domingo, 14 de julho de 2013

MUNDIQUINHO
UM ADEUS POLIDO A ALCOOL E GOMA LACA
“Quarta-feira me deu vontade de ligar para titio e liguei. Conversamos um tempinho. Parece incrível... Ele foi uma boa presença em nossas vidas.”
(Mensagem que Dalva Lopes me mandou)

Semana passada, eu, minha irmã Dalva Lopes e meus sobrinhos Ana Luiza, Manu Lopes e Raimundo Máximo, perdemos o nosso querido “Tíi Mundiquim”, a família perdeu o Raimundo Rêgo e a cidade perdeu o Mundiquinho. Apesar de sermos primos legítimos, ele era mais velho e foi criado pela minha avó, Dona Ernestina e quando chegamos ao mundo ele já estava morando na velha casa, na rua Ruy Barbosa, nº 174. Mundiquinho era carpinteiro e marceneiro de mão cheia. A maioria das casas de Bacabal tem algum móvel, telhado, porta, janela e outros trabalhos feitos pelo grande mestre. Mundiquinho morreu como gostava de viver. Sempre com um sorriso alegre acompanhado por um cigarro, ele era conhecido por todos. Figura mais do que humana, nunca mediu esforços para ajudar o próximo e sua experiência, em tudo que fazia, sempre dividiu com os outros, principalmente com a criançada, que nos fins de mana de sol e vento, ensinava como fazer papagaios, pipas, andorinhas e curicas, ajudando a colorir o céu de Bacabal. Assim como outras pessoas, aprendi com ele muita coisa de carpintaria e mancenaria, coisas que não uso como profissional, mas que aplico na minha casa. Filho de Faustino Acácio e dona Chiquinha, a nossa Tia Dona, ele é apenas um de muitos irmãos. Viúvo de Maria, pai de Ernesto Clewton (em Memória), Ana Leonor, Glaydson e Wanderson, ele sempre gostou das mulheres, era membro da escola Asas do Samba, compositor, foi presidente da União Artistica e Operária Bacabalense e fazia algumas notas no violão. Sempre que o via, tomava a bénção e ele sempre respondia: “Deus te abençoe” e é o que eu peço ao Senhor, que lhe abençoe, que lhe dê a paz eterna. Amigo e prestativo, ele deixa muitas saudades e posso explicar a frase “Mundiquinho morreu como gostava de viver”. Estava fazendo um serviço em uma casa que estava construindo para morar, quando viu algumas crianças brincarem de papagaios. Foi até lá matar a saudade e dar umas guinadas, quando sofreu um enfarto fulminante e morreu lá mesmo, reverenciado pelos papagaios que coloriam o céu, como que enfeitando sua passagem.
Saudades dos irmãos, dos filhos, dos amigos, da família. Que a terra lhe seja leve.

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