A sabatina a que foi
submetido o secretário de Estado da Infraestrutura (Sinfra), Clayton Noleto,
ontem, na Assembleia Legislativa, foi marcada por graves denúncias levantadas
por deputados e clima de tensão no Plenário.
A sessão, que durou 6
horas e 38 minutos, presidida pelo vice-presidente Othelino Neto (PCdoB),
chegou a ser suspensa após deputados governistas, de oposição e o próprio
secretário entrarem em bate-boca. Noleto se esquivou de alguns temas e entrou
em contradição a respeito de obras realizadas pelo Mais Asfalto em São Luís.
O deputado Edilázio
Júnior (PV), autor do requerimento de convocação – que acabou, por formalidade
da base governista -, transformado em convite, abriu a sequência de perguntas,
após exposição prévia de Noleto a respeito da estruturação da pasta.
O parlamentar fez
grave denúncia, ao revelar que o chefe da assessoria jurídica da Sinfra –
nomeado no cargo de assessor especial – Eloy Weslem dos Santos Ribeiro, está
com registro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) cancelado desde 2014, mas
assinou pareceres jurídicos da pasta, de obras de montante milionários, o que é
vedado pela lei 8.906/94 [Estatuto da Advocacia].
“O artigo 4º da lei
diz que são nulos os atos privativos de advogado praticados por pessoa não
inscrita na OAB, sem prejuízo das sanções civis, penais e administrativas. O
parágrafo único diz ainda o seguinte: ‘São também nulos os atos praticados por
advogado impedido – no âmbito do impedimento – suspenso, licenciado ou que
passar a exercer atividade incompatível com a advocacia’. Ou seja, todos esses
pareceres assinados pelo Eloy Weslem podem ser tornados nulos. E todos aqueles
que se sentiram prejudicados por qualquer ato da Sinfra, seja em licitação, ou
não, podem questionar judicialmente”, disse.
Outra denúncia
levantada por Edilázio diz respeito à construção de uma praça pública na área
urbana da Lagoa da Jansen. O espaço de lazer foi edificado sem a realização de
um processo de licitação. Ministério Público Para a obra, o governo usou
contrato de manutenção e pequenos reparos da gestão passada. Esse tipo de
contrato não pode ser aplicado para construções.
Noleto tentou
argumentar que a obra, na verdade, foi de reforma de uma praça já existente no
local, onde acontecia o Arraial da Lagoa.
Apesar disso, o
próprio governo se posiciona de forma contrária. Matéria publicada no portal de
notícias oficiais do Executivo, em junho de 2016, informa que o local antes era
um “terreno baldio” e que a obra foi de construção e não de reparo.
O caso, segundo Edilázio,
que pode resultar em ação de improbidade administrativa, será levado ao
Ministério Público estadual.
Promoção – O secretário de
Estado da Infraestrutura, Clayton Noleto (PCdoB), rechaçou na sabatina
realizada pela Assembleia Legislativa promoção pessoal ou qualquer tipo de
benefício que tenha por objetivo uma eventual candidatura à Câmara Federal em
2018.
O questionamento foi
levantado pelo deputado Sousa Neto (PROS), que citou declaração do colega
Stênio Rezende (DEM) a respeito de secretários pré-candidatos a deputado.
“Respondo, de uma
forma bem tranquila, que não há qualquer discussão a respeito de eventual
candidatura. Se essa discussão um dia ocorrer, será num momento oportuno. Estou
concentrado na minha missão, e as ações da Sinfra e focado no desenvolvimento
do meu trabalho”, disse.
De O Estado
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