domingo, 20 de junho de 2021

COLUNA DO DR. ERIVELTON LAGO

 

O TEMPO DA LÓGICA E O TEMPO DA OPORTUNIDADE NA VIDA E NA ADVOCACIA CRIMINAL

O período clássico da Grécia é aquele compreendido entre os séculos V e IV a.C. Nesta época temos a existência de várias cidades-estados, entre as quais damos especial destaque às cidades de Esparta, Atenas e Tessália. Essas cidades ganhavam esse nome, cidade-estado, pois cada uma delas tinha autonomia política para criar sua própria forma de governo. Anatólio Lykaios, morava na cidade de Tessália e era um homem muito rico que tinha dois filhos: Adonis e Argus. Adonis era afeito à arte da guerra. Ele foi educado para vencer as batalhas, tanto pela força física, quanto pela capacidade de montar estratégias de resultado. Argus, por outro lado, era afeito às letras: Era poeta, culto, erudito, instruído e letrado. Esparta era uma cidade guerreira e sempre recebia homens fortes e exímios guerreiros para lutarem nas mais diversas batalhas. Assim, o pai de Adonis o enviou para Esparta e lá ele foi servir como um dos melhores guerreiros espartanos. O Rei concedeu a Adonis cidadania, prestígio, mulher e muito dinheiro. Argus, o outro filho de Anatólio, foi enviado para Atenas que era uma cidade mais ligada à arte da política, literatura e filosofia. Chegando lá, Argus foi admitido no Palácio do rei onde foi concedido a ele cidadania, prestígio, mulheres e muito dinheiro. Logicamente, tudo correu muito bem para os dois jovens. Pois bem, um outro homem não tão rico quanto o primeiro, de nome Ajax Megalos, vendo o sucesso dos filhos de Anatólio, passou a educar também os seus filhos Ares e Dion da mesma forma como foram educados os filhos do outro. Nenhum jovem da cidade de Tassália tinha tanto conhecimento sobre a arte da guerra e estratégia militar como tinha Ares. Por outro lado, quando se falava em literatura, arte, política e filosofia, o primeiro nome que aparecia era o nome de Dion. Assim, seguindo a lógica, e como a lógica pode-se distinguir três tipos de raciocínios: dedução, indução e abdução. O pai seguiu a lógica indutiva e dedutiva para atingir o caminho mais certo para o sucesso do filho. Assim, Ares foi enviado para Esparta, a cidade guerreira da Grécia antiga. Chegando lá ele falou para o rei: meu rei, sou muito bom em estratégia militar. Sou capaz de comandar grandes pelotões e seus melhores guerreiros dentro de estratégias imbatíveis. Porém, respondeu o rei: Olha, meu jovem rapaz, somos de guerra, mas no momento estamos em trégua com Atenas e várias outras cidades. Precisamos arrefecer os soldados, precisamos de diplomacia. Devido a tudo isso, vou ter que cortar os seus pés para que, nesse momento, você não atrapalhe os propósitos de paz da nossa cidade. Assim, Ares teve os pés cortados pelo rei de Esparta. O outro filho de Ajax, cujo nome era Dion, foi para Atenas, lá chegando, disse Dion ao rei: meu rei, fui educado dentro dos conceitos da política, literatura, poesia e filosofia. Estou aqui para elaborar o que for de melhor para a arte e prática das relações internacionais entre as cidades. O rei de Atenas, por sua vez, disse a Dion: meu jovem diplomata, nesse momento estamos em guerra com a Macedônia, a sua diplomacia vai arrefecer os meus soldados que precisam de estímulo para irem à guerra. O que eu preciso agora é de guerreiros para enviar ao Egito para apoiar uma revolta Líbia contra o Império Aquemênida. Por isso, vou ter que cortar a sua língua e prendê-lo até que a guerra termine. MORAL DA HISTÓRIA: O sucesso não depende da lógica, mas da SINCRONIA, do RITMO e da OPORTUNIDADE. Muitas vezes a proposição está dentro da lógica, mas fora do ritmo. Muitas vezes o argumento está perfeitamente dentro da lógica, mas fora de sincronia. Muitas vezes a postulação ou pedido está dentro da lógica, mas é inoportuno. Na advocacia criminal, por exemplo, no início da profissão, a lógica pode até prevalecer. Porém, depois de alguns anos de labor, procure advogar dentro da sincronia, do ritmo e da oportunidade, pois as autoridades, em geral, não precisam sincronizar, contudo, para o advogado criminal, o exercício do ritmo e da sincronia, é para sempre.



2 comentários:

  1. Sabio. Meu amigo Dr. Erivelton. Um exemplo para todos nós.

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  2. Seu nome, meu caro, seu número, por favor. Quero seguir também os vossos exemplos.

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