quarta-feira, 13 de abril de 2016

CONSTITUINTE JÁ, IMPEACHMENT OU INGOVERNABILIDADE?


Por Ricardo Murad

Dilma e Lula precisam parar e pensar realisticamente a respeito da situação do governo. A questão não é se vai ou não ter impeachment, como afirmam os oposicionistas, ou golpe, como querem dizer os governistas. A realidade é a realidade e o fato que não se pode desconhecer é a perda total, com Lula ou sem Lula, do atual governo continuar. Falta-lhe o essencial: crédito.
Se aqueles que pretendem tirar a presidente não conseguirem os 342 votos necessários, obtiverem, vamos dizer, 300, como a presidente vai governar com minoria no Congresso, com uma base minoritária formada por pequenos partidos e parlamentares, que ficaram com o governo em troca de cargos e favores? A crise econômica e política vai se agravar e o país entrará numa espécie de anarquia de consequências trágicas. Um país onde a grande maioria exige o fim do governo e um “governo” sem a menor capacidade de governar.
constituintejáSe Temer é a solução ou não, se deveria ter vazado o pronunciamento ou não, dando já como certa a decisão da Câmara pelo impeachment, também não faz muita diferença porque o que está posto é a falência do atual modelo. Com Dilma ou com Temer o modelo faliu. Tanto um quanto outro não conseguirão governar sem apontar uma solução radical que demonstre à população um novo horizonte e para isso não há outra forma que não a convocação imediata de uma constituinte para proceder às reformas que o país necessita.
Dilma ou Temer no governo, nos moldes atuais, ambos com a credibilidade ferida de morte, governando o país na maior crise de sua história, com as instituições fragilizadas e corrompidas, com um Congresso fisiologista e sem qualquer credibilidade, nenhuma diferença fará: a crise só vai se agravar. Por isso, para apontar um novo tempo para o país, somente uma providência drástica e imediata, sob a inciativa de qualquer dos dois, como a eleição de uma constituinte exclusiva já eleita em outubro, com prazo certo até as eleições de 2018, poderá unir a nação e dar ao governo o caráter de salvação nacional pelo tempo que ainda lhe resta.
Ricardo Murad é ex-presidente da Assembleia Legislativa e ex-secretário de Saúde do Maranhão

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