domingo, 7 de dezembro de 2014

QUANDO TUDO É IMPORTANTE - QUANDO A MEDICINA ATRAPALHA




QUANDO A MEDICINA ATRAPALHA

Quem nunca passou por momentos de indecisão ante um ato médico, tipo uma recomendação, uma receita?
Minha primeira experiência com recusa de atender um parecer médico retroage à minha infância. Um médico de Raul Soares, eu morava em Bicuíba, diagnosticou necessidade de cirurgia das amígdalas, operação da garganta, como era conhecida. Minha mãe foi categórica: "- de jeito nenhum você vai operar!!!". E, para complicar, um rapaz de Vermelho Velho, naquela época, havia perdido a vida por hemorragia após extração das amígdalas, aí é que ela não deixou mesmo!
Eu vivia de garganta inchada, gripava muito fácil, qualquer mudança de clima me abalava, e, acho que tinha até sinusite. Mas, a mão de Deus e o destino me fizeram migrar, depois de muito sofrimento com estes incômodos, para o nordeste, para um clima totalmente diferente, e aí, o mal desapareceu.
Na minha infância, eu tinha uma complicação pulmonar das piores, terrível, a asma, vivia numa luta sofrida, aquela falta de respiração, muito ofegante, e, parecia sem cura! Fui para o internato do Colégio de Manhuaçu, e, lá não tinha esta de banho quente não, era banho frio inclusive no inverno, e Manhuaçu, em matéria de frio, é imbatível! Só sei que a asma desapareceu, só fui dar conta de seu sumiço muito tempo depois. Graças a Deus!!!
Já trabalhando na Usina Jatiboca me aconteceu outra. Em exame de vista, um médico de Ponte Nova disse que eu tinha que usar óculos, o que me obrigou até a renovar a carteira de motorista com correção visual. Passando no vestibular de Medicina Veterinária, aproveitei e fiz novo exame no Departamento de Oftalmologia da UFMG e o médico plantonista, professor titular, me disse que eu não precisaria usar óculos, que não tinha nenhuma "evidência" desta necessidade. E lá vou eu de novo, desta vez, pedir para retirar a correção visual da carteira de motorista.
A maior de todas, sem dúvida, foi a vesícula biliar. Na minha transferência de agência de banco, de Ponte Nova (MG) para Jeremoabo (BA), na primeira noite que dormi na cidade baiana fui acometido de uma dor intensa (nunca antes neste...). Por volta de meia noite, eu, ali, sozinho, desconhecido, sem ter a quem apelar e pedir socorro, foi um deus nos acuda!!! Fiz aquela via sacra médica básica e sem que os médicos que me atenderam fizessem um exame mais minucioso, foram logo achando de que se tratava de infecção urinária e, por causa disso, fiz inúmeros exames e tratamentos neste sentido, até com medicamentos de tarja preta!. Foram 15 anos de crise até que num dia 2 de novembro (!!!), em Brasília (Guará I), senti a dor acompanhada de febre. Corri para a Clínica Daher, do Lago Sul, eu mesmo dirigindo, e, assim que cheguei, o médico de plantão especialista foi logo diagnosticando infecção com pedra na vesícula e necessidade iminente de cirurgia.
Mais recentemente, não foi erro médico, foi o pouco caso com que parte da classe médica encara determinadas coisas.
Eu, com a constatação de tumor no rim esquerdo, fiquei um mês esperando uma maneira de tentar contato com o urologista que vinha me acompanhando, em razão de greve dos médicos com os planos de saúde. E não tinha como me comunicar com o médico de maneira nenhuma, não deixou número de celular nem outro meio de acessá-lo em caso de emergência.
Por último, agora recentemente, fiz novo exame de vista (oftalmológico) e, em virtude do médico que me acompanhava ter ficado ausente por motivo de saúde (quase um ano) quem me atendeu foi um desses novos, formados há pouco tempo. Ele disse ter encontrando vestígios de catarata e exigiu uma bateria de exames pré-operatórios. Esperei o médico, de minha preferência, retornar. Ele falou que tem debatido muito o fato destes médicos recém-formados insistirem em querer fazer cirurgia de catarata sem mais nem menos. No meu caso ele não só disse não ter encontrado razão de cirurgia como me tranquilizou a respeito. Afirmou que ainda não é o momento.
Pois é! Por estas e outras que a gente tem, sempre, de procurar médico de confiança, e, se for o caso, fazer segunda avaliação quando notar que existe razão para isso.
Os laudos, algumas concluções precipitadas, e resultado de exames, estão sujeitos, também, a erros. Não custa nada questionar e ficar um pouco ressabiado quando atendido por médicos de pouca experiência.
Como diz um amigo meu: "- na dúvida, não ultrapasse"! (vale para tudo, até para as rodovias!)


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