domingo, 16 de junho de 2013


BICHINHO DE ESTIMAÇÃO

          Sempre resisti ter um cão em casa, quando morava em apartamento, então, não admitia de jeito nenhum.
Acostumado com vira-latas em Bicuíba e na roça (não me lembro de ter visto algum cão de raça por aquelas bandas - em Raul Soares lembro ter visto cão da raça fila, algum pastor alemão, mas poucos - naqueles tempos!).
O cão vira-lata é praticamente criado na rua e nos quintais, se adestrado, "amansado", eram raros os que conheci assim, e sempre achei de alta agressividade, não gostava de me aproximar, pensava que, a qualquer momento, poderia "avançar" e causar estragos na perna ou em qualquer lugar a seu alcance. Com o aparecimento dos cães rottweiler e pit bull, aí, então, é que me afastei de vez!!!
A rejeição a cães muitas vezes é por falta de conviver e "entender" que o cachorrinho manifesta seu carinho e afeição "lambendo", pulando e saltando pra cima da gente e abanando o rabinho "freneticamente". Além do mais eu tinha receio de me afeiçoar demais, como aconteceu com o Leãozinho, um cachorrinho preto, amigão, que gostava de se "agasalhar" nos degraus que davam acesso ao quintal lá em casa na Bicuíba. Já relatei o acidente de sua morte, e não gostaria de lembrar de novo!
Sei que no curso de Veterinária há uma disciplina específica (não cheguei a alcançá-la - parei no 4º período), "Comportamento Animal".
Voltando ao assunto "retro", o que me fazia "repelir", rejeitar cachorros em casa ou em apartamento é justamente esta aproximação "festiva" do cão, todo saltitante, subindo na perna, pulando no colo, querendo dar beijos e lambidas de toda maneira. E isto me incomodava.
Lembro que certa vez fui visitar um amigo num apartamento e lá veio seu cãozinho pra cima da gente, distribuindo lambidas a dar com o pau, e, imagina a gente acabando de sair de um banho! Fora o cheiro forte (quase fedor) espalhado no ambiente, aquele "aroma" de cachorro molhado. O interessante é que o morador da casa não nota este desconforto.
O tempo foi passando, minha filha Brenna sempre tocava no assunto dizendo que seu sonho era ter um cachorrinho de estimação em casa. Eu sempre imaginava cachorro grande, de guarda, aqueles que realmente dão trabalho, nunca um cãozinho pequeno, "fofo", de fácil manejo e controle.
Com o facebook, muitos amigos postando fotos com cães e mostrando como são tratados (ou muito bem ou com muita maldade), me estimularam e me sensibilizaram e passei a admitir um cão no "recesso" do lar.
Aí veio ela com o "Bento", um poodle número 1, nome meio esquisito, um nome não um apelido!
Pequenino, peludinho, cor chegada a creme, orelhas caídas, por onde passa chama a atenção!
(Vejo os animais de outra forma, fico com muita dó deles não poderem se expressar, de dependerem 100% do ser humano, de sua separação da mãe, de sua domesticação forçada, me vejo sempre com lágrimas nos olhos observando o cãozinho tão quieto no seu canto, com um olhar ligeiramente triste, parece estar sempre pedindo socorro, carinho e atenção).
Fico também triste vendo animais de carroça (burros e cavalos), bois nos carros de boi levando ferroada do   "carreiro", destes cachorros em blitz policial, animais de sela e cavalgada, touro e cavalos nos rodeios, touro sacrificado nas touradas, aquela ignorância lá em Santa Catarina com a "farra do boi"!. Pior ainda é ver animais criados com tempo certo de vida tipo frangos e galinhas, porcos e carneiros, bois e cabritos, diretos para o abate (se eu "testemunhar" o "assassinato", não como)!
Bom, aí chegou o Bento, que acabou me "seduzindo" no quesito carinho e alegria. Toda hora quer brincar, saltar, correr!
E eu me "embarco", e me divirto, corro e "sacaneio" o bichinho fazendo ele correr além do necessário.
Admiro quando ele procura água ou comida e já aprendi mais ou menos suas insinuações "solicitando" um ou outro.
Se ele ouve o alarme dar dois toques, corre para a garagem, se o interfone toca, corre para a porta que dá acesso ao portão de entrada. Incrível essa percepção, esta inteligência particular dos cães.
Gosto de vê-lo correr meio rebolando, orelhinhas caídas bem rentes ao ouvido, e, se a gente estiver correndo junto, ela dá aquela olhadinha para trás e vai que vai...
Gosta de dormir encostado na porta, acorda com o despertar de qualquer celular ou de alguém se movimentando para levantar. Uma graça! Troca o dia pela noite!
Encerrando: aquela "pedra" no coração "amoleceu" de vez, e, agora que me convenci de que um cãozinho traz é alegria e equilíbrio no lar, dá trabalho, mas é divertido.
Pois é!


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