Uma
gravidez tubária, ou ectópica, ocorre quando o óvulo fertilizado se implanta em
um lugar fora do útero. Em alguns casos, ela pode ocorrer na cavidade
abdominal, do ovário ou no colo uterino. Com sintomas inicias como sangramento
vaginal incomum e dor forte e persistente em um dos lados do abdome, o
diagnóstico tardio provoca o rompimento da trompa, causando dor aguda e intensa
espalhada pelo abdome, sudorese, taquicardia e até desmaios.
Para
um diagnóstico exato, deve-se comprovar a situação por meio da anamnese, ao
combinar o relato dos sintomas da paciente com exames laboratoriais. “A
primeira suspeita ocorre quando não é possível identificar a gravidez dentro do
útero. Por isso, apesar de não podermos nos limitar a esse método, a
ultrassonografia é capaz de identificar esse tipo de gestação”, informa o dr.
Paulo Nowak, membro da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São
Paulo (SOGESP).
As
principais causas dessa gravidez estão relacionadas à existência de lesões na
trompa, que impedem a progressão do óvulo fecundado até o útero – entre elas,
doença inflamatória pélvica, endometriose e cirurgias abdominais, como retirada
de apêndice e cesarianas. Além disso, a gestação por fertilização, o uso de DIU
e o tabagismo, que contém componentes que favorecem a implantação em local
errado, elevam a chance do problema.
Em
relação ao tratamento, este pode ser cirúrgico, clínico ou expectante,
dependendo do quadro apresentado pela paciente. Quanto mais precoce identificar
esse tipo de gravidez, mais favorável será a terapia medicamentosa ou
expectante. Enquanto isso, se a gestação está mais avançada, muitos casos
necessitam de cirurgia (laparoscopia), o que pode incluir a retirada da tuba
comprometida.
Caso
a tuba afetada seja mantida e não tenha lesões, a fertilidade da mulher não
será prejudicada. No entanto, se a trompa for comprometida, e a outra estiver
normal, a chance de gravidez futura também é alta. “Cerca de 65% das mulheres
que apresentam esse tipo de gravidez podem ter uma gestação normal em até um
ano”, afirma. Porém, se a causa principal da gravidez tubária afetar ambas as
tubas, prejudica a sua capacidade reprodutiva.
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