Brasília - Em seu
primeiro dia de trabalho fora da prisão, o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares,
foi submetido ontem, segunda-feira (20)
aos trâmites de contratação do Departamento de Recursos Humanos da Central
Única dos Trabalhadores (CUT) e cumpriu apenas uma rotina de
"integração" com os funcionários de Brasília. Delúbio ainda passará
por exame médico admissional antes de começar a atuar como assessor da
presidência da entidade, o que deve ocorrer amanhã (21).
Segundo o
secretário nacional de Administração e Finanças da CUT, Quintino Severo,
Delúbio foi contratado para uma vaga que estava disponível desde o ano passado
e passará a integrar a equipe que atua no Distrito Federal e em São Paulo
produzindo textos, roteiros de debate e documentos para a Executiva da CUT.
"É uma função antiga da CUT", explicou. Delúbio, que foi um dos
primeiros líderes da CUT, hoje só se inteirou sobre os assuntos da entidade.
"Para ele
(Delúbio) não tem nada de novo (na função), só a tranquilidade de voltar a
produzir", comentou o deputado distrital Chico Vigilante (PT), antigo
dirigente da CUT, que chegou a visitá-lo duas vezes no Complexo Penitenciário
da Papuda. "Era uma situação degradante, trancado o tempo inteiro. Não
tinha privilégio nenhum (na cela)", lembrou o deputado. De acordo com o
petista, a possibilidade de produzir fora da cadeia dá esperanças aos
condenados do Mensalão. "Eles querem muito trabalhar", relatou.
O secretário
nacional da CUT ressaltou que, apesar do carinho que todos têm por Delúbio, não
haverá tratamento diferenciado no trabalho. "Vamos tratá-lo como tratamos
os outros assessores. Ele é mais um funcionário, um trabalhador normal que
precisa ser reabilitado", disse.
Durante o dia,
Delúbio não saiu da sede nacional da CUT e o almoço foi levado por colegas. A
ordem era "blindar" o ex-tesoureiro e evitar dar informações sobre a
rotina de trabalho do petista. "Foi um dia de trabalho como outro
qualquer", resumiu Edson Campos, assessor da presidência. Em seu perfil no
Twitter, retuites de textos sobre seu primeiro dia de trabalho com comentários
destacando sua "dignidade" e sua "coragem".
Condenado a seis
anos e oito meses de prisão, além de uma multa de R$ 466,8 mil, Delúbio poderá
trabalhar durante o dia, de segunda a sexta-feira. No fim do expediente, ele
retorna para o Centro de Progressão Penitenciária.
A unidade fica no
Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), a cerca de 35 quilômetros do Complexo
Penitenciário da Papuda, onde estava detido antes.
A permissão de trabalho
foi concedida na última quinta-feira (16) pelo juiz da Vara de Execuções Penais
do Distrito Federal Bruno André Silva.
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