Confesso que estranhei algumas críticas feitas ao deputado federal Duarte Júnior (PSB), após o parlamentar ter criticado o veto do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ao projeto que garante indenização e pensão especial a crianças com microcefalia e deficiências permanentes causadas pelo vírus da zika.
As críticas a Duarte se deram, na sua maioria, pelo fato do deputado ser da base do governo e ter apoiado Lula na disputa presidencial de 2022.
Só que as críticas, ao contrário do que se imaginava, não partiram de pessoas ou políticos ligados a Lula, mas sim de oposicionistas, que, pelo que deram a entender, queriam que Duarte abdicasse de uma bandeira que defende, apenas por ser da base do governo ou ter apoiado o atual presidente da República.
A postura adotada de Duarte, que infelizmente acaba sendo rara na classe política, deveria ser algo elogiável, afinal o parlamentar não agiu como um calango, apenas balançando a cabeça para Lula, apenas por ser da base governista ou ter votado no petista.
É preciso que se compreenda que todos precisamos ter a capacidade e independência de conseguir ver acertos nos adversários e erros nos aliados, do contrário ficamos com a avaliação totalmente comprometida e sem condições de fazermos uma análise mais justa.
Uma pena que a postura adotada por Duarte nesse episódio é uma exceção, já que, infelizmente, na maioria das vezes os parlamentares ou pessoas acabam defendendo ou “passando pano” em atitudes de políticos que votaram ou admiram, compactuando com um erro que não é seu.
Sendo assim, até para se fazer uma crítica, é preciso ter coerência.
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