Amanhã, quarta-feira (04), será eleita a Mesa Diretora que vai comandar o Judiciário
maranhense no biênio 2018/2019. A eleição para os cargos de presidente,
vice-presidente e corregedor-geral ocorrerá na Sessão Plenária Administrativa,
a partir das 9h, na sala das Sessões Plenárias do Tribunal de Justiça do
Maranhão (TJMA). A posse da nova mesa diretora se dará em dezembro deste ano.
Só que ao
contrário dos anos anteriores, na eleição deste ano teremos realmente uma
disputa e com consequências para o Tribunal de Justiça do Maranhão.
A eleição
do TJ sempre foi marcada pelo consenso devido o respeito a tradição, evitando
assim disputas desnecessárias e que causam estremecimento. Pela tradição, os
desembargadores mais antigos e que ainda não ocuparam a cadeira de presidente
do Poder Judiciário maranhense são os escolhidos para exercer tal função.
Sendo
assim, a nova presidente aclamada da corte seria a desembargadora Nelma Sarney,
enquanto que o desembargador José Joaquim Figueiredo dos Anjos seria o novo
corregedor.
Entretanto,
o desembargador José Joaquim, alegando ter sido procurado por alguns de seus
pares, resolveu quebrar a tradição e deve mesmo se candidatar à presidência do
TJ, “abrindo mão” inclusive de ser corregedor por dois anos no próximo biênio e
na sequencia ser presidente.
O
problema é que essa decisão fatalmente trará consequências para o TJ. O
desembargador Marcelo Carvalho, que por conta da decisão de José Joaquim, será
candidato, e favorito, ao cargo de corregedor, mas deixou claro que é a favor da
tradição, justamente para que todos possam presidir o Tribunal de Justiça do
Maranhão, ou seja, defendendo não somente a tradição, mas a harmonia da casa (reveja).
Além
disso, existe outro agravante. Muitos afirmam que a quebra da tradição e a
consequente disputa eleitoral no Tribunal de Justiça teria interferência do
Palácio dos Leões. A revolta de alguns palacianos não se restringe apenas ao
sobrenome da desembargadora, mas também pela derrota sofrida pelo irmão do
governador Flávio Dino, Nicolao Dino, quando da escolha pelo presidente Michel
Temer do novo procurador-geral da República. Os defensores do “golpe” na
tradição atribuem a derrota somente a influência do ex-presidente José Sarney
junto ao presidente Temer e querem dar o “troco” nas eleições do TJ.
Em
entrevista ao jornal O Estado do Maranhão, a desembargadora Nelma Sarney, que
pela tradição seria aclamada nova presidente do Tribunal de Justiça, defendeu
mais uma vez a harmonia entre os desembargadores. Nelma inclusive conta com o
apoio do Sindicato dos Servidores da Justiça do Maranhão (SINDJUS), que fizeram
recentemente uma eleição e a desembargadora surgiu com mais de 95% dos votos.
Ou seja, a eleição de Nelma poderia melhorar, a hoje desgastada, relação entre
a presidência do TJ e os servidores.
A eleição
está prevista para quarta-feira e deve iniciar um novo momento no Tribunal de
Justiça, já que a disputa tem data e dia para começar, mas fatalmente não tem
para terminar. E muitos que amanhã, vão ajudar a quebrar a tradição, serão os
mesmos que perderão a oportunidade de um dia chegar a comandar o Poder
Judiciário do Maranhão.
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