quarta-feira, 16 de junho de 2021

HOJE Ê ANIVERSÁRIO DO DR. BENTO VIEIRA

 



Ele é um negão de tirar o chapéu, é  filho da saudosa  dona Benta, que nós chamávamos carinhosamente de vovó Benta. Irmão de Marlene, Maísa, Meló e Cascoré (em memória), esse negro, que nasceu na Rua Rui Barbosa, na casa onde mora boa parte da sua família e onde sempre reúne seus amigos para uma conversa regada a um bom café, ele mudou a idéia de negro em Bacabal. Esse cidadão é Bento Vieira. 

De uma infância difícil, ele vendeu picolé, pirulito, bolo e com esse dinheiro, ajudava na receita da casa. Teve como seus melhores amigos, Fedeu a Fogo, Cabelo e Tabil, responsáveis por belas histórias que fazem parte da sua própria história e da história de Bacabal.

Bento em toda sua trajetória, reciclou o lixo das inverdades e se impôs, mostrando que o negro bacabalense, também podia ser doutor, também podia ser alguém, já que os forasteiros que invadiram a cidade, na época, nos tratavam com sentimentos de pena e nossas mães, submissas por inexperiência, aceitavam o que os brancos diziam e nós negros, acuados em nosso próprio reduto, tínhamos que ouvir o celebre adágio : “boa romaria faz, quem em sua casa vive em paz” e nos sobrava apenas as oficinas para aprendermos um ofício e éramos discriminados pelos próprios negros. 

Bento quebrou a barreira do preconceito, dos bailes na União, clube de pretos mas que execrava pretos. Um dos marcos na vida de Bentão, é o fato de antes mesmo de passar no vestibular, já tinha um cursinho, ensinava todas as matérias e conseguia um índice de aprovação invejável. 

Bento pescou para alimentar a família, jogou bola, empinou papagaios, pegou passarinhos, capinou quintais, jogou pião, andou de bicicleta, levou surras de dona Benta, saiu de Bacabal estudou, fez cursos superiores e virou o famoso Dr. Bento Vieira. Formado em Veterinária, ele foi dono de uma grande loja de artigos para fazendeiros, largando para se dedicar ao Direito, curso que lhe tornou um dos melhores e mais respeitáveis e requisitados  advogados do estado, o monstro sagrado do direito penal. 

Dr. Bento Vieira se aventurou na política e seu discurso é duro, áspero, um concreto armado,  muitos aceitam outros o acham radical, mas seu tino de ajudar as pessoas, de ser amigo dos amigos, vai muito além das profissões, ele é um exemplo seguido por muitos discípulos, inclusive dentro de casa, como é o caso dos filhos e sobrinhos, que também se aventuram no mundo da advocacia. 

Esse Dr. Bento, é perfeito em tudo que bota para fazer, é líder de audiência em um programa de rádio e televisão na emissora de sua próopriedade, a Rádio e TV Web Dona Benta, tem um cursinho que, pelo alto índice de aprovação em vestibulares e concursos, é referência no Maranhão e hoje se tornou um grande empresário no mundo do entretenimento com um parque aquático que leva também  o nome da sua querida mãe e atualmente é o rei da Semi Joia em Bacabal e região. Lembro-me. Certa vez quando Dr, Bento comprou uma lancha, uma certa pessoa falou com ar de reprovação:

- Porra meu, o Bento comprou uma lancha e agora só quer aparecer!

E Dr. Bento Respondeu cheio de orgulho:

- O meu tempo de vender bolo já passou.

Quem está atento as novidades, vê o nosso artista fazer uma ponta no filme "A Caçada ao Tesouro e o seu empreendimento, é o ambiente natural para a maioria das cenas. 

Apareceu na mídia nacional dando um show de direito penal no caso Marquinhos, constrói um ponto para botar um grande restaurante, além de se preparar para uma candidatura na eleição que se avizinha.

E salve Bento, esse elegante, inteligente e abençoado Dr. Bento Vieira, dono de uma linda história que só a literata vida, foi capaz de escrever... e em muitos capítulos. Ele é mesmo um negão de tirar o chapéu. 

Parabéns e muitos anos de vida.

PONTO DE VISTA- A INTERCULTURALUDADE DO DIREITO BRASILEIRO ' POR HUMBERTO CUNHA FILHO

 


Muito da compreensão que temos sobre políticas e direitos culturais ainda se vincula a uma ideia, já com certo grau de anacronismo, de que a soberania estatal corresponde a um governo regente de uma certa população que habita um território delimitado. Disso resultam expressões supostamente castiças como “nossa cultura”, “tradições da nossa gente”, “nossos valores”, “direitos culturais dos cidadãos”, geralmente pronunciadas enfaticamente por quem advoga a existência de culturas que supostamente não sofrem ou não devem sofrer influências externas. 



Todavia, é bem provável que uma cultura somente se desenvolva se tiver livre e equânime contato com outras, o que, aliás, gera a possibilidade de cada uma delas testar seus fundamentos, que se mostrarão sólidos se tiverem raízes no seio social. O que não se admite são as imposições culturais, pela força ou pela fraude, como na dominação bélica de um povo sobre outro, ou o desequilíbrio de oportunidades para as várias expressões culturais existentes. 



Esse, aliás, é o entendimento que se percebe na Convenção sobre a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais (Unesco 2005), incorporada ao direito brasileiro em 2007, de cuja parte introdutória extrai-se “que a diversidade cultural se fortalece mediante a livre circulação de ideias e se nutre das trocas constantes e da interação entre culturas”, bem como da definição que o mencionado documento faz de “Interculturalidade”, que em seus termos literais é a “existência e interação equitativa de diversas culturas, assim como à possibilidade de geração de expressões culturais compartilhadas por meio do diálogo e respeito mútuo”. 



Mesmo antecedendo a Convenção da Diversidade Cultural em quase duas décadas, a Constituição brasileira de 1988, mostrando-se avançada neste aspecto, previu o aludido compartilhamento de expressões culturais em âmbito internacional, quando determinou que o país envidasse esforços “visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações”, por meio, dentre outras, da integração cultural dos povos deste continente (Art. 4º, parágrafo único), o que infelizmente ainda não se concretizou. 



Para o âmbito interno, contudo, a ideia de interculturalidade não é clara na Seção dedicada à cultura, a qual até se refere à “integração e interação na execução das políticas, programas, projetos e ações desenvolvidas” (Art. 216-A, v), mas quando trata da questão substancial, sem qualquer expressão integradora, enfatiza as “culturas populares, indígenas e afro-brasileiras, e das de outros grupos participantes do processo civilizatório nacional” (Art. 215, § 1º) e “os diferentes segmentos étnicos nacionais” (Art. 215, § 1º).  

Disso decorre ser possível que essa ausência de comando expresso para a interação de culturas estimule reinvindicações por políticas excessivamente fragmentadas e favorecedoras de segmentos específicos, alimentando mais disputas que diálogos, o que além de ser usualmente contraproducente, viola pelo menos um princípio e um fundamento constitucionais sobre a temática. 

O princípio aludido faz parte da Seção constitucional dedicada à Educação - um direito cultural assaz pujante em termos de universalização -, na qual se determina que entre os princípios de regência do ensino está o do “pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas” (Art. 206, III), o que certamente se expande para as distintas manifestações culturais, dado que a educação corresponde a um “dever do Estado e da família, [e] será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade” (Art. 205), a grande produtora da cultura, em sua rica diversidade. 

Quanto ao fundamento com base no qual deve-se buscar a interação entre culturas, trata-se do “pluralismo político” (Art. 1º, V), cujo entendimento vem de muito aquém e vai para muito além da ideia de pluripartidarismo; vincula-se, de fato, à convivência respeitosa e compartilhada entre pessoas, seres e manifestações diferentes, uma verdadeira especificação da parte do preâmbulo constitucional que pugna por “uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias”. 

Assim, neste momento de extrema fragmentação social, em que a capacidade de diálogo corre o risco de completo perecimento; em que a cultura, ao invés de ser um elemento de aproximação se presta preferencialmente a fomentar conflitos; sem olvidar as peculiaridades culturais e muito menos sem querer a homogeneização de grupos e manifestações, precisamos urgentemente estimular, no desenvolvimento das políticas e das práticas, o princípio da interculturalidade, se efetivamente queremos contribuir para a construção de uma sociedade livre, justa e solidária. 

Humberto Cunha Filho - Professor de Direitos Culturais nos programas de graduação, mestrado e doutorado da Universidade de Fortaleza (UNIFOR). Presidente de Honra do IBDCult – Instituto Brasileiro de Direitos Culturais. Autor, dentre outros, do livro “Teoria dos Direitos Culturais: fundamentos e finalidades” (Edições SESC-SP).

terça-feira, 15 de junho de 2021

MDB, VACINA, EDUCAÇÃO E RENDA

RETOMADA DE BOLSONARO? – Em entrevista à Folha, a pesquisadora Esther Solano Gallego afirma que “a má avaliação do desempenho do governo federal no enfrentamento da pandemia da Covid-19 afastou muitos eleitores de Jair Bolsonaro, mas eles ainda veem a oposição com desconfiança e poderão se reaproximar do presidente se houver avanço na vacinação e a recuperação da economia se revelar consistente”. Professora da Universidade Federal de São Paulo, Gallego pesquisa grupos bolsonaristas desde 2017. “Os mais moderados não confiam nas alternativas oferecidas até aqui no cenário político-eleitoral, não se sentem acolhidos por essas opções. Alguns até acham que Lula possa levar o país de volta a uma estabilidade, com seu temperamento conciliador e inclinação à negociação, mas muito o rejeitam”.

AUXÍLIO EMERGENCIAL – Jornais confirmam plano de Paulo Guedes de extensão do benefício por mais três meses. Segundo o Valor, “o governo deve renovar auxílio emergencial com edição de nova Medida Provisória”. “Ideia é deixar caducar atual medida que prevê auxílio, que já conta com 275 emendas”, diz a reportagem. O Estadão conta que o governo também “planeja benefício mensal de até R$ 250 para órfãos da Covid-19. Segundo o jornal, esse novo auxílio seria criado dentro da “reformulação do Bolsa Família”. “O valor em estudo está entre R$ 240 e R$ 250 por mês por criança e adolescente, segundo simulações feitas pelo Ministério da Cidadania”, relata o Estadão.

PREFEITURAS NO VERMELHO – O Valor afirma que situação foi provocada por ajuste no Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica). “Na origem do problema estão incorreções, identificadas em janeiro, no cálculo da complementação do Fundeb paga pela União aos Estados que dispõem de menos recursos próprios para investir em educação. Posteriormente, foram detectados erros numa portaria interministerial publicada em 31 de março deste ano, pelas pastas da Educação e da Economia”, diz a reportagem do Valor. Em entrevista, o presidente da Confederação Nacional dos Municípios, Paulo Ziulkoski, afirma “não temos dado nenhum” e que “praticamente, esvaziaram o cofre de alguns municípios”. A CNM estima que “centenas de prefeituras estejam com as contas no vermelho”.

MDB PELOS ESTADOS – Presidente do MDB-PB, o senador Veneziano Vital do Rêgo afirmou ao site paraibaonline que a posição majoritária do partido é apoiar a reeleição do governador João Azevedo (Cidadania). Ele disse, porém, que a decisão ainda não foi formalizada e que vai ouvir mais integrantes da sigla. Presidente do MDB-GO e um dos vice-presidentes nacionais do partido, Daniel Vilela disse que “é cedo para tratar sobre candidatura própria ou aliança” em relação à disputa ao governo de Goiás. "Naturalmente o partido vai decidir sobre isso, ouvindo todos os líderes”, disse Vilela ao site É Mais Goiás.

PONTO DE EQUILÍBRIO – Como partido de centro, moderado e aberto ao diálogo, o MDB tende a construir pontes com diferentes setores. A polarização destoa da característica do partido, o que acabar por forçar a busca de uma terceira via ou mesmo a construção de uma candidatura própria 

Enviado pelo Eterno Senador João Alberto

COLUNA DO JOSÉ SARNEY- CORONA E EDUCAÇÃO

 


Por José Sarney

Tenho escrito muitas vezes que a Covid-19 mexeu em tudo e não sabemos ainda até que ponto chegará. Provocou de maneira mais dramática a saúde, com uma crise sanitária que pegou todos os países de surpresa, mostrando que raros tinham estrutura para enfrentar os problemas que surgiram. Gerou em seguida uma crise econômica que provocou a quebra das pequenas empresas, com repercussões na organização da vida nas cidades, no transporte, nos empregos, com todos os dramas familiares que se pode imaginar, a cujas lágrimas é difícil ter coração para resistir.

Suas dificuldades começaram no desconhecimento do vírus que provoca a Covid-19 e na busca de uma denominação para ele. Começou com uma conotação política, o exótico Trump acusando outro país, seu competidor, de ter artificialmente criado o vírus para destruir os EUA. A imprensa logo deixou de usar o designativo topográfico do vírus e o chamou de Coronavírus — a cuja família pertence —, seguindo-se o apelido de Corona, tecnicamente 2019-nCov, HCoV-19 ou hCoV-19 e logo vírus SARS-Cov-2, que gerou variantes, designadas por várias linhas de nomenclatura — 19A, 19B, 20A, 20B, 20C, ou L, O, V, S, G, GH, GR. As linhagens mais perigosas passaram a ter vários números: a B.1.1.7 da Inglaterra, a B.1.35 da África do Sul, a P.1 do Amazonas. Como nem os médicos sabiam ao certo denominá-las, fizeram a OMS recorrer às letras gregas. Desta maneira a nossa — infelizmente — variante do Amazonas é Gama; a sul-africana, Beta; a inglesa, Alpha; e as indianas, Delta e Capa. E quando acabar o alfabeto grego naturalmente irão ao alfabeto aramaico, começando por YUDH, a menor de todas as letras, invocada por Cristo, citado por São Mateus, quando disse que passarão o Céu e a Terra e não passará um YUDH da lei, afirmando que não veio para aboli-la, mas para levá-la à perfeição.

Agora surge um estudo da Fundação Lemann dizendo que o Brasil é o 2º país do mundo onde as escolas mais fecharam — 260 dias — e como consequência os alunos perderam a oportunidade de adquirir mais conhecimento. Logo a educação, o maior problema do Brasil e mais difícil de ser solucionado, porque, a meu ver, iniciou no caminho errado. Em meados do século passado, os países asiáticos optaram por primeiro investir na educação e, a partir daí, acelerar o processo de desenvolvimento, dispondo de recursos humanos capazes, com inovação, tecnologia e ciência, e crescer. Foram os modelos japonês, chinês e finlandês que transformaram os Tigres asiáticos — Coréia, Hong Kong, Singapura e Taiwan — em potências econômicas. Já o Brasil quis primeiro crescer e depois educar, embora desde Platão e Confúcio se soubesse que o caminho para uma sociedade justa é a educação. Educar primeiro, ciência, inovação, tecnologia e formação de recursos humanos.

Assim, verificamos que o Coronavírus mexeu com tudo, e o Brasil foi um grande atingido.

Já escrevi que primeiro tínhamos de vacinar os professores. Sem vacinação, quando houvesse aulas, eles, se atingidos pela doença, a transmitiriam aos alunos, estes aos pais e a todos da família.

Tenho um exemplo em casa. A professora se infectou, passou a nove alunos, entre eles dois bisnetos meus; estes passaram ao meu neto e este, à esposa. Nos custou um mês de preocupação e noites maldormidas.

Vamos nos cuidar. Máscara, vacina, nada de festas. E esperar que Deus não nos deixe nem um YUDS dessa horrorosa medusa.

segunda-feira, 14 de junho de 2021

JOAOZINHO RIBEIRO E = A CULTURA MARANHENSE NA PANDEMIA

 

Joãozinho Ribeiro é um poeta e compositor maranhense, de São Luís, nascido no velho bairro da Coreia, na Travessa 21 de Abril, 66 anos, filho de Maria Amália e João Situba – ela operária de fábrica; ele vendedor de frutas nos mercados e feiras da cidade – que compartilha há três décadas a sua existência com a sua outra parte, Rose Teixeira, seu Amor Maior; apaixonado pelos seus irmãos Graça e Sebastião; um guerrilheiro sonhando com a Cultura da Paz e com o Reencantamento do Mundo; intransigente na defesa das liberdades democráticas e da justiça social; fechado com a ideia de que o dever de todo artista é salvar o sonho!

Jornal Pequeno – Como tem sido a sua agenda de trabalho de nestes tempos de pandemia?

Joãozinho Ribeiro – Na verdade, não tem sido bem uma agenda, mas sim um diário permanente e ambulante, onde as anotações são feitas de perdas, de possibilidades de invenções do futuro, de confrontos e conflitos de todos os gêneros no presente; de enfrentamentos múltiplos, de medos, temores e revelações fascinantes e aterrorizantes do passado… de grandes decepções e tristezas no dia a dia, e também de muitas produções criativas, leituras, reflexões e realizações.

É justamente neste plano existencial multifacetado, que consigo viver e sobreviver, escutando cores e enxergando canções! Ou, como revela um verso de uma parceria (“Risco de Samba”), feito um pouquinho antes da pandemia, com o cantor e compositor Zeca Baleiro: “É como se fosse um parto / Realizado no quarto / Da casa do coração”.

JP – Como foi a produção em 2020, ano em que a cultura passou a ser duramente afetada pelo coronavírus?

Joãozinho Ribeiro – Iniciamos 2020 com o lançamento de dois frevos nas plataformas digitais (“Chega de Sofrência” e “Frevo Desaforado”); depois, tivemos a participação na exposição “Cenas de rua e outras interações poéticas”, em parceria com o fotógrafo Marcellus Ribeiro. Em junho, o lançamento do single e do clipe “Amor Maior”, interpretado pela cantora Rita Benneditto e arranjos do maestro Zé Américo Bastos; em outubro, lançamento do single “Ser o Mano”, interpretado pelo músico George Gomes; em novembro, um show/live gravado no Teatro João do Vale, intitulado “Choros, Sambas e Canções”, integrando o projeto Pátio Aberto do Centro Cultural Vale, com a direção musical de Luiz Júnior Maranhão.

Tudo isso acompanhado de uma intensa participação em lives, entrevistas, resenhas, apresentações e comentários de livros e CDs, e de uma produção literária e musical, que resultou em mais de duas dezenas de canções, um livro inédito de poesia: “Versos de 40Tena”, e a finalização de outro – “Do ofício de viver e outros vícios”.

JP – Quais os planos do poeta, cantor e compositor para os próximos meses e para a fase pós-pandemia?

Joãozinho Ribeiro – Em princípio, continuar vivo… rsrsrs! 2021 já iniciou com a pandemia no auge, e com a suspensão do carnaval. Ainda assim, com a parceria do irmãozinho Zeca Baleiro, fizemos o frevo “Cadê meu carnaval?”, que teve mais de 50 mil acessos na internet. Em março, fizemos a produção do clipe com a música de minha autoria “Com o Afeto das Canções”, interpretada pela dupla Rita Benneditto e Zeca Baleiro, arranjos do maestro Zé Américo Bastos, e direção da cineasta maranhense Thaís Lima.

Na semana passada, postamos no youtube o choro inédito “Trevas à Vista”, gravado no estúdio Zabumba Records, com arranjos e direção musical do maestro Arlindo Pipiu, interpretado pelo cantor Marconi Rezende. Ainda neste mês de junho, pretendemos lançar nas plataformas de música mais três criaçõeslítero-musicais inéditas: “Agora, só para o ano”, “Sanfona Solidária” (em parceria com o músico Rui Mário) e “Caminho Grande” (com o cantor e compositor Josias Sobrinho).

A poetisa e cantora Elisa Lago também nos presenteou este mês com a gravação e lançamento da música “Mar, nem tanto”, outra parceria minha com Zeca Baleiro.

Este ano, completa 15 anos da publicação do meu único livro de poesias “Paisagem Feita de Tempo” (edição totalmente esgotada), e 45 da publicação do “Poema Sujo” (Ferreira Gullar). Estamos organizando um evento para outubro, juntamente com os Professores e doutores Silvana Pantoja (MA), Valmir de Souza (SP) e o poeta Hamilton Faria (PR). Também estamos envolvidos, neste mesmo mês, com a realização da I Semana Cultural Samuel Barrêto.

Em dezembro, seja presencial ou virtual, um show no Teatro Arthur Azevedo, mais precisamente no dia 10 – Dia da Declaração Universal dos Direitos Humanos – intitulado “Com o Afeto das Canções”, contando com as participações especiais de Rita Benneditto, Zeca Baleiro e do maestro Zé Américo Bastos. Este show tem como objetivo maior apresentar ao público toda safra de composições novas e inéditas, criadas nos últimos dois anos.

Para a fase pós-pandemia, prefiro me reservar o direito de permanecer na trincheira de salvamento dos sonhos e na luta intransigente pela construção de uma sociedade mais justa, livre, solidária, criativa, encharcada de humanidades.

JP – Qual a sua avaliação sobre a forma de enfrentamento da pandemia que vem sendo adotada por parte do prefeito Eduardo Braide e do Governador Flávio Dino?

Joãozinho Ribeiro – Entendo que os dois governantes e suas respectivas equipes têm conduzido de forma responsável e equilibrada todo esse processo político e sanitário, que inclui adoção de medidas restritivas (nem sempre populares), vacinação para toda a população, além de valorização da ciência, do SUS e dos profissionais de saúde. Sinto-me bastante honrado e representado pelos dois gestores, em momento tão dolorido e delicado para a nossa população, principalmente aquela que se encontra em situação de profunda vulnerabilidade.

JP – E o que dizer da postura do presidente Bolsonaro diante deste grave desafio no País?

Joãozinho Ribeiro – Gostaria de emitir um simples “sem comentários”, porém estaria sendo traído pelos meus próprios versos que afirmam: “A claridade castiga / A omissão e amudez”. A coletânea de vídeos com imagens e pronunciamentos do genocida inominável já dizem tudo, e em breve constarão como documentos históricos, testemunhos de uma das maiores barbáries cometidas contra o povo brasileiro.

Os versos do poeta Pablo Milanes, em tradução livre do compositor Chico Buarque, retratam e representam com maior propriedade meu sentimento no presente, e no futuro, que sempre se apresenta e, implacavelmente, chega: “A história é um carro alegre / Cheio de um povo contente / Que atropela indiferente / Todo aquele que a negue”.

Os negacionistas passarão, assim como os fascistas que não suportam a alegria, e que se vacinaram contra o encantamento da humanidade! O genocida inominável representa, no momento, a opção pela barbárie e a desconstrução de todo o processo civilizatório e das conquistas humanas, fruto da luta de várias gerações.

“O futuro um dia chega / Com atraso e apressado / De passaporte vencido / Permanente e carimbado / Querendo carona na hora / Para alcançar o passado.”

Prefiro exercer meu direito de morrer pelas coisas que acredito, e de viver querendo acreditar!

JP – Por fim, qual a sua avaliação sobre o cenário que começa a se desenhar para a sucessão do governador Flávio Dino e do presidente Bolsonaro em 2022?

Joãozinho Ribeiro – O mal plantado no presente, fatalmente vai ser colhido no futuro! Isso vale também para a política e para o momento inusitado que estamos vivenciando, em todas as dimensões da vida. Temos tragédias sendo anunciadas a cada instante. No meio ambiente, na saúde, na área cultural, no campo das desigualdades econômicas e sociais, na segurança alimentar … Por outro lado, há esperança também sendo plantada e cultivada no Planeta!

Entendo ser urgente, e pra ontem, um ajuntamento – nem falo mais em aliança – de pessoas, partidos, movimentos e instituições, que tenham como objetivo comum a luta intransigente pela democracia e pelas liberdades, sem a necessidade de apresentação de passaporte ideológico. Nesta trincheira cabem liberais, religiosos, agnósticos, até mesmo conservadores, desde que defendam com sinceridade o estado democrático de direito e a vida, acima de tudo.

Considerando os riscos e as possibilidades reais de vitória da barbárie, penso que o papel de todo democrata e progressista é lutar para a derrubada deste projeto de extrema-direita neofascista, que estende seus tentáculos por todos os campos da vida social, propagando a violência, o discurso de ódio e a morte.

Flávio Dino está ciente disso tudo, e consciente do seu papel. Tem de exercê-lo, no plano local e nacional. Colherá como resultado os frutos com a qualidade das sementes que plantará. Para o bem ou para o mal. Só espero que seja a primeira.

Fonte - Jornal Pequeno

HOJE É ANIVERSÁRIO DE RAIMUNDO ALMEIDA

 



Hoje os votos de felicidades são para o grande amigo Raimundo Almeida que completa  66 anos de muita sabedoria. Um homem de grande humildade e gentileza que tem dado grandes contribuições para o crescimento da cidade de Lago Verde. 


Que Deus o continue iluminando, protegendo, e lhe dando vida longa, tendo muitos motivos para comemorar hoje e sempre. 

Feliz Aniversário e muitas felicidades!

Davi Brandão

DECRETO SUSPENDE EVENTOS POR UMA SEMANA

 


URGENTE!


Decreto da Prefeitura de Bacabal suspende eventos  no municipio por uma semana

Decreto publicado pela Prefeitura de Bacabal, válido até a próxima segunda-feira, suspende a realização de eventos de qualquer natureza, independente da quantidade de pessoas.

De acordo com nota da Assessoria de Comunicação do municipio, a medida se faz necessária diante do quadro de aumento nos casos de Covid, com ocupação total dos leitos clínicos e de UTI.

ARRAIAL DA VACINAÇÃO É CRITICADO PELO SENADOR ROBERTO ROCHA

 



O senador maranhense Roberto Rocha, no fim de semana, utilizou as redes sociais para criticar o Arraial da Vacinação na Grande Ilha, que foi desenvolvido durante 41 horas pelo Governo do Maranhão.

Roberto Rocha voltou a lembrar o papel de cada ente no Plano Nacional de Imunização e que o governador Flávio Dino estaria usurpando a função dos prefeitos.

“Pelo PNI-Plano Nacional de Imunização quem compra vacinas é o governo federal, quem distribui no estado é o governo estadual e quem aplica nas pessoas é o governo municipal. No Maranhão, o governador está desobedecendo a regra. No afã de aparecer, tenta usurpar a função dos prefeitos que não são seus aliados, como Eduardo Braide. O prefeito de São Luís está se destacando pela competente capacidade de vacinar os ludovicences, e de forma organizada”, afirmou.

O senador maranhense ainda postou dois vídeos com muita aglomeração, pessoas em pé na fila e reclamando da demora para se imunizar no Arraial da Vacinação.

O governador Flávio Dino, como de costume, não respondeu as críticas de Roberto Rocha. Ao contrário, apesar do secretário de Saúde do Maranhão, Carlos Lula, afirmar que o Arraial da Vacinação seguirá para o interior, o comunista disse que levará a imunização para a região da Cidade Olímpica.

“Ainda nesta semana, vamos realizar Arraial da Vacinação na região da Cidade Olímpica. E em várias cidades. Até o Dia de São Marçal, 30 de junho, os Arraiais vão continuar, ajudando a agilizar a imunização da população”, afirmou.

Apesar de ter feito 41 horas de imunização no Arraial da Vacinação, foram vacinadas apenas 9.923 pessoas, dos quatro municípios da Grande Ilha. A Prefeitura de São Luís, no fim da semana passada, vacinou mais que o dobro de pessoas em 12 horas. Na última quinta-feira (10), foram imunizadas 19.260 na capital maranhense.

domingo, 13 de junho de 2021

DIAGNOSE - DICA DE SAÚDE- DISTENSAO MUSCULAR

 

A distensão muscular acontece quando um músculo é esticado demais, gerando a ruptura de algumas fibras musculares ou de todo o músculo envolvido. Em alguns casos, essa ruptura pode até afetar os tendões próximos do músculo, ocorrendo mais especificamente na junção músculo-tendínea, que é o local da união entre o músculo e o tendão.

As causas da distensão muscular incluem o esforço excessivo para realizar uma contração muscular, durante a corrida, jogo de futebol, vôlei ou basquete, por exemplo, e por isso o estiramento muscular é muito comum em pessoas que estão se preparando para um campeonato ou durante uma competição, embora também possa ocorrer em pessoas comuns que exigem um grande esforço de seus músculos e articulações num dia que decide jogar bola com os amigos, num final de semana, por exemplo.

No entanto, o estiramento também pode acontecer em pessoas mais idosas ou em pessoas que têm que fazer movimentos repetitivos.

Distensão muscular: o que é, sintomas e tratamento

Sintomas da distensão muscular

O principal sintoma é a dor forte localizada perto de uma articulação que surge após uma pancada ou corrida.  Além disso, a pessoa pode sentir dificuldade para caminhar, quando a perna é afetada, ou dificuldade para movimentar o braço quando este é afetado. Assim, os sinais característicos da distensão muscular são:


Dor intensa localizada próximo de uma articulação;

Fraqueza muscular;

Dificuldade de movimentar a região afeta, sendo difícil permanecer na corrida ou no jogo, por exemplo;

Pode gerar uma grande marca roxa, característica do extravasamento sanguíneo;

A região tende a ficar inchada e pode ficar um pouco mais quente que o normal.

Após a observação destes sintomas, deve-se parar a atividade física e colocar imediatamente uma compressa gelada na região para aliviar a dor. Se esta não ceder e ainda não for possível se movimentar normalmente deve-se ir ao médico para realizar exames de imagem como ressonância magnética ou ultrassom, que ajudam a identificar e classificar a lesão, de acordo com a sua gravidade:

Grau 1 ou Ligeira Há estiramento das fibras mas sem ruptura das fibras musculares ou tendíneas. Há dor, que cede em 1 semana.

Grau 2 ou Moderada Há uma pequena laceração no músculo ou no tendão. A dor é mais extensa, durando de 1 a 3 semanas

Grau 3 ou Grave O músculo ou tendão sofre uma ruptura total. Há dor intensa, extravasamento sanguíneo, inchaço e calor na região afetada.

No estiramento grave pode-se sentir a ruptura das fibras palpando a região e o alongamento do músculo afetado não provoca dor e com o ligamento rompido, a articulação tende a ficar mais instável.

O que fazer em caso de suspeita

Em caso de suspeita de uma distensão muscular, o que se deve fazer imediatamente é colocar uma bolsa de gelo envolvida numa toalha fina, por aproximadamente 20 minutos, e procurar auxílio médico a seguir porque embora os sinais e sintomas possam confirmar a suspeita a única forma de confirmar a ruptura do músculo ou do tendão é através de exames.

Como é feito o tratamento

O tratamento é feito com repouso da região afetada, uso de medicamentos anti-inflamatórios como Cataflan em forma de pomada e/ou Ibuprofeno em forma de comprimido, que devem ser tomados sob orientação médica, sendo indicado também o uso de compressas frias ou com gelo de 3 a 4 vezes por dia até 48 horas e sessões de fisioterapia.

A fisioterapia deve ser iniciada o quanto antes para garantir o retorno às atividades diárias o mais rápido possível. Saiba mais detalhes sobre como é feito o Tratamento para distensão muscular, seus sinais de melhora e piora.

Como evitar a distensão

Alongar o músculo além do limite corporal pré estabelecido, ou forçar demais uma musculatura, pode facilmente gerar uma distensão e causar o rompimento do músculo. Assim, para prevenir uma distensão muscular deve-se manter o músculo devidamente fortalecido e alongado constantemente, respeitando suas limitações corporais e evitando treinar sozinho, sem orientação profissional. No entanto, até mesmo os atletas de alta competição podem sofrer estiramentos e distensões musculares durante sua prática esportiva, mas em todo caso, o objetivo dos treinos é evitar que isso aconteça.

Por Dr. Otávio Pinho Filho 



COLUNA DO DR. ERIVELTON LAGO

 


VIDAS CRUZADAS


Carlos Vargas e Ivete Calas casaram-se no ano de 2003, no mês de abril, no coração do outono. Vargas sempre foi muito dedicado ao casamento e sua vida caminhava de vento em popa. Tudo sob controle. Ele era criador de carneiros e todo mundo sabe que os ovinos geram alimentos importantes para a dieta da população, é lucro certo. Especialmente na região Nordeste do Brasil, a carne de ovinos deslanados é muito apreciada na culinária típica. Eles também fornecem pele de qualidade para a indústria calçadista. Já na região Sul, os rebanhos destinam-se à produção de lã fina que é exportada para vestuário. Pois bem, o quilo de carneiro chega até a R$ 25,00. Vargas tinha cerca de 30 alqueires de terra que corresponde a mais ou menos 36 hectares. Na sua propriedade ele criava cerca de 170 ovinos da raça dorper voltados, principalmente, para a produção de carne. A vida do casal estava muito próspera. Um dia Vargas viajou para fazer negócios na cidade de Oriximiná-PA. Lá ele conheceu uma bela jovem de 26 anos, Lacina Cairu, seu nome significa borboleta de asas douradas. A jovem era casada com o colombiano Alejandro Perez, proprietário de duas joalherias em Oriximiná, três em Belém e mantinha negócios em minas de ouro na colômbia. Vargas dormiu num pequeno Chalé nos arredores da cachoeira de jatuarana. Foi Lá que ele conheceu Lacina. Foi amor à primeira vista, apesar de os dois serem bem casados e comprometidos com seus consortes. Dizem que o amor é um sentimento de afeição, paixão, obsessão e um grande desejo por outra pessoa, mas ninguém escapa das suas armadilhas. Com Vargas e Lacina aconteceu exatamente isso. Quando um homem se apaixona por uma mulher, ele perde a razão, apesar de que quando uma mulher se apaixona por um homem, ela ganha emoção sem perder a concentração. Nesse caso aparentemente isolado, Lacina pode também ter perdido a razão, mas isso foi uma exceção. Os dois jovens se conheceram no dia 25 de setembro de 2009, numa manhã de sábado e fugiram para São Luís-MA, no dia 26, domingo. Na 2ª feira à noite ele a deixou num hotel na Av Litorânea. Pela manhã os dois saíram para comprar roupas, pois Lacina fugiu somente com a roupa do corpo: uma calça jeans, uma blusa amarela e tênis. Bom, mas Alejandro não entendeu o desaparecimento da esposa e logo descobriu que ela havia fugido do chalé por volta das três horas da manhã com um homem desconhecido que havia negociado peles de ovelhas com o cafuso Jarbas Barba Azul. Foi fácil saber que Vargas e Lacina haviam partido para a Ilha de Upaon Açu. Alejandro, acompanhado de seus amigos Juan e Orejuela, seguiram para São Luís armados com pistolas 380. “Tengo que buscar a mi esposa”, disse Alejandro com o coração cheio de ódio e descontentamento. Pois bem, depois de comprar roupas para sua mais nova paixão, Vargas a deixou no hotel e seguiu para a sua propriedade na cidade de São José de Ribamar-MA, onde estava lhe esperando com o coração aberto, sua esposa, Ivete Calas. Perguntou ela: Onde andaste, querido? Demoraste muito e eu já estava preocupada. Nenhuma notícia, nenhum telefonema. Respondeu Vargas: preciso contar para você uma coisa muito importante: estou apaixonado por outra mulher. Mas o que aconteceu? Perguntou Ivete. A rotina, talvez. Respondeu Vargas. Ivete falou: sei, normalmente, a vida matrimonial, a rotina e o costume fazem com que a magia do amor e da paixão vá se deteriorando. Mas, você não deve "ficar cego" por essa emoção porque é passageira. Respondeu Vargas: Não é passageira, estou com 48 horas de obsessão, estou cego, doente, alucinado e não consigo ver nada a não ser a imagem de Lacina. Estou encantado. Estou vivendo uma alegria diferente. Estou sentindo a alma flutuar. Parece que de repente o mundo é outro. A voz dela, o cheiro dela, os gestos dela, tudo é como uma flor desabrochando sem parar. Veja, estou falando isso para você sem qualquer pudor e até te peço perdão pelo meu atrevimento, pois és uma pessoa maravilhosa, mas estou com meu espírito livre e feliz com todas as coisas. Não tenho explicação. Estou apaixonado, estou amando. Enquanto o casal conversava, ouviram latidos dos cães lá fora. Em seguida um chamado: “Vargas, vine buscar a mi esposa, tu ladron”. “Abrir la puerta, sinvergüenza”. Tudo bem, vou abrir a porta, disse vargas. Ele abriu a porta e os três homens entraram. Tudo bem, você está certo. Eu trouxe a sua mulher, leve-a com você, mas leve a minha alma também. Te dou razão se a amas tanto quanto eu a amo também. Leve-a com você e leve também a minha vida. Respondeu Alejandro: No vine a buscar tu vida, vine buscar a mi esposa. Respondeu Vargas: Vou levar vocês no hotel onde se encontra a sua mulher Lacina. Os homens colocaram Vargas no banco traseiro do veículo dirigido por Alejandro, uma Dodge Ram. Juan e Orejuela ficaram no banco de trás com Vargas sob ameaça de armas. Balbuciou Alejandro para Vargas. Te matare despues de todo. Respondeu Vargas: Não me importo, não preciso mais viver se Lacina voltar com você. Pois bem, quando o veículo entrou na Avenida Litorânea, uma Mitsubishi Pajero Sport desgovernada bateu na lateral da Dodge fazendo com que ela batesse num poste de luz causando graves ferimentos nos quatro homens. Foram todos para o hospital. Ivete e Lacina foram as duas mulheres que cuidaram e ficaram como acompanhantes dos quatro homens gravemente feridos. Lacina com a preocupação voltada para Vargas e Ivete com uma certa compaixão por Alejandro que estava em piores condições de saúde e sem nenhum parente por perto. De certo modo, Lacina torcia pela morte de Alejandro para ficar com Vargas e Ivete não escondia o desejo de ver o colombiano sobreviver, pois parecia precisar de mais cuidados. Vinte dias depois do acidente, Juan e Orejuela faleceram no hospital. Dois meses depois Vargas recebeu alta e retornou para a fazenda de carneiros, mas manteve Lacina hospedada no hotel, talvez para evitar confusão com Ivete, que ainda era sua esposa. O fato é que, mesmo depois do marido ter saído do hospital, Ivete continuou visitando e cuidando de Alejandro, havia algo nele que a fazia dormir no hospital todas as noites. Na visão de Ivete, Alejandro parecia sozinho e triste. Três meses depois do acidente, os médicos liberaram Alejandro que ficou com um grave defeito na perna direita tendo que usar muletas por mais uns dois meses. Então, encantado com os cuidados de Ivete, perguntou Alejando: quieres vivir conmigo, Ivete? te necessito. Respondeu Ivete em tom de brincadeira: não posso, você não fala português. Respondeu Alejandro, com a sagacidade de um bom conquistador: não seja por isso, sei falar português e posso afirmar que adorei você, gostei de você. Quer viver comigo para sempre? Quer ir embora comigo? Respondeu Ivete: quero, mas preciso passar lá em casa para pegar as minhas roupas, pois só estou com a roupa do corpo. Respondeu Alejandro: Ivete, você não precisa de roupas tanto quanto eu preciso de você, quando chegarmos em Oriximiná eu compro uma loja inteira para você. Perguntou Ivete: Você não vai se despedir da sua mulher? Não, Ivete, pois toda despedida é dolorida e se for do seu querer, a minha mulher agora é você. Perguntou Alejandro: Você vai se despedir do seu marido Vargas? Respondeu Ivete: não, Alejandro, toda despedida é dolorida, e se for do seu querer, meu homem agora é você. Hoje, a conversa que se ouve é que Alejandro e Ivete vivem entre Bogotá e Oriximiná administrando seus negócios de ouro e joalheria. Dizem que ele a quer muito e ela também muito lhe quer. Lacina e Vargas triplicaram a fazendo de carneiros e são os maiores exportadores de ovinos da região. Ele não sabe viajar sem ela e ela não se afasta dele nem por dez quilos de ouro.