SOU APENAS UM HOMEM
Sou apenas um homem
Perscrutando a cidade
Por favor, não temam meus passos
Nem sei se são passos que me conduzem.
Às vezes são sobressaltos, angustias e medos;
É necessário que acreditem no que digo
Não direi muito porque não conheço muito
Na verdade, eu sei tão pouco.
Tudo que aprendi foi me extrair das coisas
E me integrar às coisas
Nesse processo sou poeira, limo, sujo.
Folhas, frutos, pétalas, pau e pedra.
Sou fontes do passado
E daquilo que há de vir.
Me confundo com o anônimo das faces
Me escureço com o asfalto do chão
Às vezes brilho e resplandeço
Como as paredes de azulejos e as luzes da noite.
Ivan Sarney
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