O PARTO
Meu corpo está completo, o homem – não o poeta
Mas eu quero é o necessário
Que me sofra e me solidifique em poeta,
Que destrua desde já o supérfluo e o ilusório
E me alucine na essência de mim e das coisas,
Para depois, feliz e sofrido,mas verdadeiro,
Trazer-me à tona do ´poema
Com um grito de alarma e de alarde:
Ser poeta é duro e dura
E consome toda
Uma existência.
Nauro Machado (1958)
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