O Nordeste não é lavagem. É cultura, é raiz, é força.
Quando uma cantora que acompanha uma das maiores duplas sertanejas do Brasil compara a comida nordestina à “lavagem”, ela não comete apenas um erro — ela comete um ato de puro preconceito, de xenofobia escancarada.
O que pra ela é “lavagem”, pra milhões de brasileiros é história, herança de família, sobrevivência e sabor. É o baião de dois feito no barro, a carne de sol no sol da luta, a macaxeira tirada da terra com as próprias mãos. É comida feita com amor, com suor e com orgulho.
O Nordeste alimenta o Brasil — com sua terra, com seu povo, com sua cultura. Quem desrespeita isso não entende de Brasil e não merece palco, nem microfone.
Que essa cantora entenda que comida é identidade. E que o preconceito disfarçado de “opinião” não tem mais espaço num país que precisa de mais empatia e menos ignorância.
Respeite o Nordeste. Respeite quem cozinha com alma. Respeite quem faz o Brasil ser de verdade.
Anderson Trabulsi

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