Quarta feira já de tarde
Um calorão
infernal
Sol de rachar a moleira
E derreter Bacabal
Garganta n’uma estaca
Afiou a sua faca
E foi pra Câmara
Municipal.
Ao entrar lá se sentou
O ambiente lotado
Pessoas se espremendo
Chegando de todo lado
No meio de tanta gente
Estava um descontente
De nome Neto Furado.
Quando abriu-se os trabalhos
Acirrou a discussão
Regilda bateu na mesa
E soltou um palavrão
Melquiades muito direito
Pediu a todos, respeito
E assim seguiu a sessão.
O tema muito importante
N’um clima de arrelia
Os edís já estressados
Com tanta demagogia
Igual queda de coluna
A fala sai da tribuna
Direto pra galeria.
Garganta foi aplaudir
O discurso de Corró
Feitosa pediu a fala
Reginaldo deu um nó
- Aí só tem “desgraçado”
Gritou o Neto Furado
E começou o
quiproquó.
Ouvindo aquele insulto
Garganta em cima da hora
Botou a mão na
cintura
Puxou a faca pra fora
E disse: – Neto Furado
Vem aqui seu desgraçado
Que tu vai morrer agora.
Quando o Neto percebeu
Que já ia ser furado
Deu um raspa em Garganta
Que caiu estatelado
Foi pisado, entrou na taca
E desarmado da faca
Nosso herói foi humilhado.
Naquele mesmo momento
O vereador Maninho
Correu pra baixo da mesa
E já encontrou Sobrinho
Alex passava mal
Com a Bíblia Irmão Leal
Acalmava Algodãozinho.
Erivelton espantado
Ficou um pouco cabreiro
Lula encontrou Bebeto
Que já saía ligeiro
E vendo aquela discórdia
Até Manoel da Concórdia
Foi se esconder no banheiro.
Serafim ligou pra Egidio
Que atendeu e disse, deixe
Vou dar nos dois é de talo
Pois aqui tou vendo um feixe
Aí Dedê se mijou
Que o mijo respingou
No bigode de Venâncio do
Peixe.
Louremar, Osmar, Jota Erre
Vanilson, Sérgio e Abel
Ray Lima, Randyson e Romário
Salomão e
Samuel
Com medo daquele atrito
Correram com Cesar Brito
Pra TV de Israel.
O Cobra quando olhou
Arrancou com mais de cem
Graciete a nossa vice
Foi ligeira igual a um trem
No meio da confusão
Até Edvan Brandão
Saiu correndo também.
Cibelle, Bola e Davy
Ao verem a cena imatura
Quiseram logo saber
O motivo da loucura
Waltersar franziu a testa
E se escondeu com Modesta
No quintal da prefeitura.
A polícia então chegou
E o povo rumou pra perto
Olhando, Roberto Costa
Viu que estava tudo certo
Meteu o pé no chinelo
E foi buscar João Marcelo
E o senador João
Alberto.
Garganta todo rasgado
Ardido de tanta taca
Saiu debaixo de vaia
Estridente igual matraca
E apontando pro céu
Ostentando igual troféu
Neto empunhava a faca.
Garganta um herói vencido
Vendo aquela humilhação
Tendo perdido sua faca
Para um sujo trambolhão
Não teve
como apelar
E foi tristonho chorar
La no Bar do Luizão.
Zé do Braga, o Garganta
Encarando a tal mazela
Lembrou de quando era herói
O tempo a tudo atropela
Pegou sua bicicleta
E pedalou como atleta
Sozinho pra Trizidela.
Autor – Zezim de Don’Ana
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