Por Joaquim
Haickel
O que
seria dos jogos se nenhum dos times cometessem erros!? Seria uma coisa
monótona, sem emoção, sem possibilidade de mudanças, de reviravoltas. Errar
mais ou errar menos define o resultado dos jogos. Acertar é uma obrigação.
Trapacear é terminantemente proibido, mas já houve quem tivesse feito gol com a
mão, e valeu!
No jogo
da política maranhense o rompimento com Zé Reinaldo é o primeiro grande erro de
Flávio Dino. Com ele ficou demonstrada a falta de gratidão do governador para
com aquele que o ajudou a se criar, politicamente. Esse fato não deve ser
encarado como lição para Zé Reinaldo, acusado de trair Sarney. Em minha opinião
ele foi obrigado a isso pelas circunstâncias do acirramento das relações de sua
ex-mulher Alexandra e sua corte, com a ex-governadora Roseana Sarney e seu
séquito.
O momento
em que é cometido um erro deve ser de muita cautela, pois é comum uma série de
outros erros virem juntos, formando uma espécie de efeito cascata. Mas o pior
de tudo é quando aqueles, afeitos a arrogância, são impedidos por ela de
enxergar a realidade, de ver que aquilo que aconteceu foi um erro e continuam
impávidos, rumando para o abismo.
Por outro
lado, quando um adversário comete um erro grave e imperdoável, é hora de seus
oponentes, de forma rápida, eficiente, eficaz e efetiva, agirem para fazer com
que o erro cometido, sacramente ou pelo menos aprofunde a derrota do incauto.
Em termos
de política, assim como tudo na vida, o tempo é o maior referencial! É apenas
no final das contas que vamos conseguir saber se nossas ações foram boas ou
más, se o que fizemos foi produtivo ou infrutífero. Um único grau de
deslocamento, de mudança na rota previamente traçada, nos leva a destinos
completamente diferentes do que foi planejado, depois de algum tempo e de
muitos quilômetros de percurso.
Só um
rompimento poderia ter sido pior para Flávio Dino que o de Zé Reinaldo. O de
Weverton Rocha, que é o único político do Maranhão que hoje tem um grupo
próprio, bem montado, com partido forte, membros motivados. Só o DEM pode vir a
se configurar como um segundo grupo com estas características.
Há outra
coisa muito importante! O simples fato de Zé Reinaldo não ter aguentado o
desprezo dedicado a ele por Flávio Dino não sacramenta o erro e estabelece a
vitória da oposição. É preciso que este erro resulte em ações efetivas para
debilitar as fileiras do exército adversário. A saída de Zé Reinaldo do grupo
dinista deve ser rentabilizada!
É como se
estivesse sobrevoando o campo de batalha em um dirigível, vejo de um lado um
exército bem aparelhado, comandado por um general obeso e um coronel
“asargentado”, sem uma relevante linha média de comando, sem estado maior,
graças a sua forma de pensar e de agir, mas eles têm muito armamento e munição.
Do outro
lado vejo opositores desarrumados, sem uniformes e sem uniformação, com
comandos distintos. Um destes destacamentos é bem maior que os outros, que
mesmo menores, são indispensáveis para o sucesso da guerra. Vejo que dois
destes grupos parecem se aproximar para juntar forças e se fortalecerem. São
mais jovens e motivados. Juntos, estes dois podem se transformar na segunda
maior força da batalha e no futuro ser hegemônico!
Vejo que
os exércitos antagonistas do poder precisam avançar separadamente nesta
primeira batalha, para que na batalha final possam derrotar seu oponente. No
entanto, eles precisarão se reunir, ter uma “Yalta”! Mas querer que essa gente
saiba o que é “Yalta” é um pouco demais, né?! Quem não precisar recorrer ao
Google para saber o que foi “Yalta”, conseguiu pontos suficientes para passar
de nível neste jogo!
Esta
guerra não terá um resultado satisfatório para os insurgentes se eles não se
organizarem e principalmente se não tiverem um elevado espírito voluntarioso,
onde não haja vaidades, mas sim humildade e boa dose de sacrifícios pessoais.
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