O delegado Jeffrey Furtado informou na
tarde desta quinta-feira (27) que o comportamento do companheiro da
universitária Dáhlia Ferreira, Raphael Carvalho - até então principal suspeito
do crime - foi determinante para a elucidação do crime. Dáhlia Ferreira era
estudante de jornalismo em uma faculdade particular da capital e estava
desaparecida desde domingo (23). Ela e Raphael Carvalho moravam juntos há cinco
anos. Para a polícia, Raphael matou Dáhlia e, em seguida, cometeu suicídio.
Ainda de acordo com o delegado, dois
aspectos foram importantes na investigação e levantaram suspeitas na
vizinhança. Ainda no domingo, Raphael teria conversado com vizinhos e
informado-os de que colocaria um cadeado num portão que dá acesso a um beco. As
testemunhas disseram ao delegado que não havia necessidade de trancar o local e
que nunca ninguém sequer comentou a medida.
Pouco tempo depois, o mau cheiro no
local fez com que os vizinhos reclamassem com Raphael e, ao pedirem o cadeado
para abrir e saber o causava o forte cheiro, ele disse que perdeu.
"Primeiro foi a história do cadeado que ninguém entendeu. Em seguida ele
inventou que tinha perdido, mas os vizinhos arrombaram a porta e encontraram um
cadáver esquartejado envolvido em pedaços de uma rede e em sacolas. Depois
disso, a informação que temos é de que ele viu que foi descoberto e se
matou", explicou Furtado.
'Pedidos de oração'
Caso a autoria do crime seja atribuída,
ao fim das investigações, a Raphael Carvalho, o caso vai revelar traços de
personalidades semelhantes ao de um psicopata. Isso porque um dia depois do
desaparecimento da companheira, Raphael havia feito um pedido por meio de um
perfil que mantinha numa rede social.
O pedido era para que "amigos,
paixões e confidentes' orassem para que a universitária fosse encontrada o mais
rápido possível.O Médico Neuropsiquiatra Ruy Palhano disse que esse seria um
caso típico de distúrbio de personalidade. "Somente uma avaliação poderia
revelar qual seria esse distúrbio, mas, se confirmado mostra uma indiferença e
dissimulação, especialmente quando ele pede aos amigos informações sobre a
companheira, sendo ele o autor do crime."
Ainda não é possível informar quando
Dáhlia foi assassinada. Segundo Jeffrey Furtado, apenas um laudo do Instituto
Médico Legal (IML) e de Criminalística (Icrim) poderão dar essa certeza.
"a suspeita é de que tenha sido ainda no domingo, até por causa da
história do cadeado, mas precisamos ter cautela e vamos esperar o laudo da
perícia", concluiu.
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