domingo, 9 de outubro de 2016

QUANDO TUDO É IMPORTANTE - COLUNA DO JAMIR LIMA


,RECORDAR É VIVER



Gosto de recordar, reviver meus tempos, desde criança lá na roça, em Barra Grande, indo para a divisa Bicuíba e Pirapetinga (município de Caputira) até hoje, com esta tecnologia maluca, onde tudo está aqui perto, ao nosso alcance, coisa de louco! Mas esta modernidade não impede a gente de voltar no tempo e dar um toque na nostalgia.
Relembro passeando pelos canaviais e pelos cafezais lá de nossa fazenda, onde a gente tinha a alegria de ver um ninho de galinha improvisado, recheados de ovos. Era como a gente estivesse descobrindo a pólvora.
Na nossa fazenda tinha de tudo, um alambique para a fabricação de cachaça, um imenso tacho para cozinhar a garapa e fazer a rapadura e o melado, que era aquela gostosura quando "degustada" com angu. Tinha o moinho dágua para "beneficiar" o milho e fazer o farelo, a farinha e o fubá. A farinha torrada, então, com arroz e feijão, não tem coisa melhor.
Aquela queda dágua ainda servia para a mini-usina, que gerava luz utilizada somente em algumas horas, luz muito fraca, reforçada com a luz do lampião ou lamparina, que quebrava o galho, embora aquele cheiro de querosene incomodasse um pouco.
Andar a cavalo, no meu caso, ainda criança, somente na garupa ou no cabeçalho do arreio, e com aquele máximo cuidado de sempre. Se caísse do cavalo poderia causar fraturas e outras consequências nada agradáveis.
Embora recordasse levemente desta etapa naquela fazenda, estava com 3 ou 4 anos, minha memória fica mais latente e presente a partir dos 5 anos, quando mudamos para Bicuíba.
Eu era bastante curioso, mas preguiçoso quando se tratava de ir à escola, para mim era um suplício, um sacrifício sem tamanho. E era peralta, ia de mentirinha para a escola da Dona Aparecida e ficava jogando bola ou brincando, ficava lá bem atrás da escola.
Alguém, de boa fé para meus pais, mas me entregando de bandeja, contou esta peraltice para meu pai, que me deu uma bela corrigenda (para não dizer, surra), fui levado na palmada até "adentrar" o recinto da sala, sendo quase jogado, empurrado.
Isto me serviu de lição, fez renascer à força "minha" vontade de estudar e passei a ser o melhor aluno (que falsa modéstia, né!). Elogio que me acompanhou no ginásio e, já adolescente, e desviando um pouco para o futebol e outras "cositas mas"...
Fiquei em segundo, fui vice o tempo inteiro, nas 3 séries do Curso de Contabilidade. Tinha deixado de ser "caxias", cdf.
Naqueles tempos, passava em todas as matérias e adiantava a promoção para a série seguinte, com exceção de uma a quem eu não dei a importância devida e me fez atrasar minhas férias escolares em 1 semana. E eu não me perdoava por esta "calamidade"!
Bom, voltando a assunto inicial, recordo daquele tempo em que as mulheres não "podiam" (não era costume, na época) usar calça comprida, somente quando andava a cavalo, mesmo assim usando a calça do marido ou do irmão.
Era de praxe, naquela época, as mulheres usarem vestidos, somente com o tempo foi surgindo a blusa e a saia rodada, plissada, estas coisas que marcaram época.
Depois desta revolução de usar calças compridas largas, surgiu a calça jeans mais apertada, mas poucas mulheres ousavam usá-las, os homens não estavam acostumados e achava aquilo coisa de prostituta. Foi uma luta esta revolução dos costumes.
Vi surgir a minissaia, e pouco tempo depois os biquíinis mais "atirados", e, pasmem, o biquíni fio dental. Com o tempo houve um assentamento, e, hoje há roupa de tudo quanto é jeito, desde as bem curtas até aqueles vestidões. Não se deve deixar de destacar (a meu ver) que o vestido deixa a mulher bastante elegante e sensual.
Hoje é tudo moderno, moderno até demais. Há de tudo, roupas transparentes ou bem coladas, decotes ousados, ficando ao gosto de cada uma. Maquiagem e pintura, cabelos cacheados ou de cores exóticas "povoam" nosso dia a dia.
A mulher tomou (de) conta, embora seja muito agredida (ou elogiada) devido a esta exposição muito questionada. Mas uma mulher, com sua beleza descomunal, é capaz de fechar o comércio (como diziam antigamente). E não existe mulher feia. ela dispõe de tudo, hoje) para disfarçar qualquer imperfeição e todos os recursos estão aí, inclusive no campo médico-cirúrgico.
Não vou me alongar pela tecnologia avançada (e todo dia tem coisa nova), que citei no início, fica para uma outra ocasião.
Se recordar é viver, reviver é viver duas vezes mais.
Como é bom recordar estas ocasiões, estas passagens "rurais", de orvalho molhado e tudo, fora aquela chuvinha vista do alpendre da casa grande.
Bom demais, sô!!!
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