quinta-feira, 25 de julho de 2013

HISTÓRICO! GALO BATE OLIMPIA NOS PÊNALTIS E É CAMPEÃO DA LIBERTADORES

Atlético-MG tira vantagem paraguaia no tempo normal, suporta prorrogação e leva torcida ao delírio nos pênaltis, no maior dia de sua história de amor







O ano começou uma frase na cabeça de todos os atleticanos, "13 é Galo", em referência ao jogo do bicho. Ainda assim, os mais otimistas não arriscavam garantir que isso significaria conquistar a Taça Libertadores em 2013, o que aconteceu nesta quarta-feira, com uma vitória inesquecível sobre o Olimpia.
O clube mineiro entrou em campo precisando reverter o placar de 2 a 0 sofrido na partida de ida em Assunção. Leonardo Silva e Jô - que terminou a competição como artilheiro isolado, com sete gols - devolveram a derrota da ida, levando o jogo para a prorrogação. A igualdade levou a final para os pênaltis, em que o Galo venceu por 4 a 3.
Nas cobranças, não houve herói como nas semifinais contra o Newell's, em que Guilherme marcou no finzinho e Victor pegou dois pênaltis. Hoje, Alecsandro, o mesmo Guilherme, Jô e Leonardo Silva marcaram na disputa. Ronaldinho, quinto da lista, sequer precisou cobrar. Victor defendeu a cobrança de Miranda, e Giménez acertou a trave na última cobrança do time paraguaio.
Este é o primeiro título do Atlético na Libertadores. A vibração é ainda maior, já que grande parte da torcida nunca havia visto o clube ganhar uma taça de grande expressão - desde o Campeonato Brasileiro de 1971, as conquistas mais significativas foram em Campeonatos Mineiros e na Copa Conmebol.
O jogo ainda registrou o recorde de renda do futebol brasileiro de todos os tempos, com arredacação de pouco mais de R$ 14 milhões, para um público pagante de 56.557 pessoas. A marca anterior era do duelo entre Santos e Flamengo na primeira rodada do Brasileirão, que teve renda de R$ 6,9 milhões, na inauguração do Estádio Nacional Mané Garrincha.
Com tantos fatos e números para tornar a noite inigualável, de quebra, a vitória do Atlético credencia o clube para disputar o Campeonato Mundial de Clubes em dezembro, no Marrocos. Um dos adversários na competição poderá ser o poderoso Bayern de Munique, que já garantiu presença com o título da Liga dos Campeões da Europa.
O troféu continental também é inédito para a maior estrela da companhia atleticana, Ronaldinho Gaúcho. Mais do que isso, o camisa 10 se torna o primeiro jogador eleito melhor do mundo a conquistar uma Libertadores.
A missão de hoje não era nada fácil. Afinal de contas, desde 1987, quando a Libertadores começou a ter final disputada em dois jogos com saldo de gols como primeiro critério de desempate, apenas um time foi vice-campeão após vencer a ida por 2 a 0.
E um dos protagonistas desta história, que aconteceu em 1989, foi o próprio Olimpia. O 'Decano' levou o mesmo placar na volta para o Nacional de Medellín e acabou caindo nos pênaltis por 5 a 4. No gol do time paraguaio estava o atual técnico Ever Hugo Almeida, um dos cinco atletas da equipe a desperdiçar cobrança.
Para conseguir mais uma virada histórica, Cuca preferiu a segurança da formação habitualmente usada. Com isso, os laterais de origem Michel e Júnior César substituiram os suspensos Marcos Rocha e Richarlyson. No setor ofensivo, o titular Bernard retornou à equipe no lugar de Luan.
No Olimpia, Éver Hugo Almeida escalou o time no 5-3-2, com Mazzacotte entrando na lateral direita. Benítez jogou no lado esquerdo, já Alejandro Silva passou para o meio. Autor do segundo gol no jogo de ida, Wilson Pittoni, ex-Figueirense, ficou responsável pela armação de jogadas.
Como contra o Newell's Old Boys, o Galo partiu para cima com o apito inicial. Aos 2 minutos, em descida pela direita, Diego Tardelli bateu cruzado. Jô e Bernard se esticaram, mas não conseguiram tocar na bola para finalizar. Ronaldinho voltou a assustar sete minutos depois, com chute de fora da área, que parou na defesa de Martín Silva.
A pressão dos donos da casa só foi interrompida aos 15 minutos, quando a zaga atleticana cochilou e Bareiro recebeu sozinho na área. O atacante foi displicente ao concluir, e Victor conseguiu evitar o gol ao defender com as pernas.
Nervoso, o Atlético começou a ter dificuldades para se impôr no jogo, tanto é que o Olimpia voltou a ficar muito perto de marcar aos 33 minutos, com Victor voltando a aparecer bem. Alejandro Silva recebeu sozinho, mas acabou chutando fraco.
Com o empate sem gols do primeiro tempo, os dois técnicos prepararam alterações no intervalo. Cuca quis melhorar a saída de bola ao colocar Rosinei no lugar de Pierre. Éver Almeida, provavelmente querendo acabar com o desperdício de chances, lançou Ferreyra no lugar de Bareiro.
Logo no primeiro minuto, o Galo mostrou a que veio na etapa final e fez explodir sua apaixonada torcida. Após cruzamento de Ronaldinho Gaúcho da direita, Pittoni furou dentro da área, e a bola sobrou para Jô, que emendou de primeira para abrir o placar.
A partir daí, o time da casa foi para cima. Aos 5 minutos, Diego Tardelli cabeceou para ótima defesa de Martín Silva. A bola sobrou na área, e Jô ficou muito perto de marcar, cabeceando à esquerda do gol do time paraguaio. Quatro minutos depois, o camisa 7 arriscou de fora da área, mas a bola parou na defesa do goleiro do Olimpia.
Meio sem querer, aos 13 minutos do segundo tempo, Leonardo Silva acertou a trave. Na sobra de uma cobrança de falta de Ronaldinho Gaúcho, o zagueiro tentou ajeitar, mas acabou encobrindo Martín Silva, e por pouco não marcou.
Quando o ritmo do jogo parecia esfriar, por pouco o Atlético chega ao gol. Aos 26, Ronaldinho cobrou falta e Leonardo Silva testou com força, mas outra vez o goleiro do Olimpia foi bem. Logo em sequência Cuca ousou ao colocar Alecsandro no lugar de Michel.
O maior nó na garganta do torcedor do time mineiro foi laçado aos 33 minutos do segundo tempo. Após finalização de Ronaldinho Gaúcho, que desviou na zaga e acabou com defesa de Martín Silva, Diego Tardelli, de frente para o gol aberto, acabou isolando. O árbitro colombiano Wilmar Roldán, no entanto, já havia marcado impedimento.
No minuto seguinte, o atacante saiu de campo para dar lugar a Guilherme. Aos 39, por uma falta em Alecsandro na entrada da área, o zagueiro Manzur recebeu seu segundo amarelo no jogo, e acabou expulso.
A pressão do Galo aumentou ainda mais. Tanto é que, um minuto depois, Leonardo Silva fez o gol tão esperado pela torcida atleticana. Bernard cruzou da esquerda, e o zagueiro subiu no terceiro andar para testar para o fundo das redes, igualando o placar agregado do duelo.
Como prevê o regulamento da Libertadores, com o empate nos 180 minutos, o jogo foi para a prorrogação. O domínio total do Atlético no tempo extra demorou para se transformar em lances agudos de ataque. Aos 8 minutos, Réver acertou cabeçada no travessão. Na sequência, Guilherme finalizou para defesa de Martín Silva.
Josué, aos 12, foi outro que teve grande chance de balançar as redes. Com um potente chute da intermediária, o volante obrigou o goleiro do Olimpia a fazer ótima defesa, desviando a bola para escanteio.
No segundo tempo da prorrogação, o Atlético não conseguiu se manter equilibrado. Com Bernard sofrendo com cãimbras, o time ainda tomou um susto, daqueles que calam o estádio, quando Pittoni cobrou falta aos 9 minutos, à direita de Victor.
No último minuto, Alecsandro foi quem teve chance clara para marcar. Após ser lançado na área, o centroavante optou por dar um leve toque, que serviu para desviar de Martín Silva, mas não para empurrar para as redes. Assim, a decisão foi para os pênaltis, em que enfim o torcedor atleticano pôde soltar o entalado grito de campeão.

Ficha técnica:.
Atlético Mineiro: Victor; Michel (Alecsandro), Réver, Leonardo Silva e Júnior César; Pierre (Rosinei), Josué, Ronaldinho Gaúcho e Bernard; Diego Tardelli (Guilherme) e Jô. Técnico: Cuca.
Olímpia: Martín Silva; Mazzacotte, Manzur, Miranda, Candia e Benítez; Aranda, Alejandro Silva (Giménez) e Wilson Pittoni; Salgueiro (Baez) e Bareiro (Ferreyra). Técnico: Éver Hugo Almeida.
Árbitro: Wilmar Roldán (Colômbia), auxiliado pelos compatriotas Humberto Clavijo e Eduardo Ruiz.
Gols: Jô e Leonardo Silva (Atlético Mineiro).
Cartões amarelos: Bernard, Luan (Atlético Mineiro); Benítez, Manzur, Salgueiro, Martín Silva, Ferreyra e Giménez (Olimpia).
Cartão vermelho: Manzur (Olimpia).
Estádio: Mineirão, em Belo Horizonte

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