SÃO LUÍS DO MARANHÃO
(Jamaica Brasileira)
Ninguém sabe ao certo quem disse primeiro. Talvez um repórter distraído, talvez um regueiro em êxtase — ou talvez JIMMY CLIFF, com um sorriso largo como a praia da Ponta d’Areia, tenha deixado escapar uma frase que a brisa tratou de multiplicar. O que se sabe — e disso basta — é que o vento pousou em SÃO LUÍS com um sotaque estrangeiro, e a ilha, vaidosa, respondeu no mesmo compasso. Acordou, então, com um codinome novo: quente, musical, inevitável.
Assim nasceu a JAMAICA BRASILEIRA: não de uma frase, mas do encontro entre o tambor do mar e o coração das radiolas. Foi a própria cidade quem se reconheceu no espelho da música — o balanço lento, o abraço demorado, a poesia que caminha descalça pelas ladeiras.
Talvez JIMMY CLIFF tenha apenas sorrido, e o sorriso virou nome. Talvez não tenha dito nada, e o silêncio virou canto. Nomear, às vezes, é apenas sentir.
E até hoje, quando a noite cai macia sobre a ILHA DO AMOR, parece que a brisa sussurra baixinho: “Isso aqui sempre foi REGGAE.”
Paul Getty S. Nascimento
poeta, compositor, cronista e membro da APL – Academia Pedreirense de Letras


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