A CRUZ DE ELIZIANE GAMA

É bem verdade que a deputada federal Eliziane Gama (PPS) está prestes a ser anunciada como o segundo nome ao Senado na chapa do governador Flávio Dino (PCdoB), mas para isso terá que seguir “engolindo sapo” e “vendendo a alma ao diabo”.

Eliziane Gama, inicialmente, teve que se contradizer e depois de passar cinco anos sendo Oposição ao Governo Edivaldo Júnior (PDT), da noite para o dia, começou a entender que a gestão do pedetista é um exemplo a ser seguido.

Agora, pela atual conjuntura política, Eliziane terá que fazer um sacrifício ainda maior. A parlamentar para sacramentar o seu nome para o Senado e efetivar a aliança do DEM com Flávio Dino, terá que se filiar ao partido comandado por ACM Neto, representante de uma “oligarquia” na Bahia.

O DEM ainda reluta em ter a parlamentar no seu quadro, principalmente pelo histórico político pouco confiável, mas o partido, que demonstrou querer apoiar Flávio Dino, quer uma vaga na chapa do comunista e pode vir a aceitar a filiação.

Pior mesmo será a situação de Eliziane que, mais uma vez, terá que ser incoerente e contraditória. Inicialmente terá que ir para um partido comandado por um legítimo representante do que ela classifica de oligarquia.

Além disso, o DEM esteve o tempo inteiro no lado oposto ao que Eliziane defendeu. O DEM esteve sempre ao lado do presidente da República Michel Temer (MDB). O DEM foi decisivo para a cassação da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). O DEM foi fundamental para aprovar matérias que Eliziane votou contra, incluindo a Reforma Trabalhista.

Como que agora, de uma hora para outra, da noite para o dia, Eliziane passará a pensar igual ao partido, votará contra tudo que antes defendia, passará a ser da base do Governo Michel Temer ???

Pelo visto, para concretizar o seu projeto de ser candidata ao Senado, Eliziane será capaz de tudo, inclusive apoiar o governo do “diabo”, como o presidente Michel Temer foi tratado no Carnaval deste ano.

Inegavelmente é uma situação incômoda, mas para Eliziane está ficando claro, a cada dia, que o fim justifica os meios, mesmo sendo incoerente e contraditória.