A
torcedora gremista Patrícia Moreira, flagrada pela câmera da ESPN Brasil
chamando o goleiro Aranha de "macaco" durante partida entre Grêmio e
Santos, compareceu à 4ª Delegacia de Polícia Civil de Porto Alegre nesta manhã
para prestar depoimento. Aos prantos, Patrícia, de 23 anos, chegou à delegacia
por volta das 10 horas (de Brasília) e disse em depoimento que não tinha a
intenção de ofender ninguém.
"Ela
disse que realmente esteve no local e também confirma que realmente proferiu a
palavra macaco. Mas alega que a intenção dela não foi ofender o goleiro do
Santos. Disse que, como as pessoas entoam músicas com macaco, viu a torcida
falando isso e também falou. Simplesmente repetiu o que a torcida estava
falando", disse o delegado Cléber Ferreira em entrevista aos canais ESPN.
A
polícia gaúcha preparou um forte esquema de segurança, que contou com homens do
GOE (Grupo de Operações Especiais) para receber a torcedora. A gremista ouviu
algumas ofensas e gritos de "racista", proferidos por integrantes do
Movimento Unegro, na chegada ao local. Desde que foi flagrada pelas câmeras,
Patrícia Moreira, que é dentista, perdeu o emprego e teve sua casa apedrejada.
Principal
símbolo das ofensas racistas que culminaram na desclassificação do Grêmio da
Copa do Brasil, Patrícia Moreira pode ser indiciada por injúria qualificada. O
delegado Cléber Ferreira explica a diferença entre injúria racial e racismo.
"O
racismo é contra um grupo indeterminado de pessoas. Na injúria eu tenho uma
pessoa ou pessoas determinadas. Por exemplo: se tenho uma loja e não quero que
nenhum afrodescendente trabalhe lá, isso é racismo. No caso do Grêmio, a
polícia entende que houve uma injúria qualificada, uma injuria racial",
disse.
Além
dela, outros sete torcedores foram intimados a prestar depoimento. Dois deles
prestarão depoimentos na tarde desta quinta e mais dois na tarde de
sexta-feira. Na quarta, o líder da torcida organizada Geral do Grêmio foi
ouvido pelos policiais.
Toda a
confusão aconteceu há exatamente uma semana. Patrícia e mais um grupo de
torcedores proferiram a palavra ‘macaco' para o goleiro do Santos, Aranha. O
juiz não paralisou o jogo e também não relatou na súmula, mas as câmeras da
ESPN flagraram a injúria racista,e o Grêmio acabou punido com a exclusão da
Copa do Brasil pelo caso
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