlos, pois as suas músicas me fazem lembrar o Manezinho. Não gostei da prosa, mas enfrentei a parada. Logo, naquele período, foi anunciada a vinda do Rei à nossa capital. Rosa falou que gostaria de ir ao show. Então pensei: Puxa vida, ela continua pensando no Manezinho. Falei com meus botões, com meus amigos e decidi: vou terminar esse namoro. Avisei meus amigos que não iria mais fazer parte do grupo dos 3 casais, pois havia terminado com Rosa. Falei que era culpa de Manezinho e Roberto Carlos. Acabou o namoro, acabou a banda e passei uns tempos chateado com Roberto Carlos e Manezinho. Anos depois, me encontrei com Rosa num shopping, eu já casado com a bela Iva e ela casada com um rapaz muito elegante. Então perguntei para ela: Rosa Austríaco, cadê Manezinho? Ela respondeu: que Manezinho?