"O OUTRO SEXO"
Théo nasceu em 1989 numa cidade do interior do Rio de janeiro. Namora com Zoe, uma jovem de 23 anos nascida no Amapá, mas foi morar no Rio com os tios quando tinha 12 anos de idade. Ele formado em nutrição e ela estudante de medicina. O casal tem como grandes amigos Gael e Bella, ambos nascidos no interior de São Paulo, mas também moram no Rio de janeiro desde 2005. Théo é homem trans, ou seja, ele é tido e indicado desde criança como mulher, mas se identifica com uma imagem pessoal masculina. Ele namora com Bella que se identifica como sendo heterossexual. Os dois já namoram há mais de um ano e parece que as coisas andam bem por lá. Gael é amigo do casal, mas é travesti. Ou seja, ele tem uma identidade de gênero que difere da que foi designado no seu nascimento. Ele nasceu com sexo masculino, mas assume um papel como se fosse do sexo feminino. Em outros termos, ele assumiu um papel de gênero diferente daquele do seu nascimento. Bella, paulista, descendente de italianos, mas mora no Rio desde 1995. Ela, extremamente conservadora, mas tem uma excelente convivência com os três amigos.
Bella não tem namorado e não se tem notícia de que vive à procura de alguém, gosta de dança, música, teatro, mas trabalha num grande escritório de advocacia. Ela não sente atração sexual por ninguém, mas tem um profundo afeto por Mirtes. Nas horas de folga ela escreve poesias que amigos cantores transformam em música. Certa noite, no outono de 2019, os quatro amigos foram para um barzinho em Copacabana, Ideal Chopp. Lá tem um incrível bolinho de carne, bolinho de bacalhau, o pastelzinho de camarão, risole de salmão, bolinho de feijoada, polvo vinagrete e a caipirinha da casa. Pois bem, entre uma caipirinha e outra chegou à mesa, um desconhecido cujo nome é Heitor e perguntou: Posso sentar-me com vocês? Bella, educadamente, respondeu: por mim, tudo bem. Aceito por Bella, Heitor pegou uma cadeira e sentou-se à mesa. Perguntou Heitor: sobre o que estão conversando? Respondeu Théo: acabamos de chegar, ainda estamos na segunda dose de caipirinha. Caipirinha é coisa de gay, falou Heitor. Nesse momento Gael falou: puxa vida, cara, você mal chegou e já vem agredindo as pessoas?! Heitor respondeu: agredi você? Você tem algum problema com os gays? Zoe falou: calma gente, afinal estamos aqui apenas para nos divertir. Ninguém se ofendeu aqui, foi apenas força de expressão de Gael pela forma que você falou. Heitor falou o seguinte: Olha, eu sou gay, tento viver com essa minha condição e não entendo que ser gay seja motivo de ofensa pessoal, mas uma condição pessoal. Completou: precisamos nos educar para a vida em sociedade, precisamos nos aceitar, precisamos compreender as pessoas e aceitá-las como elas são. Gael, ouvindo Heitor, falou: tudo bem, cara, peço desculpas. Vamos aproveitar a noite e conversar sobre a vida. Heitor falou: pois é, acho que está na hora de nos educarmos mais a respeito do que o normal ou anormal. A normalidade é uma ficção ideal onde cada ego aproxima-se do ego de um psicótico em grau maior ou menor, normalidade absoluta não existe. As pessoas precisam saber que identidade de gênero pode ser feminina, masculina, trans, travesti. Ou ainda pode ser designada como mulher, homem, mulher trans, homem trans, não binário. Se vocês querem saber, existem até alguns termos que procuram caracterizar identidades de gêneros que são os cisgêneros e os transgêneros. Perguntou Heitor: Vocês se abalaram com o que eu falei? Respondeu Théo: claro que não, até achei interessante a sua fala, continue. Nessa hora chegou o garçom perguntando: vai aí mais uma rodada de caipirinha e um bolinho de camarão? Respondeu Gael, traz duas porções e uma rodada de caipirinha, é por minha conta. Quero ouvir mais o Heitor. Então perguntou Heitor: vocês sabem a diferença entre sexualidade e identidade de gênero? Respondeu Bella, eu sei, mas quero ouvir a sua opinião. Respondeu Heitor: a sexualidade envolve tudo o que nos constitui humanos, enquanto o sexo é uma parte integrante de nossa biologia. Já a identidade de gênero é a parte psicológica íntima da pessoa, que pode ou não se conformar ao seu meio externo. A sexualidade está baseada na atração sexual e na atividade compartilhada entre as pessoas. Muitas pessoas e talvez até um de vocês dessa mesa pensam que sexualidade é apenas sexo, mas pode estar relacionada com outras maneiras de busca ao prazer e com os sentimentos compartilhados. Zoe, namorada de Théo, perguntou: o que você acha do LGBTQ+? Respondeu Heitor: olha, não sei se vocês sabem, mas o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+ é homenageado em 28 de junho, uma data memorável para a história da humanidade. Por trás da sigla LGBTQIA+ existe uma história representada em cada uma das letras que a compõe. Embora tenham sua origem ligada a sentidos pejorativos, todos devem saber que a luta pela diversidade é constante e hoje, mais do que nunca, vem sendo evidenciada uma consciência coletiva em prol da liberdade de expressão. A sigla significa o seguinte: o “L” significa lésbicas, mulheres, cis ou trans, que sentem atração afetiva e/ ou sexual por outras mulheres, também cis ou trans. O “G” significa gay de origem inglesa e pode ser interpretada como alegre. Trata-se de um termo para designar homens, sejam cis ou trans, que sentem atração afetiva e/ ou sexual por outros homens, da mesma forma cis ou trans. O “B” significa bissexualidade diz respeito a pessoas cis ou trans que sentem atração afetiva, sexual ou emocional por mais de um gênero, como uma identidade fluida. O “T” significa transgêneros e não tem relação com a orientação sexual, mas sim com a identidade de gênero, ou seja, diz respeito a forma com que uma pessoa se identifica com feminino ou masculino. O “Q” de origem inglesa, “queer” significa “estranho” e deu nome a um lugar chamado Queer Street onde as pessoas discriminadas pela sociedade eram alocadas. Abraça todos que não se encaixem dentro da heterocisnormatividade, ou seja, héteros e cis, a parcela da população que se identifica com seu sexo e gênero de nascença. Théo, ouvindo Heitor, perguntou: você acha que eu sou o que? Respondeu, Heitor: você é o que você é. Bella, às gargalhadas de boa caipirinha, falou: essa resposta foi muito filosófica, meu caro Heitor. Heitor continuou a dizer o significado das letras, afirmando que o “I” significa Intersexualidade que está ligada a pessoas em que os aspectos biológicos definem o sexo, como cromossomos, hormônios, órgãos internos e externos. Ou seja, é um termo que descreve a anatomia relacionada a questões reprodutivas ou sexuais que se diferenciam nas definições típicas de homens ou mulheres, de acordo com Sociedade Intersexo da América do Norte, que faz parte do nosso divino mundo. O “A” significa assexualidade. É uma orientação como hétero, homo ou bi. A diferença é que não há atração sexual, somente afetiva. Assim como as outras, é possível manter namoro e casamento, porém com ausência de qualquer desenvolvimento em relações sexuais. Essas pessoas existem na nossa interação social, são iguais a todos nós, apesar dos protestos de algumas pessoas comuns e muitos políticos desenformados. Falou Zoe: concordo com você, Heitor. Continuou Heitor: Finalmente, vem o “+” que é o termo coringa que engloba todas as letras da sigla completa LGBTT2QQIAAP, respectivamente se referindo a lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros, transexuais. Segundo nativos americanos, trata-se de uma pessoa que nasceu com espíritos masculinos e femininos. “queer ou questionado” aqueles que ainda estão se encontrando, são os intersexuais, assexuais, aliados, todos que prestam apoio e os pansexuais com atração sexual independente de identidade de gênero ou sexo. Arrematou, Heitor: Como me referi alguma vezes em trans e cis, transgênero trata-se de uma pessoa que nasceu com um sexo biológico e não se identifica com o seu uu1L. Por exemplo ela nasceu com pênis, cresceu coum hormônios masculinos, mas se identifica com o sexo feminino. Por outro lado, em relação ao cisgênero, a pessoa se identifica com o sexo com o qual nasceu, mas isso não quer dizer ser hétero. Um cisgênero pode ser gay, bi, pan, assexual ou hétero. De olhos arregalados, Gael perguntou: cara, de onde você tirou tudo isso? Respondeu Heitor: não falei nada além do significado de uma sigla que toda escola de primeiro grau deveria ensinar, afinal todos nós somos filhos de Deus, o único responsável pelas nossas opções, por isso afirmo que ninguém é livre. Pela moral da história, quem é você?
Perfeito , somos e vivemos de várias formas, e todas são dignas de respeito , arrasou caríssimo.
ResponderExcluirRespeita, essa é a palavra
ExcluirConhecimento nunca é d +
ResponderExcluirConhecer para compreender.
ExcluirOpiniões... Somos quem desejamos ser.
ResponderExcluirTambém muitas vezes não sabemos a origem dos nossos desejos
Excluir