LAPSOS
Eu não irei para lá.
Não, ele também não está mais lá.
Quantos Flávios acenam a sua tirinha de papel e não são correspondidos!
A lei diz que é preciso fechar... Não interromper os laços,
Eles humanizam a esquizofrenia.
No caminho que percorro, sempre correndo
Não tem Nilze da Silveira.
A solitária ainda está ocupada, olho pra fora
A natureza plural me chama
De louca.
Não há loucura,
Em mim há utopia: coisa de artista,
De poeta,
Coisa de louco
Eu compro pés de galinhas,
Espero na fila o osso do dia.
Estou alienado, não estou louco,
Convivo com eles do lado de fora.
A solitária ainda está ocupada,
O espaço está fechado,
Os loucos trocaram a farda pelo paletó
Estão nos gabinetes
Não tomam ansiolíticos
Perdem o sono por outros motivos
Foi fechado mais um,
O que faço agora?
Ela insiste infecciosamente em mim.
Trasmissível se te permitires.
A loucura nossa diária
Pode esvaziar a solitária.
Eu tenho certeza, eu não sou louca!
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Liduina Tavares


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