O
Tribunal de Contas da União (TCU) adiou nesta quarta-feira seu parecer sobre as
contas do governo em 2014 e, numa decisão inédita, fixou prazo de 30 dias para que a presidente Dilma Rousseff
explique as irregularidades apontadas pela área técnica da corte. Veja
abaixo os pontos que a presidente terá de explicar aos ministros do
tribunal:
1.
Não registrar na dívida pública os passivos gerados pelos atrasos nos repasses
do Tesouro a bancos e autarquias, prática chamada de "pedalada
fiscal";
2.
Infringir a Lei de Responsabilidade Fiscal por conta das
"pedaladas";
3.
Adiantamentos ilegais concedidos pelo FGTS à União para cobertura de despesas
no âmbito do Programa Minha Casa Minha Vida nos exercícios de 2010 a 2014;
4.
Adiantamentos ilegais concedidos pelo BNDES à União para cobertura de despesas
do Programa de Sustentação do Investimento (PSI);
5.
Não incluir o "rol de prioridades" e metas no projeto de Lei de
Diretrizes Orçamentárias 2014;
6.
A união pagar suas dívidas com o FGTS sem a devida autorização orçamentária;
7.
Extrapolar o montante de recursos aprovados, no Orçamento de Investimento, por
8 empresas estatais;
8.
Executar despesas sem suficiente dotação no Orçamento de Investimento pelas
empresas Araucária Nitrogenados S.A., Energética Camaçari Muricy e Transmissora
Sul Litorânea de Energia S.A., em desacordo com o disposto no inciso II do art.
167 da Constituição Federal;
9.
Não contingenciar despesas discricionárias (não obrigatórias) da União no
montante de pelo menos R$ 28,54 bilhões, quando da edição do Decreto
8.367/2014;
10.
Usar a execução orçamentária de 2014 para influir na apreciação, pelo
Congresso, do Projeto de Lei PLN 36/2014, que flexibilizou a meta fiscal de
2014 (economia feita pelo governo para o pagamento de juros da dívida
pública);
11.
Inscrever em restos a pagar, sem previsão legal, R$ 1,367 bilhão referentes a
despesas do Programa Minha Casa Minha Vida no exercício de 2014;
12.
Omitir nas estatísticas dos resultados fiscais de 2014 as transações primárias
deficitárias da União junto ao Banco do Brasil, ao BNDES e ao FGTS;
13.
Distorções que tornam indicadores e metas previstos no Plano Plurianual
2012-2015 não confiáveis.
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