A Superintendência Regional do Maranhão
da Polícia Federal confirmou ontem a existência de fraude em processos
seletivos - aplicados entre os anos de 2010 e 2014 - de instituições de ensino
superior do estado que ofertam vagas nos cursos de Medicina. Segundo a PF, um
dos autores da ilegalidade já foi identificado e seu nome e origem deverão ser
revelados nas próximas horas.
Com base nas investigações, além dos
golpistas, a PF já identificou também as pessoas que compravam vagas de
Medicina nas instituições de ensino e confirmou que era cobrado até R$ 100 mil
por candidato. Ainda segundo a polícia, pela participação no golpe, cada
beneficiado deverá responder por formação de quadrilha e falsidade ideológica.
A PF no Maranhão apura ainda novas
informações sobre o caso em parceria com o Grupo de Atuação Especial de Combate
ao Crime Organizado do Ministério Público Estadual do Estado do Piauí. No
estado vizinho, estão sendo apuradas ilegalidades semelhantes na Universidade
Federal do Piauí (UFPI) e em uma faculdade particular. Em outros cinco estados
do país, investigações da PF também apontam a existência da fraude.
Segundo as investigações policiais, na
primeira etapa da fraude um golpista - de posse de documentos falsos - se
passava pelo candidato que pretendia comprar a vaga. Uma segunda pessoa, também
contratada para participar da fraude e com alto nível de conhecimento, se
submetia à prova no lugar do candidato verdadeiro.
Ainda segundo a PF, na etapa seguinte
do golpe os fraudadores faziam uso de pontos de voz instalados nas carteiras
das salas onde eram aplicadas as provas para que o suposto candidato recebesse
as respostas do gabarito.
Outro caso - Em janeiro de 2013, a PF
revelou a existência de fraude semelhante no acesso de interessados em cursos
de Medicina de universidades situadas em seis estados do país, incluindo o
Maranhão. Por meio de interceptações telefônicas com registros de conversas de
novembro de 2011, um aluno, que estava na ocasião se submetendo ao processo
seletivo para uma vaga no curso de Medicina em uma universidade do Maranhão,
foi flagrado recebendo - por meio de ponto eletrônico - o gabarito oficial da
prova. À época, o Ministério da Educação (MEC) informou que as pessoas
apontadas como responsáveis ou envolvidas no crime seriam punidas com a
cassação do diploma, caso tivessem concluído o curso.
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