O
governador Flávio Dino esteve no Vaticano, onde debateu, nesta segunda-feira
(28), a situação da região amazônica. Ao lado de outros chefes do executivo
Estadual, ministros do meio ambiente e bispos dos nove países que compõem a
região, Flávio Dino participou da Cúpula dos Governadores dos Estados da Pan
Amazônia. No centro das discussões, o tema “Caminhos e Compromissos para o
desenvolvimento sustentável da Amazônia”, que resultou no documento final: a
Declaração dos Governadores da Pan Amazônia no Vaticano.
O evento,
fruto de uma articulação entre o Consórcio de Governadores da Amazônia
brasileira, da Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia
(SDSN-A) e da Pontifícia Academia das Ciências do Vaticano, foi realizado no
dia seguinte ao término do 11º Sínodo da Amazônia, em que o Papa
Francisco reuniu com bispos, religiosos (inclusive de outras denominações),
cientistas, especialistas, ONG e representantes de comunidades indígenas para
tratar sobre a região Amazônica.
Durante a
participação na Cúpula, o governador Flávio Dino lembrou que o Brasil
experimentou dois momentos recentes que provam a existência de uma grave crise
ambiental: as queimadas na Amazônia e, atualmente, o derramamento de óleo no
nordeste brasileiro. Para o governador do Maranhão, a reunião tem o importante
papel de combater o discurso de negação de uma crise ambiental e de enfrentar
as consequências e impactos com rapidez que é exigida nessas situações.
“Bebendo
da fonte do Sínodo da Amazônia, é preciso enfrentar o negacionismo e, ao mesmo
tempo, enfrentar os discursos equivocados sobre a soberania nacional. A
soberania nacional não é um valor que impeça a cooperação entre os povos, ao
contrário, exige”, defendeu Flávio Dino.
Na
oportunidade, o governador do Maranhão destacou ainda a importância dos países
se comprometerem com as populações indígenas e demais povos tradicionais. “Me
parece algo fundamental, sobretudo no que se refere à defesa dos territórios
que estão, infelizmente, ameaçados por uma lógica integracionista,
assimilacionista, que visa, na verdade, negar a dignidade dos povos
tradicionais”, destacou Flávio Dino, apresentando aos presentes a experiência
do Maranhão, que produziu um Plano Plurianual dedicado aos indígenas, sugerindo
esta como uma alternativa específica também no documento final da Cúpula.
No
discurso, Flávio Dino pontuou a necessidade urgente de combater, como foi
orientado no Sínodo, o antagonismo do superdesenvolvimento, em que nações ricas
e privilegiadas consomem em excesso, e o subdesenvolvimento, com nações
excessivamente pobres. “(É preciso) que sejam lembradas que as
responsabilidades dos conceitos das nações sejam diferenciadas, na medida em que
os mais fortes devem, de fato, cumprir os seus compromissos atinentes à fonte
de financiamento de um novo modelo de desenvolvimento equilibrado, sustentável
para a Amazônia e para a humanidade”, ressaltou.
No
evento, o Monsenhor Marcelo Sanchez Sorondo, representando o Papa Francisco,
fez um discurso em defesa dos mais pobres, direitos humanos e contra o tráfico
de drogas na região.
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