O presidente em exercício da Câmara,
deputado Waldir Maranhão (PP-MA), mentiu a Justiça Eleitoral em processo que
investiga as contas da campanha eleitoral dele de 2010, segundo informou
reportagem publicada neste domingo (29) no jornal “O Globo”. De acordo com a
publicação, Maranhão teria dito que usou dinheiro da venda de uma casa para
fazer a doação para si mesmo, ma imóvel continua no nome do parlamentar e da
mulher dele.
De acordo com o jornal, Maranhão
informou à Justiça Eleitoral ter doado para si mesmo R$ 557,6 mi para explicar
os recursos arrecadados para a campanha de 2010. Em processo aberto para apurar
possíveis irregularidades na prestação de contas, o parlamentar afirmou que
vendeu uma casa em São Luís. No entanto, conforme informou a reportagem, o
parlamentar continua morando no imóvel.
Procurado pelo G1, o advogado Michel Saliba, que assumiu a
defesa de Maranhão no processo da Justiça Eleitoral, confirmou que a origem dos
recursos foi a venda de uma casa, mas admitiu que Maranhão disse a ele que
continuava morando no imóvel. “Ele me disse: ‘Moro naquela casa, mas aquele
negócio não se concretizou. Recebi uma parte’. E aí não entrou em detalhes se
houve destrato ou se recomprou a casa”, relatou Saliba.
Saliba afirmou ainda não saber se o
registro da casa continua em nome do Maranhão, mas ressaltou que, se ainda
estiver em nome dele, não haveria nada de ilegal nisso. “Tem ‘n’ hipóteses
jurídicas que justifiquem o fato de ele estar na casa”, disse.
Investigação do
Ministério Público
A reportagem de “O Globo” informa que
Waldir Maranhão empregou um total de R$ 821,7 em sua campanha para reeleição em
2010, sendo R$ 557,6 mil de recursos próprios. O Ministério Público Eleitoral
decidiu investigar o caso, de acordo com o jornal, devido ao fato de o
parlamentar ter declarado patrimônio de R$ 16,5 mil.
No processo que corre na Justiça,
Maranhão teria informado inicialmente, segundo o jornal,
que obteve empréstimo de R$ 98 mil do Bando do Brasil e que o restante veio da remuneração que recebeu ao longo dos anos como parlamentar e secretário de Ciência e Tecnologia do Maranhão. Segundo a defesa do deputado, o esse dinheiro não teria aparecido na declaração de bens à Justiça Eleitoral porque houve erro quando o partido preencheu o registro de candidatura.
que obteve empréstimo de R$ 98 mil do Bando do Brasil e que o restante veio da remuneração que recebeu ao longo dos anos como parlamentar e secretário de Ciência e Tecnologia do Maranhão. Segundo a defesa do deputado, o esse dinheiro não teria aparecido na declaração de bens à Justiça Eleitoral porque houve erro quando o partido preencheu o registro de candidatura.
No entanto, com a desconfiança dos
promotores, Maranhão mudou a versão e disse que, além do empréstimo, valor
doado por ele a sua campanha teve origem na venda da casa dele.
A assessoria de imprensa do
parlamentar informou que Maranhão não vai comentar o caso.
A reportagem informou, ainda, que a
Justiça Eleitoral desaprovou as contas eleitorais de Maranhão. Segundo a
publicação, no entanto, após inúmeros recursos, os promotores pediram, e o
Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão (TRE-MA) arquivou o caso em 2015,
porque o mandato de Maranhão havia terminado em 2014.
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