terça-feira, 30 de dezembro de 2025

COM A PALAVRA -CENAS DO COTIDIANO XLI- POR ZÉ CARLOS GONÇALVES

 


CENAS DO COTIDIANO XLI
  ... a terra (lândia) do fogo (turi) pega fogo

    No apagar de 2025 e no nascer de 2026, as CENAS não deveriam se encerrar com tantas funestas e cruéis notícias. Verdadeiramente, desumanas, a comprovar que os nossos irmãos menos desafortunados estão sempre empurrados para o fundo do poço, sem fundo, do descaso. Notícias, que nos fazem descrer de nós mesmos

    e, com grande descrença, nos últimos dias, a mídia vem sendo dominada por um topônimo, há muito esquecido, desassistido, mal gerido, vilipendiado, às margens do Turi. E, por ironia do destino, como sua própria etimologia diz, "pegou fogo" 

     e não é um fogo sadio. É um fogo voraz, que vai matando o esperançar de um povo guerreiro; e demasiadamente sofrido
 
     e, em tanto sofrimento, Turilândia gritou, em sufocante silêncio, "abre-te zerzilim", só para valorizar a fonologia baixadeira; e ali se fez o reino do Ali Babá, tupiniquim. E, se mexer mais "nesse angu", certamente, passarão, e muito, dos quarenta "caroços"

     e, como caos pouco é mera bobagem, assistimos ao cúmulo do cúmulo do cúmulo. Na vacância do trono municipal, o novo, e empossado, alcaide cumpre prisão domiciliar. Essa troca é o mais vil deboche "com a cara", com o coração, com a alma do cidadão turilandense

     e vou me utilizar de uma expressão, que muito escutei no meu tempo de menino, que serve para ilustrar muito bem esta situação. "Um mão leve por outro". Aí, a matemática bate certeira. Trocaram meia dúzia por seis

    e, diante de tão sarcástica troca, a pergunta que não se cala. Ficarão detidos por quantos dias mesmo?! 

     e, se a resposta demorar a ser dada, já estarão no conforto dos seus lares, a comemorar "o reveilão", só pra rimar, com o que vocês estão pensando

     e, no meu idear de menino, fico encucado com a inversão da lógica da natureza. Afinal, fui acostumado, e convencido, que a rapinagem, em nossa Baixada, é prática dos carcarazinhos e dos gaviõezinhos. E que os passeriformes nos saúdam com seus maviosos cantos, principalmente, nos arrozais de nossa sobrevivência; o que, neste caso, não corresponde à verdade

     e, como sempre fui, sou e serei contra o aprisionamento de passarinhos, me soa como uma baita ironia da vida, que, neste caso, se "engaiolaram"; e, agora, se negam a "abrir o bico" 

     e, "sem um pio", fica a surda e muda bancada maranhense, no congresso, diante da ultrajante e discriminatória fala de um deputado, que se diz "delegado, professor, (des)influenciador digital", e que literalmente joga o Maranhão "no esgoto" do país. E, pior, eleito por um estado do Sudeste, sonha, mesmo, é com "as glórias" do Sul. E, "o mais pior", alguns conterrâneos nossos concordam com tamanho despautério 

     e, para justificar esta crônica, sangrante de revolta, só mesmo resgatando "o dito" de vovó. "Quem nunca comeu mel, quando come se lambuza". Cabe "direitinho" na realidade, triste, das Câmaras legisladoras, Brasil afora 

     e, "pra num infeiar maise 2025, vô vazá!"

     Inté maise!

           Zé Carlos Gonçalves

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