segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

COLUNA DO ZÉ LOPES - CARNAVAL DE SALÃO À VISTA


Com os orçamentos apertados, as prefeituras municipais de todo o Brasil, principalmente as do nordeste, terão que fazer mágicas, malabarismos e até milagres para manter a tradição do carnaval.

Com a carnavalização baiana que durou, pelo menos, duas décadas, com seus trios elétricos, seus cantores, suas bandas, seus carnês, seus abadás e seus carnavais fora de época, as famosas e famigeradas micaretas, cheios de ê ô ê ô, ai ai ai ai ai, Tchan, Bomba,  Lepo Lepo, Muriçoca, Metralhadora, um investimento maciço com o dinheiro público, os clubes sociais foram perdendo a força e sucumbiram diante de tanta energia financeira.


Cheias de mídia, um pool, ou melhor, um cartel baiano invadiu o Brasil em dezenas de micaretas e quando chegava o carnaval propriamente dito, com as atrações midiáticas com suas agendas sem espaço, formavam-se bandas temporárias, com cachês astronômicos, que eram vendidas para as prefeituras e cada banda fazia uma cidade e se revezavam. Eram dezenas a secar os cofres públicos.

Essa invasão, nem tão pacifica assim, movimentou muito dinheiro, enricou muita gente, empresários, prefeitos, amigos de prefeitos, filhos de prefeitos, tudo em nome da alegria, mas, alegria de quem? Dos próprios empresários que cobravam 60 mil reais e assinavam uma nota de 600 e o rateio fazia a alegria de toda essa galera. Todo mundo comia e os funcionários públicos passando fome E essa prática ainda continua em voga e enchendo os bolsos de muita gente e secando cofres de prefeituras.

Com a decisão do Governo Federal de extinguir o Ministério da Cultura e não destinar recursos para fins de entretenimento, o Ministério Público entrou em ação e não vai aceitar - é o que está sendo divulgado - que prefeituras gastem milhões com as farras e as famigeradas bandas e deixem seus funcionários vendo o bloco passar, sem seus salários em dia, suas contas atrasadas e suas dispensas vazias.

Baseado nessa dificuldade, pode acontecer o fenômeno da volta dos blocos de sujo, blocos organizados, charangas e principalmente das festas de salão, isso incentivado pela segurança, pela qualidade e até pela divisão e valorização dos bailes, com seus matinês para a criançada, seus vesperais para a juventude e os noturnos para os adultos.

Apesar de Bacabal, que como diz o jornalista e blogueiro Abel Carvalho, ser a "terra do já teve",  ter na sua triste história a venda de clubes sociais como Icaraí e União, a terceirização da AABB e a resistência heroica do Vanguard, ainda podemos sonhar com um salão cheio, pessoas fantasiadas, crianças com seus pais cheios de confetes e serpentinas, uma orquestra de sopro tocando "Aurora", Cidade Maravilhosa", "Cueca Rasgada", "Maria Sapatão, "Bota Camisinha" "Máscara Negra", "Bandeira Branca", dentre outros clássicos, e muito pó e Maizena,  as ruas cheias de fofões, mascarados, homens vestidos de mulher em blocos batendo em baldes, latas, garrafas, isso seria uma volta triunfal ao nosso carnaval que já foi considerado  um dos melhores do estado, imagina todos com seu dinheiro no bolso!!!. Com o pagamento em dia, qualquer funcionário público faz um lindo carnaval, é, ou não é???. E viva a alegria e viva o Ministério Público.
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- E as bandas de forró que tocam o ano todo e no carnaval se auto intitulam de “Forró Elétrico”

- Essas aí é que atualmente levam todo o dinheiro das prefeituras, enricam empresários, prefeitos, filhos de prefeitos, amigos de prefeitos quebram as cidades e deixam os funcionários públicos chorando com as contas atrasadas. Mas isso é assunto para outro artigo, quem sabe na quarta feira de cinzas.
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