quinta-feira, 13 de abril de 2017

DINO - INFORMAÇÕES E PRIVILÉGIOS



O governador Flávio Dino (PCdoB) apresentou, por meio de redes sociais, certidão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados como prova de que não relatou o Projeto de Lei nº 2.279/2007, argumento apontado pelo delator José Filho, ex-funcionário da Odebrecht, como motivo para a empresa conceder a propina de R$ 400 mil a Dino para a campanha eleitoral de 2010.


O que chama atenção no documento não é o texto dizendo que Flávio Dino quando foi deputado federal jamais foi relator do projeto de lei. O que chama a atenção é a data da emissão do documento: 17 de março deste ano.


Fica a pergunta: por qual motivo Flávio Dino pediu uma certidão dessa sobre a relatoria do Projeto de Lei 2.279/2007 com tanta antecedência? Esse questionamento foi feito ao homem mais forte do governo comunista, Márcio Jerry, que comanda a Secretária de Comunicação. A resposta? Nenhuma. Até mesmo porque é difícil justificar o que não tem justificativa plausível.


Mas a certidão só sugere algo que parece ser recorrente para Dino: ele teve informações privilegiadas pelo menos um mês antes da citação de seu nome por delatores da Lava Jato.


Recorrente porque, na Operação Turing da Polícia Federal, Dino também parece ter tido informações privilegiadas, podendo agir para proteger a imagem de seu governo ao demitir semanas antes o principal cabeça o esquema de desvio de dinheiro público na Secretaria Estadual de Administração Penitenciária.


Com a divulgação do documento, Flávio Dino deixou sob suspeita a pessoa que tem todo acesso aos documentos da delação: o subprocurador-geral da República, Nicolao Dino, irmão do governador.


Como o governador não explicou os motivos para pedir uma certidão um mês antes de a delação ser divulgada, e como até onde se sabe ele não possui “bola de cristal”, resta ao Ministério Público Federal apurar e buscar a verdade sobre essa “carta de seguro” apresentada pelo comunista.

Da coluna Estado Maior, de O Estado do Maranhão


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Desde ontem a imprensa aponta para possível vazamento de informações da delação de José de Carvalho Filho, ex-funcionário da Odebrecht, que acusou Flávio Dino (PCdoB) de ter recebido propina de R$ 400 mil.

E a suspeita tem razão de ser.


Oficialmente, o sigilo das delações de ex-executivos da Odebrecht só foi levantado no dia 4 de abril, data em que o relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, decidiu abrir 76 inquéritos contra agentes políticos e remeter às instâncias competentes as 200 demais petições.


Mas, para se defender, Flávio Dino apresentou uma certidão do dia 17 de março, duas semanas antes da quebra do sigilo dos dados. O documento diz que o comunista “não apresentou Parecer ou qualquer outra manifestação escrita ao Projeto de Lei 2.279/2007 no âmbito da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania”.


Além disso, o governador apresenta uma pesquisa sobre os autores do projeto, para provar que ele não assinou o texto original da proposta: o documento foi impresso no dia 16 de março.

Confrontados com essa informação, comunistas apressaram-se em dizer que as “cartas de seguro” foram tiradas pelo governador com antecedência diante de boatos sobre a delação. Eles não explicaram como souberam que os supostos boatos tratavam-se, especificamente, do PL 2.279/2007.

Daí, a suspeita do vazamento de informações ao governador.

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