Quando Bacabal vivia a verdadeira cultura, principalmente a musical, anualmente o Lions Club fazia o tão famoso FIC, Festival Intermunicipal da Canção. Com esse frisson, alguns cantores/compositores começaram a mostrar seus trabalhos e liderados pelo jornalista, poeta e compositor Abel Carvalho, seis deles começaram a fazer gravações – totalmente sem qualidade técnica, mas de um enorme valor cultural – e veicular na recém-instalada Rádio Mirante FM, sob regência do empresário Hidalgo Neto.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQfyJeS50KhOcfm45xPgjC-tdReeslnxKGi5qX9dWVsmFWmS3dmPRJW_8G-gnAOnY9bj7cGQ42-x7lCxMSkJm34PJOxwfltnKRzSTcwImAo2zBoOukhpdFe3z0Jgq8q2hNlN-vQc05RxKl/s1600/CAPA+DO+CD+NOSSA+VOZ+I.jpg)
Escreveu Abel Carvalho – Tudo começou com Brasilino Miranda, compondo o que ele mesmo chamava de batucadas, quase sempre em homenagem às musas da época de seu mais fértil destempero poético. As homenageadas eram, invariavelmente Nancy, Dulcinéia, Zenaide, Adelaide e Madian, essas três últimas também musas de Vadoca ... Depois disso muitos grandes nomes apareceram , Zé Jardim, Chico das Molas, compositores insofismáveis, Zeneide e Josa, intérpretes imbatíveis, que, em companhia de outros grandes nomes, realizaram disputas maravilhosas ao longo dos anos em sucessivos Festivais da Música Popular Bacabalense . Mais recentemente novos nomes surgiram, entre eles R. Cavalcante, Beny Carvalho, Galego, o Grupo Regional “Os Lamas”, Otávio Filho, Osvaldino Pinho, Cledy Maciel, Antônio Perboire, Zé Lopes, Raimundinho, Marco Boa Fé, Assis Viola, Marcus Maranhão, Laurindo e muitos outros que proporcionarão novas e maravilhosas disputas nos festivais da MPB sob a regência do mesmo maestro dos anos anteriores, o velho Tchacka. Isso foi escrito há vinte anos atrás e com o desaparecimento apenas de Laurindo, a música de bacabal continua mesma, nada ou, quase nada, renovou.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfzLVowLHtDX4ofF8n29skY7gWQnfb2BWZGCkX53m6d3teBaKtlFvojpU-2U4Acdp_3FrFKSIF5JD8h1owrzrPVCoKosd8gduXl6YYp2DsTIr3_H0GmzBycFaExPsolzzrrvdZT3i473HK/s1600/CAPA+DO+CD+NOSSA+VOZ+II.jpg)
Com o sucesso do Vinil “Nossa Voz” e com o poder de organização de Abel Carvalho, o sexteto saiu em busca de novos horizontes e gravou o segundo vinil, o “Nossa Voz II” que conseguiu com que cada um deles, corresse para uma carreira solo. Dois anos mais tarde, com a ausência de Raimundinho, que foi substituído por Davi Faray, o mesmo time gravou o primeiro CD intitulado de “Nós” e logo em seguida o vinil “Nossa Voz” foi compilado para CD e parou por aí. Várias tentativas de se fazer um novo trabalho com os artistas já foram feitas, mas por vaidade, desconfiança e até por medo de alguns, a voz do “Nossa Voz” silenciou.
O poeta Paulo Campos escreveu: Enquanto existir um só homem, existirá a sua luta, seu sonho, seu ideal. Sentimentos que acrescidos de convicção e garra, tem o poder de tornar realidade., do ilusório ao imaginário. “Nossa Voz” é o primeiro filho nascido da luta de pessoas que acreditam que lutar é sempre preciso e, romperam as noites, construíram sonhos a procura de um sol maior. Ébrio constante da Mesa de Bar, “Nossa Voz” conta um pouco da história do movimento, da luta incansável, dos momentos de dor e prazer.
Quando anos atrás nos foi dada a árdua tarefa de reconstruir o movimento cultural, nós estávamos assumindo um compromisso conosco mesmo e com o nosso povo. Daí então, foram anos e anos de trabalho e dedicação. Superamos os preconceitos, vencemos os desafios e mostramos para aqueles que usam o poder para perseguir e manipular, que ideal se constrói com sonhos, luta. Paixão e vontade.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjMfoXrvfLX5RzIny7DwEc5XHbC7KkfiAoJTqs6nfomdq3_Ad0S3xi1UEcKEz63gsFJHy0K-EeKm8-_g9LnTUl6fhhdupMZbM6mb2pZe_j6x_pEvPQcKbkm3CimSwS8T2RpT3zcby4YloNu/s1600/CAPA+DO+CD+N%C3%93S.jpg)
Só que essa reflexão não foi feita e dos sete compositores que viveram aquela época, um morreu e os outros seis, levam a vida misturando música com outros afazeres para a sobrevivência. O certo é que ainda dá para mostrar para todos, que aquele esforço de vinte e cin co anos atrás, se não mudou muita coisa a cara da cultura musical bacabalense, pelo menos é lembrada com silêncio.
Há um projeto em andamento, encabeçado por Zé Lopes, cantor, compositor e Secretário Municipal Adjunto da Cultura, mas que não teve apoio por parte dos outros componentes, em relançar em CD duplo, os três álbuns.
Já se passaram 25 vinte e cinco anos
Nenhum comentário:
Postar um comentário