CONDENAÇÃO
Recém saído da puérpera solidão da embriaguez decido:
Aceito as penas que me são impostas
Não recorrerei da minha condenação
Serei sacro,
Nunca santo,
Recebo o clausuro que me impuseram.
Claustro e disforme vomitarei as brenhas do tempo.
Se me vergastarem,
Receberei o meu açoite.
Natibundo engulo o celibato que me amealha,
Sucumbo ao esterco dos desejos de Onam.
Se me admoestam,
Afago os sonhos, que são muitos,
Com o desdém da quiromania do passado
Não choro, não retrocedo, apenas multiplico,
Estendo a ti a minha sentença
Seremos comparsas coniventes da tua imposição, tu juiz,
Eu réu, sem direito a absolvição.
Abel Carvalho


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