quinta-feira, 13 de junho de 2013










ESCURO CANTO

Sobre a mesa brota um jarro insone
E sua sobra se projeta escura no espaço
As raízes da toalha, as folhas alvas
Se movem em meio as luzes do espelho
Ou uma ave voa por entre talheres e facas
Num curvo espaço de mãos entreabertas.

Ainda as flores iluminam a mesa
A textura breve de suas longas pétalas
Suavemente só se move a mão dentro da tarde
E num gesto calmo flutua um copo sobre a água
Sobre a penumbra intensa da toalha
As vozes fundas se elevam e fendem
A parte móvel do silêncio, intenso canto.

Chagas Val

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